Polêmicas

Testemunho dos abusos cometidos na Igreja
PERGUNTA
Nome:
Evandro
Enviada em:
06/10/2005
Local:
Jijoca de Jericoacoara - CE,
Religião:
Católica

Queridos amigos da Montfort, cordiais saudações!

Venho novamente a vocês, agradecendo por terem dispensado uma parte do seu precioso espaço para publicar as minhas humildes palavras, especialmente ao caríssimo Prof. Orlando. Foi com a maior satisfação que vi minha carta publicada e a resposta que me enviaram.
Apesar de morar no Ceará, e ser filho de pais cearenses, sou paulista de nascimento e, com certeza, não me esqueço da famosa garoa e do clima da capital de São Paulo, apesar da terrível poluição que infesta o ar.
Se vocês me permitirem, venho testemunhar algumas coisas que marcaram a diocese à qual pertencia, São Miguel Paulista.

Antigamente, a atual diocese era uma região episcopal da Arquidiocese de São Paulo. Na década de 80 o bispo auxiliar era D. Angélico Sândalo Bernardino. Eram tempos de D. Arns, com seu discurso altamente politizado e escancaradamente esquerdista.
A paróquia à qual pertencia não poderia ser diferente, e mesmo eu sendo criança, era notório o discurso politiqueiro e tendencioso, por parte de alguns membros do conselho paroquial, seja nas reuniões, até mesmo nas celebrações (quando o padre não estava) e na catequese.
Os progressistas estavam de vento em popa, até que, em 1989, o Papa João Paulo II, numa canetada certeira, acabou por desmembrar a Arquidiocese, em outras Dioceses autônomas, entre elas a de São Miguel. Tinha eu onze anos de idade, mas não me esqueço do empenho que alguns dos paroquianos (travestidos descaradamente em cabos eleitorais do "home"), em fazer as pessoas votarem no PT. Dom Paulo E. Arns nunca perdoou Sua Santidade por este ato, que foi doloroso sim, mas que se fazia por demais necessário.
Saiu D. Angélico, entrou D. Fernando Legal, salesiano, que acabou com a farra dos esquerdistas. Ainda hoje, muitos daqueles padres se ressentem do bispo, que não foi nada "legal" com eles. Inclusive um deles, ao visitar a minha paróquia, num encontro para jovens, em 1997, declarou, durante a Missa, que a Igreja deveria rever os seus conceitos, e que era favorável sim, à ordenação sacerdotal das mulheres, acusando a Cúria Romana de "machista e retrógrada".
O resultado deste discurso "político"? Uma brutal queda na qualidade dos fiéis, além de uma debandada de outros fiéis para as seitas. Pessoas que se cansaram de ouvir falar só de política, elites, etc..

Outra coisa que marcou foi o avanço da RCC. Me lembro que, no mesmo ano de 1997, em um grupo de oração que se reunia semanalmente, o palestrante andou ministrando "curas". Foi um impacto tão grande, uma repercussão tão negativa, que o então pároco ordenou que se parassem com aqueles exageros, sob pena de as reuniões serem proibidas. Além disso, mandou que se afixassem nas paredes da igreja dois quadros com os seguintes dizeres: "O PADRE DESTA PARÓQUIA NÃO FAZ MILAGRES".

Portanto, que a Igreja se faça mais próxima da sã doutrina ensinada pelos Apóstolos, que deixe de lado o homem, e se volte urgentemente para Deus! Que o Divino Espírito Santo abençoe S. S. o Papa Bento XVI nesta verdadeira cruzada contra estes ventos de doutrina, que infestaram a Igreja com as janelas escancaradas pelo Vaticano II.
Que se acabe com essas aventuras ecumênicas! Basta dessa libertinagem moral e espiritual, essa "ditadura do relativismo" tão bem denunciada pelo Papa.

A todos da Montfort, minhas saudações e minhas orações.
"In Corde Jesu, semper"!
RESPOSTA
Muito prezado Evandro,
salve Maria !
 
    Mais uma vez tenho que lhe agradecer. Esta sua carta também faz uma descrição perfeita dos males que o Concílio Vaticano II permitu na vida paroquial, quer através da demagogia marxista da Teologia da Libertação, quer através do misticismo do absurdo. Gosteu muito do cartaz do padre avisando que não fazia milagres.
    Peço-lhe que nos escreva sempre pois suas observaçoes e criticas são muito objetivas e pertinentes. E seu estilo bem cearense.
    Mantenhamos contato.
 
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli