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Igreja
A CNBB promove o sincretismo religioso
Marcelo Fedeli
"Grande, grande , santo é o nosso Deus (bis)
Pai Grande, Deus Indio, Divino Tupã (bis)
Dos filhos da Mãe -Terra, os povos da América"....
Canção e Letra de ZÉ VICENTE
Sim!...Caros leitores!... A CNBB promove o sincretismo religioso, conforme consta do seu próprio noticiário de 28/01/06 [http://www.cnbb.org.br/index.php?op=noticia&subop=10252], em que se lê:
“11º ENCONTRO NACIONAL DE PRESBÍTEROS
sábado: 28 de janeiro de 2006
Representantes dos presbíteros de todo o Brasil se reúnem em Itaici, Indaiatuba (SP), de 1 a 7 de fevereiro. Trata-se do 11º Encontro Nacional de Presbíteros, que tem como tema “Missionariedade e Profetismo do Presbítero, na Igreja e no mundo, à luz do Concílio Vaticano II” e lema “Retoma a conduta de outrora" (Ap 2,5).
No dia 4, acontece o retiro, orientado pelo bispo Dom Luís Flávio Cappio, bispo de Barra (BA). À noite do mesmo dia, acontece um show com o cantor Zé Vicente.
Entre os temas abordados no encontro estão: conjuntura política e eclesial, profetismo, missionariedade e desafios.
Informações: svm@cnbb.org.br ou (61) 2103-8300”.
(negritos nossos)
Até aqui, a notícia divulgada oficialmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB – atualmente presidida por S. Emcia. Revma. Dom Geraldo Majella, cardeal Agnello, Arcebispo de Salvador, Bahia.
Para os que eventualmente não sabem, a palavra presbítero significa o que outrora e sempre o povo brasileiro conhecia pelo simples, usual e objetivo termo PADRE. Portanto, trata-se de um ENCONTRO NACIONAL de PADRES, promovido pela CNBB em Itaici (SP).
Num primeiro momento, chamou-me a atenção um dos lemas: “Retoma a conduta de outrora" (Ap 2,5), que me pareceu ser muito bem aplicado ao Concílio Vaticano II e a seus seguidores. Aliás, o que não falta nesses encontros, congressos, reuniões, quermesses, simpósios promovidos pela CNBB, ou por qualquer movimento eclesial / paroquial, são “lemas” para “temas”. Neste caso há dois, e bem curiosos, pois, um se contrapõe ao outro. Assim, aquela ordem do Apocalipse, “Retoma a conduta de outrora", é muitíssimo bem aplicada ao Concílio Vaticano II, que realmente “abandonou a conduta de outrora” da Igreja, mas que é exaltado em outro lema do mesmo “Encontro”: “Missionariedade e Profetismo do Presbítero, na Igreja e no mundo, à luz do Concílio Vaticano II”.
Mas, nada de extraordinário na notícia!... Afinal era só mais um “encontro” de Padres do Brasil”, o 11º !.. Porém, o parágrafo final, anunciando que na noite do dia do retiro e de encerramento do “Encontro”, haveria um “show com o cantor Zé Vicente”, me deixou curioso...
Que mensagem teria aquele cantor para os padres do Brasil ?... O que deveriam ouvir, naquele show, os presbíteros do Brasil, que, em tese, passaram anos e anos em profundos e meditativos estudos nos seminários, orientados por experientes professores de teologia, filosofia, exegese, sociologia, direito, história, literatura, etc?..
Numa rápida ‘pesquisa’ pela Internet, — portanto pesquisa simplérrima e superficial — encontrei algumas informações interessantes e bem atuais, pois imediatamente me conduziram ao triste caso da recente “apresentação” do Pe. Pinto, na igreja da Lapinha, em Salvador, cujo final feliz, todos conhecemos: Pe. Pinto já regressou do seu “descanso” — 15 dias na Ilha de Itaparica — em que ele “mesclou rezas, meditações e aulas de balé”... sem que a CNBB condenasse clara e expressamente o sincretismo sacrílego introduzido por aquele infeliz presbítero na Missa de Reis.
Na minha pobre pesquisa fiquei sabendo que o cantor Zé Vicente, já na década de 80, animava encontros das Comunidades Eclesiais de Base, movimento já bem animadinho na linha da marxistóide e condenada Teologia da Libertação... que uma das suas músicas, a ”Água Sagrada” inspirou o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB para o ano de 2004;....e que suas melodias são “envolventes com letras bastante trabalhadas destacando-se "Glória a Deus Nas Alturas", "Divino Recado", "Missão De Todos Nós", "Deus Seja Louvado No Pão Partilhado", "Virgem Santa Aparecida", "Grande e Santo Deus" e a faixa-título, "Nas Horas De Deus, Amém!", “um grande sucesso tanto nas missas quanto na programação das emissoras de rádio que dedicam espaços à música católica”, como diz Toninho Spessoto, concluindo que tais temas “convidam o ouvinte a uma profunda reflexão sobre a presença de Deus em sua vida, independente de religião”. (http://www.submarino.com.br/cds_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=2&ProdId=90869&franq=100464).
E nestes nossos tempos pósconciliares, nos quais só se condena e proibe a “conduta de outrora” da Santa Igreja, basta esta última afirmação para atrair muitos dos nossos risonhos e ecumênicos presbíteros que, trêmulos de emoção e felicidade conciliar, logo passam a tocar aquelas “envolventes melodias” nas salas das comunidades paroquiais, e, destas, à igreja e à Missa... à Santa Missa! ... Ao Santo Sacrifício do Calvário!..
Foi quando, interessado pelas mensagens contidas nas letras daquele cantor, encontrei somente extratos de algumas delas, porém muito esclarecedors e significativos, como, por exemplo, a canção "Grande e Santo Deus", certamente — suponho — para ser cantada no que “a conduta de outrora” da Igreja rezava: “Sanctus, Sanctus, Sanctus, Domine Deus Sabaoth , pela repetição das palavras “Grande, grande santo “ (ouçam-na no mesmo site já indicado acima (http://www.submarino.com.br/cds_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=2&ProdId=90869&franq=100464).
Diz ela:
"Grande, grande, santo é o nosso Deus (bis)
Pai Grande, Deus Indio, Divino Tupã (bis)
Dos filhos da Mãe Terra, os povos da América"....
Como simples fiel católico, pergunto à CNBB:
1 - A CNBB conhece tal texto?
2 - A CNBB julga que esse texto está totalmente de acordo com a doutrina da Igreja?
3 – A CNBB autoriza alguém a cantar esse texto nas igrejas durante as Missas?... E fora das Missas?...
4 – A CNBB sabe que o cantor do show, por ela indicado para “animar” o encerramento do 11º Encontro dos Presbíteros do Brasil, é o autor daquele texto?
São perguntas que, como simples fiéis, respeitosamente apresentamos ao Presidente da CNBB, Dom Geraldo Majella Agnello, Cardeal Arcebispo de Salvador, para que não ocorra novamente que, de repente, outro presbítero brasileiro, eventualmente já conhecido pelas suas extravagâncias litúrgicas, não tenha que ser tachado de doente por D. Agnello, e enviado por 15 dias de férias na Ilha de Itaparica...
31 de Janeiro de 2006
Para citar este texto:
"A CNBB promove o sincretismo religioso"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/cnbb_sincretismo/
Online, 05/12/2024 às 22:09:00h