História

Leitor pergunta sobre Cristianismo e religiões pagãs
PERGUNTA
Nome:
Maxwell J
Enviada em:
10/11/2019

 

Prezados, boa noite. 

 

Li o texto do Orlando Fedelli chamado "Maomé - Origens do Islamismo" e a ausência de reposta ao ataque do muçulmano que deu razão ao texto do Orlando muito me desapontou. O texto é bom e eruditíssimo, porém não desmente o que o muçulmano havia dito. Pergunto: há alguma confrontação ao ataque do muçulmano que eu possa consultar?

 

Agradeço desde já. Um abraço!

RESPOSTA
Salve Maria Maxwell.
 
Muitas pessoas recentemente têm criticado o cristianismo afirmando que o cristianismo primitivo e o Novo Testamento eram na verdade cópias de antigas religiões pagãs. Afirma-se que a doutrina da morte e ressurreição de Cristo é igualmente uma cópia. Estas críticas se baseiam frequentemente em fontes inexistentes ou textos que datam de séculos antes do Novo Testamento. Além disso, os paralelos feitos entre o cristianismo e as religiões pagãs resultam frequentemente de descrições de práticas e crenças pagãs, numa linguagem cristã.
 
Segundo eles Jesus seria uma cópia das divindades populares da fertilidade de diversas regiões, tal como Tammuz na Mesopotâmia, Addonis na Síria, Attis na Ásia Menor e Horus no Egito, os quais morriam e ressuscitavam para marcar as estações. É interessante notar nenhuma obra sobre estas teses foi levada a sério pelos universitários do tempo. Por exemplo, a ideia segundo a qual Jesus seria uma reedição de Tammuz foi estudada por especialistas contemporâneos, que concluíram que ela era inteiramente sem fundamento. Apenas recentemente estas afirmações retornaram, essencialmente por causa da Internet que propaga informações massivas provenientes de fontes pouco confiáveis.
 
Há um filme chamado ZeitGeist, de 2007, que apresenta comparações entre Cristo e alguns deuses mitológicos sugerindo que a história de Cristo é uma repetição da mitologia.
 
Para refutar a acusação do mulçumano vou seguir as seguintes etapas:
 
1) Examinar a historicidade destas afirmações e os erros de lógica
 
2) Cristo existiu de fato e sua paixão e crucifixão é historicamente provada
 
 
 
1) Historicidade e erros de lógica
 
Durante a primeira metade do século XX, vários autores e professores afirmaram que os ensinamentos do Novo Testamento a respeito da morte e ressurreição de Jesus, do batismo e da última Ceia eram cópias de ensinamentos das religiões de mistério pagãs. A afirmação mais grave destes autores e de que a doutrina do Novo Testamento era um tema comum que se encontrava frequentemente nas religiões de mistério: aquela de um deus-salvador que morre violentamente por aqueles que eles salvam e a ressurreição deste Deus em seguida. Foi o Novo Testamento influenciado pelas religiões pagãs do primeiro século após Jesus Cristo? É importante responder a esta questão, pois ela circula enormemente e a maioria das pessoas não têm a competência necessária para saber do que se trata verdadeiramente.
 
 
Que são as antigas religiões pagãs de mistérios?
 
Excetuando o Judaísmo e o Cristianismo, as religiões de mistério eram as religiões mais influentes no 1º Século após Jesus Cristo. A razão pela qual estes cultos são chamados religiões de mistério é que elas compreendem uma cerimônia secreta conhecida unicamente pelos iniciados. Estes últimos acreditavam que estas práticas traziam a salvação. Estas religiões de mistério não eram, certamente, as únicas manifestações do espírito religioso do império romano da época. Se encontrava igualmente cultos públicos que não exigiam de seus membros a participação em cerimônias secretas.
Um exemplo deste tipo de religião é a religião do Olimpo grego e seu equivalente romano. Cada região do Mediterrâneo produziu sua própria religião de mistério. Na Grécia havia os cultos a Démeter e Dionísio, e as religiões de mistério de Orfeu e Eleusis, que se desenvolveram tardiamente. Na Ásia menor nasceu o culto a Cibele, a grande mãe e seu bem-amado, um pastor de nome Attis. O culto de Isis e Osíris é originário do Egito enquanto na Siria e Palestina surgiu o culto de Adonis. Finalmente, a Pérsia (Irã) foi o primeiro berço
Do culto de Mitra, o qual – graças a suas numerosas imagens guerreiras – foi muito popular entre os soldados romanos. As primeiras religiões pagãs gregas eram religiões de estado, o que quer dizer que os cultos eram públicos ou civis e que tinham uma função nacional ou pública. As religiões de mistério não gregas mais tardias eram pessoais, privadas e individualistas.
 
 
Traços comuns
 
É preciso abandonar a ideia de que existia uma religião de mistério universal. Ainda que uma tendência ao ecletismo e ao sincretismo tenha se desenvolvido por volta do ano 300 após Jesus Cristo, cada culto de mistério era separado e distinto das outras religiões durante o século que presenciou o nascimento da Igreja Cristã. Além disso, cada culto de mistério assumia diferentes formas nas diferentes culturas e sofreu várias mudanças, especialmente após o ano 100 após Jesus Cristo. Apesar disso, as religiões de mistério têm 5 traços comuns:
  1. Central a cada religião era a utilização do ciclo da vegetação no qual a vida se renovava a cada Primavera e morria a cada Outono. Os adeptos dos cultos de mistério encontraram uma simbologia profunda no significado do processe natural de nascimento, de morte, de enfraquecimento e de renascimento.
  2. Como dito acima cada culto fazia um uso importante de cerimônias secretas, frequentemente em conexão com um rito de iniciação. Cada religião de mistério dizia igualmente ao iniciado um segredo que continha informação referente à vida de deus ou da deusa para o qual o iniciado rendia um culto e dizia igualmente como os homens podiam se unir à divindade. O conhecimento era guardado em segredo e era considerado como um conhecimento esotérico, inatingível por alguém que não pertencia ao culto.
  3. Cada religião era igualmente construída ao redor de um mito no qual a divindade retornava à vida após a morte. O tema da redenção era implícito no mito. O sentido oculto do culto e do mito que o acompanhava era expresso em um drama sacramental que apelava muito às emoções e aos sentimentos dos iniciados. Se supunha que o êxtase religioso os levaria a pensar que eles iniciavam uma nova vida.
  4. As religiões quase não tinham doutrinas ou sistemas de crenças. Eram principalmente ligadas à vida emotiva de seus adeptos. Os cultos usavam diversos meios para afetar as emoções e a imaginação dos iniciados para provocar a união à divindade: procissão, jejum, teatro, ato de purificação e liturgia esotérica. A falta de ênfase em uma crença certa marca uma importante diferença entre os cultos de mistério e o cristianismo. A fé cristã era exclusiva, no sentido de que ela reconhecia unicamente um caminho legítimo para ir a Deus e para a salvação: Jesus Cristo. As religiões de mistério eram inclusivas, no sentido de que nada impedia uma pessoa de ser membro de diversos cultos ao mesmo tempo.
  5. A finalidade imediata dos iniciados era uma experiência mística que os conduziria a uma união com seu deus. Além desta questão da união mística, havia dois objetivos últimos: uma espécie de redenção ou de salvação e a imortalidade.
 
 
Evolução
 
Antes do ano 100 após Jesus Cristo, as religiões de mistério eram ainda largamente confinadas a localidade específicas e eram ainda um fenômeno bem recente. Após o ano 100 depois de Cristo, elas começaram gradualmente a atingir um público bem grande graças ao império romano. Mas elas sofreram igualmente importantes mudanças, o que fez com que diversos cultos tenham absorvido elementos de outros. Como os devotos das religiões de mistério se tornaram cada vez mais sincréticos em sua crenças e práticos, as novas combinações de antigas religiões de mistério começaram a surgir. E como os cultos continuaram a abandonar algumas de suas práticas antigas mais estranhas e desagradáveis, elas começaram a atrair um número maior de adeptos.
 
 
 
 
Reconstrução das religiões de mistério
 
É somente antes do terceiro século após Cristo que nós podemos achar material satisfatório (ou seja, informação sobre as religiões de mistério a partir de escritos daquela época) para permitir uma reconstrução completa o suficiente de seu conteúdo. Muitos autores usam informação muito tardia (200 anos após Cristo) para reconstruir estas religiões do terceiro século, e em seguida eles extrapolam esta reconstrução, sem crítica, afirmando que a forma tardia é a mesma que a forma original destes cultos. Esta prática não é correta e não deveria ser aceita sem questionamento. As informações sobre um culto que é proveniente de centenas de anos após o estabelecimento dos livros do Novo Testamento não podem ser interpretadas como aquilo que era o culto no primeiro século depois de Cristo. A questão crucial não é saber a influência que as religiões de mistério possam ter tido sobre os elementos do cristianismo 400 anos depois de Cristo, mas qual o efeito essas religiões de mistério poderiam ter exercido sobre o Novo Testamento no curso do primeiro século.
 
 
Isis e Osiris
 
 
O culto de Isis é originário do Egito e atravessou dois períodos importantes. Em sua versão egípcia mais antiga, a qual não era uma religião de mistério, Isis era considerada com a deusa do céu, da terra, do mar e do mundo invisível aqui na terra. No primeiro período, Isis tinha um marido chamado Osiris. O culto de Isis se tornou uma religião de mistério somente depois que Ptolomeu o Primeiro introduziu mudanças maiores, aproximadamente 300 anos antes de Cristo. No segundo período, um novo deus chamado Serapis se tornou esposo de Isis. Ptolomeu incluiu estas mudanças para sintetizar a cultura grega e egípcia em seu reino, favorecendo a helenização do Egito. A partir do Egito, o culto de Isis gradualmente fez seu caminho até Roma. Roma inicialmente repudiou o culto, mas a religião finalmente penetrou na cidade durante o reino de Calígula (37-41 A.D.). Sua influência aumentou gradualmente durante os dois séculos seguintes e se tornou um grande rival do cristianismo para alguns habitantes. O sucesso do culto no império romano para ter sido o resultado de seus rituais impressionantes e da esperança de imortalidade que oferecia a seus adeptos. O mito que fundamenta o culto de Isis está ligado a Osiris, seu marido durante o período egípcio e durante o período onde o culto não era ainda uma religião de mistério. Na versão mais comum do mito, Osiris foi assassinado por seu irmão que em seguida lançou o túmulo que continha o corpo de Osiris no rio Nilo. Isis descobriu o corpo e o levou de volta. Entretanto, o irmão de Osiris tomou o corpo e o cortou em catorze pedaços e o dispersou em vários locais. Após uma longa busca, Isis encontrou cada pedaço do corpo. É neste ponto que a linguagem usada para descrever o que segue é crucial. Talvez aqueles que contam este mito fiquem satisfeitos em dizer que Osiris retornou à vida, mesmo se tal linguagem afirme mais do que o mito permita concluir. Alguns vão ainda mais longe e afirmam a ressurreição de Osiris. Se pode ver como são enviesados certos autores que descrevem os mitos pagãos com uma linguagem cristã: “o corpo morto de Osiris flutuava no Nilo e retornou à vida, tendo antes sido batizado nas águas do Nilo”.
 
A linguagem enviesada sugere três falsas analogias entre Osiris e Cristo:
1. um deus salvador morto.
2. em seguida ele ressuscita.
3. acompanhado pelas águas do batismo.
 
Entretanto, as similaridades alegadas, assim como a linguagem usada para descrevê-las, são de fato fabricações de autores modernos e não fazem parte do mito original. Uma comparação entre a ressurreição de Jesus e o retorno à vida e Osiris é verdadeiramente exagerada, E não são todas as versões do mito de Osiris que o fazem voltar à vida. Em alguns deles, ele simplesmente retorna do mundo dos mortos.
 
É igualmente falso tentar achar uma analogia do batismo cristão com o mito de Osiris, O destino de Osiris em seu túmulo no Nilo lembra tanto o batismo cristão quanto a cidade de Atlândida que afundou nas águas.
Como dito anteriormente, durante o período tardio do mito, a divindade masculina do culto de Isis não era mais Osiris, mas Serapis, o qual é frequentemente descrito como um deus sol, e que claramente não é um deus que morre. Portanto, ele não pode ser um deus que ressuscita.
 
É importante lembrar que é a versão posterior a Ptolomeu do culto de Isis que estava em circulação de 300 anos antes de Cristo até os primeiros séculos da primeira era cristã e que este culto não tem nada que se pareça com um deus que morre e ressuscita com salvador.
 
 
Cibele e Átis
 
Cibele, também conhecida como a Grande mãe, foi adorada na maior parte do mundo helênico. Ela começou sem nenhuma dúvida como a deusa da natureza. No começo do culto, este compreendia cerimônias orgiásticas no curso das quais os homens se castravam. É a partir deste momento que eles se tornavam os sacerdotes eunucos da deusa. Cibele se tornou em seguida a Mãe de todos os deuses e a amante de toda a vida. A maioria das informações que nós temos sobre esse culto descrevem suas práticas durante o período romano mais tardio. Mas os detalhes são escassos e maioria do material é tardia, datando provavelmente de um período posterior aos livros do Novo Testamento. De acordo com o mito, Cibele amava um pastor de nome Átis. Mas Átis era infiel e Cibele, para se vingar, fez com que ele enlouquecesse. Na sua loucura Átis se castrou e morreu. Isso entristeceu muito Cibele e isso introduziu a morte no mundo natural. Mas após isso, Cibele devolveu a vida a Átis, um acontecimento que também restituiu o mundo natural à vida. As pressuposições dos intérpretes tendem a determinar a linguagem utilizada para descrever o que aconteceu após a morte de Átis. Muitos autores se referem sem precaução à ressurreição de Átis. Mas é um exagero. Não há nenhuma menção no mito de qualquer coisa que poderia se parecer com uma ressurreição, o que sugere que Cibele poderia unicamente preservar o corpo morto de Átis. Além disso, se menciona que os pelos do corpo continuaram se mexendo, com alguns movimentos do dedo mindinho. Em certas versões do mito, o retorno à vida de Átis se faz por sua transformação em uma árvore. Dado que a ideia que fundamenta o mito é o ciclo anual da vegetação, uma semelhança com o corpo ressuscitado de Cristo é muito exagerada. A repetição pública do mito de Átis se tornou um acontecimento anual no qual os adoradores partilhavam da “imortalidade” de Átis. Cada primavera os adoradores de Cibele vão se lembrar da tristeza da morte de Átis com jejum e flagelação. É unicamente durante o período romano tardio das celebrações (depois de 300 A.D.) que o festival de primavera celebrou o renascimento de Átis. O pinheiro, simbolizando Átis, era cortado e em seguida levado até o santuário, como um cadáver. Mais tarde, na sequência do festival, a árvore era enterrada à medida que os iniciados entravam em transe e se cortavam com facas. Na noite seguinte, o túmulo da árvore era aberto e o renascimento de Átis era celebrado. Mas a linguagem destas fontes tardias é muito ambígua. Na verdade, não há referência ao renascimento de Átis que não seja ambíguo, mesmo na literatura tardia datando do 4º século depois de Cristo.
 
 
O sacrifício do touro
 
O rito mais conhecido do culto da grande mãe era o sacrifício do touro. É importante notar, entretanto, que este ritual não fazia parte do culto em seus primeiros períodos. Ele apareceu no culto no meio do segundo século depois de Cristo. Durante a cerimônia, os iniciados desciam em uma fossa enquanto um touro era assassinado sobre uma plataforma sobre eles. Os iniciados se banhavam em seguida no sangue quente do animal que tinha acabado de ser morto. Algumas vezes se afirmou que o Sacrifício do touro foi uma fonte para a linguagem cristã do sangue do cordeiro ou da aspersão do sangue de Jesus Cristo (1 P 1 :2). Isso também foi citado com sendo a fonte do ensinamento de São Paulo aos Romanos (6: 1-4), onde ele fala do batismo cristão relacionado com a morte e a ressurreição de Cristo. Entretanto, nenhuma noção de morte e ressurreição estava presente no Sacrifício do touro. De todo modo, as melhores fontes datam o ritual do Sacrifício do touro aproximadamente 100 anos depois que São Paulo escreveu Romanos 6: 1-4. Não há nenhum texto que permita afirmar que o Sacrifício do touro era realizado em memória da morte e ressurreição de Átis. O rito pagão simplesmente não pode ser a fonte do ensinamento de São Paulo aos Romanos 6, 1-4. É somente por colta do século 4º depois de Cristo que o ritual acrescentou a noção de renascimento. Vários estudos importantes mostram a influência dos ensinamentos cristãos sobre os desenvolvimentos mais tardios deste mito. Fica claro que o desenvolvimento cronológico do rito torna impossível qualquer influência que ele poderia ter no primeiro século do cristianismo. Os ensinamentos do Novo Testamento sobre o sangue devem ser vistos em referência aos ensinamentos do Antigo Testamento sobre a Páscoa e os sacrifícios do templo.
 
 

 
Mitra
 
Tentar reconstruir as crenças e préticas do Mitraísmo é difícil devido à falta de informação que sobreviveu sobre este assunto. Os adeptos do culto explicavam o mundo em termos de dois princípios últimos e opostos: um bom (a luz) e um mau (as trevas). Os humanos deviam escolher o princípio pelo qual deviam batalhar, pois estão em uma guerra entre a luz e as trevas. Mitra é considerado como o potente mediador que poderia ajudar os homens a se desfazer das forças demoníacas. A maior razão pela qual o Mitraismo não pode ter tido influência sobre o cristianismo do primeiro século é a cronologia. A expansão do Mitraismo ocorreu após a escrita dos livros do Novo Testamento, muito tarde para que pudesse ter influenciado o que se encontra nos livros do Novo Testamento. As dificuldades cronológicas fazem com que uma influência Mitraista sobre o início do cristianismo seja muito improvável. Em todo caso, não há nenhuma evidência crível para que se possa afirmar isso.
 
 
Paralelos surpreendentes?
 
Já foi dito o suficiente para permitir comentar um grande erro dos escritores mencionados anteriormente. Se trata da utilização de uma linguagem sem cuidado. Se encontra frequentemente escritores que usam uma terminologia cristã para descrever crenças e práticas pagãs e, em seguida, nos falam de paralelos surpreendentes que pensam ter descoberto. Alguns fazem um longo discurso para provar a dependência do cristianismo primitivo às religiões de mistério, descrevendo sua crença ou prática com uma terminologia cristã. J. Godwin afirma isso em seu livro: “Mystery Religions in the Ancient World”, o qual descreve a prática do criobolium (Quando a cerimônia utilizava um cordeiro ao invés de um touro, se chamava criobolium. Por ser o cordeiro mais barato que o touro, era uma prática corrente) como um batismo de sangue no qual o iniciado é lavado no sangue do cordeiro. Leitores desavisados podem ser surpreendidos pela similaridade com o cristianismo, enquanto os leitores com um certo conhecimento perceberão que uma tal afirmação é simplesmente uma reflexão enviesada. Os exageros e as simplificações são abundantes neste tipo de literatura. Há afirmações que aproximam o batismo e a última ceia com ritos dos cultos de mistério. Se encontra também tentativas de estabelecer analogias entre a ressurreição de Cristo e as supostas “ressurreições” das divindades de mistério. Essas tentativas implicam, entretanto, enormes simplificações e falta de atenção aos detalhes.
 
 
Rituais pagãos e sacramentos cristãos.
 
O simples fato de que o cristianismo tem uma ceia sagrada e uma cerimônia de lava-pés é considerado prova de que estas cerimônias foram copiadas de ceias similares e de lavamentos de cultos pagãos. Nelas mesmas, evidentemente, as similaridades não provam nada. Afinal, as cerimônias religiosas podem se limitar a uma única forma e elas vão, eventualmente, se relacionar a um aspecto importante ou comum da vida humana. A questão mais importante é o significado das práticas pagãs. As cerimônias de lavagem que precedem o Novo Testamento têm um significado diferente do batismo do Novo Testamento, enquanto que as cerimônias de lavagem pagãs posteriores ao ano 100 após Jesus Cristo são muito tardias para terem influenciado o Novo Testamento, e é muito provável que elas tenham sido influenciadas, elas próprias, pelo cristianismo.
 
As ceias sagradas das antigas religiões de mistério, gregas e pré-cristãs, não provam nada devido a um problema cronológico. As cerimônias gregas que supostamente teriam influenciado o cristianismo primitivo haviam desaparecido há muito tempo quando se chega ao tempo de Jesus e São Paulo. As ceias sagradas das religiões de mistério pós-cristãs, como o mitraísmo, são muito tardias. Em oposição aos ritos iniciáticos das religiões de mistério, o batismo cristão se baseia no que uma pessoa real e histórica – Jesus Cristo – fez na história. Os participantes dos cultos de mistério pensavam que o seu sacramento tinha o poder de dar o benefício individual da imortalidade de forma mecânica ou mágica, sem ter que passar por uma transformação moral ou espiritual. Não era certamente o ponto de vista de São Paulo sobre a salvação ou sobre o modo como agem os sacramentos cristãos. Em contraste com as cerimônias de iniciação pagãs, o batismo cristão não era uma cerimônia mecânica ou mágica. Evidentemente não se pode pretender encontrar a origem do batismo cristão no Sacrifício do touro (que é do século primeiro, de qualquer modo) ou nas cerimônias de lavagem dos mistérios pagãos. Sua origem se acha na cerimônia de purificação que se encontra no Antigo Testamento e na prática judia do batismo dos prosélitos, esta última sendo a fonte mais provável para a prática do batismo de São João Batista. De todas as religiões de mistério, somente o Mitraísmo tinha alguma coisa que poderia ser comparada à última Ceia. Um pedaço de pão e um copo de água eram colocados diante dos iniciados enquanto um sacerdote de Mitra dizia palavras durante as celebrações. Entretanto, dado que este ritual é posterior ao primeiro século, é impossível que ele tenha influenciado o cristianismo primitivo. As afirmações são de que a última Ceia derivou de uma ceia sagrada pagã se baseia unicamente sobre exageros ou simplificações. A tentativa de fazer supostos paralelos e analogias é um fracasso completo. Há muito mais chances de achar analogias à última Ceia se vasculharmos as tradições judaicas do que as tradições pagãs. A última Ceia faz referência a uma pessoa real e histórica e àquilo que ele faz na história. A última Ceia cristã faz referência à refeição da Páscoa judaica. As tentativas de achar nas fontes pagãs o batismo e a última Ceia devem ser consideradas como um fracasso.
 
Morte dos deuses e morte de Jesus Cristo
A melhor maneira de avaliar a suposta dependência das crenças do cristianismo primitivo sobre a morte e ressurreição de Cristo para com os mitos pagãos, de um deus morrendo e renascendo, é examinar atentamente os supostos paralelos. A morte de Jesus difere de outras mortes de deuses pagãos em pelo menos l modos:
  1. nenhum dos deuses pagãos morre no lugar de alguém. A noção do Filho de Deus que morre em nosso lugar é somente do cristianismo.
  2. Somente Jesus morre por nossos pecados. Como observa Gunter Wagner, nenhum dos deuses pagãos tinha a intenção de ajudar os homens. O tipo de morte que eles sofrem é diferente (acidente de caça, castração, etc.)
  3. Jesus morre de uma vez por todas (He 7, 27; 9, 25-28; 10, 10,14). Ao contrário, os deuses de mistério eram divindades da vegetação cuja morte e ressurreição se repetiam com o ciclo natural das estações.
  4. A morte de Jesus é um evento histórico. A morte dos deuses de mistério aparece unicamente em um drama mítico sem nenhuma ligação histórica. Sua repetição celebra a morte e o renascimento da natureza que se renova o tempo todo. O fato incontestável que a Igreja primitiva acreditava que Jesus estava morto e ressuscitou se baseia em um fundamento histórico, o que torna absurdo querer dizer que esta crença é derivada de um mito pagão não-histórico.
  5. Ao contrário dos deuses de mistério, Jesus morreu voluntariamente. Nada disso aparece nos mitos pagãos, nem implicitamente.
  6. E, finalmente, a morte de Jesus não foi um fracasso, mas um triunfo. O cristianismo se destaca de todas as religiões de mistério porque a mensagem da morte de Jesus é uma mensagem de triunfo. Mesmo que Jesus tenha experimentado a dor e a humilhação da cruz, Ele saiu vitorioso. A atitude de exaltação do Novo Testamento contrasta enormemente daquela das religiões de mistério, onde os adeptos estão tristes por causa do terrível destino de seu deus.
 
Ressurreição de Cristo e ressurreição dos deuses pagãos
Qual dos deuses pagãos realmente experimentou uma ressurreição dos mortos? Nenhum texto do primeiro período trata da ressurreição de Átis. A mesma coisa vale para Osiris. Pode-se falar da ressurreição nas estórias de Osisris, Atis e Adonis, mas unicamente em um sentido largo. Por exemplo, depois de Isis recolhe os pedaços do corpo desmembrado de Osiris, este se torna senhor dos mortos. É um pobre substituto com relação à ressurreição de Jesus Cristo. E também não se pode dizer que Mitra foi um deus que morreu e ressuscitou. Observando os fatos objetivamente, nos damos conta que as tentativas de algumas pessoas de mostrar que o cristianismo primitivo se inspirou em deuses pagãos, no que se refere à crença na morte e ressurreição de Jesus, são um fracasso. Nenhum fato objetivo permite afirmar isso.
 
 
Ressurreição cristã e ritos de iniciação pagãos
Neste assunto muitos escritores são repletos de generalizações para insinuar que o cristianismo primitivo copiou a noção de ressurreição dos mistérios pagãos. Mas as evidências mostram bem que não há doutrina da ressurreição que os cristãos pudessem ter copiado, pois isso não existia nas doutrinas pagãs pré-cristãs. Há muito poucas referências às noções de ressurreições que sobreviveram, e mesmo essas, são muito recentes e ambíguas. Não são fontes fortes o suficiente para permitir afirmar que o Novo Testamento teria copiado sua doutrina da ressurreição delas. A afirmação de que as religiões de mistério pré-cristãs consideravam que seu rito de iniciação era a mesma coisa que a ressurreição cristã não se apoia em nenhuma evidência dos textos antigos e pesquisas atuais. Certos autores leem os textos mais recentes sobre estes mitos e aplicam o que leem nos textos sobre os ritos mais antigos, que são então interpretados como ritos iniciáticos do novo nascimento. Entretanto, a crença de que os cultos pré-cristãos utilizavam o termo “ressurreição” ou “renascimento” não é encontrado em nenhum texto. A maioria dos pesquisadores contemporâneos mantém a posição de que a utilização do conceito de renascimento para os cultos pagãos (As evidências deste conceito se reencontram unicamente nos textos posteriores ao ano 300 após Jesus Cristo) diferem grandemente da utilização que o Novo Testamento faz dele. O máximo que os pesquisadores são capazes de conceder é a possibilidade que certos cristãos tenham copiado a metáfora ou o imaginário da ressurreição da linguagem corrente da época, mas o reinterpretando com sua doutrina teológica respectiva. Então, mesmo que a palavra “ressurreição” ou “renascimento” seja Helenístico, a palavra tinha um significado puramente cristão.
 
Resumo dos argumentos
Podemos notar sete pontos que mostram bem porque o cristianismo dos primeiros séculos não pode ter copiado suas crenças e práticas essenciais das religiões de mistério pagãs.
  1. Os argumentos apresentados para provar a dependência do Cristianismo para com os cultos de mistério ilustram a lógica falaciosa da causa falsa. Este argumento falacioso é cometido quando alguém raciocina que unicamente porque duas coisas existem uma ao lado da outra, uma deve ter causado a outra. Como deveríamos todos saber, uma coincidência não prova causalidade. É a mesma coisa com a similaridade, ela não prova a dependência.
  2. Várias similaridades entre o cristianismo e as religiões de mistério são muito exageradas ou fabricadas. Outros descrevem frequentemente os ritos pagãos com uma linguagem trazida do cristianismo. Uma utilização não atenta da linguagem poderia levar alguém a falar de uma última ceia no Mitraísmo ou de um batismo no culto de Isis. É igualmente um contrassenso usar a palavra salvador, que faz referência à palavra Salvador do Novo Testamento, e aplica-la a Osiris ou a Atis como se eles fossem deuses salvadores assim como Cristo
  3. A cronologia é ruim. Quase todas as fontes de informações sobre as religiões pagãs que supostamente influenciaram o Cristianismo são muito recentes. Se encontra frequentemente autores citando documentos escritos 300 anos após São Paulo com a finalidade de demonstrar que esses documentos influenciaram São Paulo. Isso não tem sentido. Nós devemos rejeitar a ideia de que porque um culto tinha uma certa crença ou prática do terceiro ou quarto século após Jesus Cristo, ele tinha necessariamente a mesma crença ou prática do primeiro século. As crenças e práticas destas religiões de mistério evoluíram muito, dado que eram sincréticas. Portanto, devemos nos ater à história e se não há fontes que afirmam que uma certa religião tinha uma certa prática no primeiro século, então se deve concluir que não é verdade.
  4. São Paulo não teria jamais copiado conscientemente crenças das religiões pagãs. Por exemplo, ele enfatiza quanto a uma forma estrita de judaísmo (Fil 3, 5). Preveniu os Colossenses de influências humanas que poderiam levar a um cristianismo sincrético (Col 2, 8).
  5. O cristianismo primitivo era uma fé exclusiva. Como explica J. Machen, os cultos de mistério não eram exclusivos: “Um homem poderia ser um iniciado no culto de Isis ou de Mitra sem ter que abandonar suas crenças anteriores. Entretanto se ele fosse recebido em uma Igreja cristã, de acordo com os ensinamentos de São Paulo, ele deveria abandonar todas as outras crenças pela de Nosso Senhor Jesus Cristo... O sincretismo estava presente no mundo greco-romano. A religião de São Paulo e a religião de Israel eram únicas. O exclusivismo devia ser um ponto de partida para todas as reflexões possíveis quanto às relações possíveis entre o Cristianismo e seus competidores pagãos. Se os pagãos tivessem encontrados elementos de sincretismo no Novo Testamento, isso teria sido uma causa imediata de controvérsia.
  6. Contrariamente às religiões de mistério, a religião de São Paulo é realmente ancorada sobre eventos que ocorreram na história. O misticismo dos cultos de mistério é essencialmente não histórico. Seus mitos eram dramas, que correspondiam àquilo a que os iniciados eram submetidos. Não eram eventos históricos, comparáveis à vida e morte de Cristo. A afirmação de que o Cristo seja uma pessoa histórica num tempo e lugar definidos faz com que não se possa traçar paralelos com as religiões de mistério pagãs.
  7. Os poucos paralelos que restam podem ser consequência da influência do cristianismo sobre os sistemas pagãos. Não seria surpreendente que os chefes dos cultos pagãos, vendo que o cristianismo se tornava mais potente que eles, tenham feito alguma coisa para contrapor a escalada do cristianismo. Qual a melhor maneira de enfrentar o cristianismo do que oferecer práticas pagãs similares àquelas do cristianismo? As tentativas dos pagãos para contrapor a expansão do cristianismo imitando-o são claramente presentes nas medidas instituídas por Juliano II o filósofo, que foi imperador Romano de 360 a 363 após Jesus Cristo. Ele abjura o cristianismo tentando criar um sincretismo pagão, e ele reestabeleceu o paganismo para tentar frear a expansão cristã.
 
Conclusão
Os esforços para diminuir a originalidade única da revelação cristã afirmando que ela é unicamente uma cópia dos mitos pagãos desmoronam rapidamente quando alguém tem todas as informações disponíveis. Fica claro que os argumentos empregados por estes autores são unicamente de uma má pesquisa. Ainda assim essa conclusão poderia ser muito generosa. Uma melhor explicação a estes maus argumentos poderia ser simplesmente a má fé ...
 
Apresento a seguir 2 comparações de forma esquemática. Creio que não seja necessário refutar cada um dos deuses que foram apresentados pelo mulçumano, seria perda de tempo. Esta mesma análise poderia ser feita com cada um.
 
 
Sobre Cristo e Átis:
 
Átis (em grego clássico: Ἄττις ou Ἄττης) era uma deidade nas mitologias frígia e grega. Seus sacerdotes eram eunucos, como explicado por mitos de origem referentes a Átis e sua castração. Era um deus de vegetação e em sua auto-mutilação, morte e ressurreição, ele representa os frutos da terra, que morrem no inverno para subir novamente na primavera. A identificação do século XIX com o nome Atys encontrado em Heródoto (I.34-45) como o nome histórico do filho de Creso, como "Atys o deus do sol, que foi morto por presa de javali do inverno", está enganado . O túmulo de Átis encontrava-se na cidade frígia
 de Pessinus, na base do monte Agdistis
 
 
 
 
Fatos apresentados como sendo semelhante entre Cristo e o deus mitológico
 
Mitologia sobre Átis
Nascimento Virginal
De acordo com a lenda, Agdistis, um monstro hermafrodita, levantou-se da terra como um descendente de Zeus. Agdistis gera o rio Sangarius que revelou a ninfa, Nana, que ou traz uma amêndoa em seu peito e se torna grávida pela amêndoa ou se senta debaixo de uma árvore onde uma amêndoa cai em seu colo e a engravida. Nana depois abandona a criança que é cuidada por uma cabra. Somos levados a assumir que Attis é concebido de uma semente de amêndoa que cai de uma árvore como resultado do sêmen derramado de Zeus.
25 de Dezembro
Este argumento é simplesmente insignificante em relação ao Cristianismo, já que a Bíblia em nenhum momento afirma a data exata em que Jesus nasceu. O que sabemos é que Ele nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde ao mês de setembro ou outubro do nosso calendário. Além do mais, não há menção desta data tendo qualquer relação com Attis – ele é associado com o retorno anual da primavera
Crucifixão
Esta similaridade é completamente falsa. Attis se castrou debaixo de um pinheiro depois de ser feito insano antes de seu casamento com Agdistis quando ela se apaixona por ele. Seu sangue flui pelo chão através de seu órgão ferido e gera um trecho de violetas. Críticos tentam associar a morte de Attis debaixo de uma árvore com a morte de Jesus em uma “árvore”. Eles também tentam conectar o sangue de Jesus saindo de suas feridas com o sangue de Attis causado por sua auto-castração. Mas podemos ver que não há relação alguma.
Ressurreição
Em uma versão, Agdistis é tomado por um remorso por suas ações e pede a Zeus que preserve o belo corpo de Attis de forma que ele nunca se decomponha. Nenhuma ressurreição ocorre com Attis. Em outro relato, Agdistis e a Grande Mãe (ou Cibele) leva o pinheiro para uma caverna onde ambos se lamentam pela morte de Attis. A história da ressurreição surge muito tempo depois, quando Attis é transformado em um pinheiro.
 

 
 
Sobre Cristo e Horus:
 
Hórus (ou Heru-sa-AsetHer"urHrwHrHor-Hekenu ou Ra-Hoor-Khuit) é o deus dos céus e dos Vivos.[1], muito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte de Osíris. Hórus era filho de Osíris e de Ísis.
Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Set, tanto por vingança pela morte do pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito
 
O filme Zeitgeist faz estas afirmações sobre o deus egípcio Hórus:
·       Ele nasceu em 25 de dezembro de uma virgem – Isis Maria;
·       Uma estrela no Oriente proclamou a sua chegada;
·       Três reis foram adorar o “salvador” recém-nascido;
·       Aos 12 anos de idade, quando ainda um menino, ele tornou-se um professor prodígio;
·       Aos 30 anos ele foi “batizado” e começou um “ministério”;
·       Hórus tinha doze “discípulos”;
·       Hórus foi traído;
·       Ele foi crucificado;
·       Ele foi sepultado por três dias;
·       Ele foi ressuscitado depois de três dias.
 

 
Fatos apresentados como sendo semelhante entre Cristo e o deus mitológico
 
Mitologia sobre Horus
Nascimento Virginal
Hórus nasceu de Ísis; não há qualquer menção na história de sua mãe sendo chamada de “Maria”. Além disso, Maria é a nossa forma latinizada de seu nome verdadeiro “Miryam” ou Miriam. “Maria” não foi nem usado nos textos originais das Escrituras.
Ísis não era virgem; ela era a viúva de Osíris, com quem concebeu Hórus;
 
25 de Dezembro
Hórus nasceu durante o mês de Khoiak (outubro/novembro) e não no dia 25 de dezembro. Além disso, a Bíblia não menciona a data exata do nascimento de Cristo;
Visita dos Reis Magos
Não há qualquer registro de três reis visitando Hórus em seu nascimento. E mesmo que houvesse, isso nem se assemelha à narrativa bíblica, que afirma apenas que foram magos, e não reis que visitaram Jesus: “Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém.” (Mateus 2:1). A afirmação de que eram “três” também é falsa. Em lugar nenhum o relato diz que eram três; talvez alguns erroneamente deduziram do número de presentes: ouro, incenso e mirra. Ora, o número de presentes não determina o número de magos!
Salvador
Hórus não é um “salvador” de qualquer forma e nunca morreu por ninguém
Ensinava aos 12 anos
Não há relatos de Hórus sendo um professor aos 12 anos de idade
Batismo aos 30 anos
Hórus não foi “batizado”. O único relato de Hórus que envolve a água é uma história onde ele é despedaçado e Ísis pede ao deus crocodilo que o pesque da água onde havia sido colocado;
Ministério
Hórus não tinha um “ministério”
12 discípulos
Hórus não tinha 12 discípulos. De acordo com as narrativas, Hórus tinha quatro semi-deuses que eram seguidores e algumas indicações de 16 seguidores humanos e um número desconhecido de ferreiros que entraram em batalha com ele
Traição por um amigo
Não existe nenhuma narrativa de Hórus sendo traído por um amigo
Crucifixão
Hórus não morreu por crucificação. Há vários relatos da morte de Hórus, mas nenhum deles envolve a crucificação
Sepultado por 3 dias
Não existe nenhum relato de Hórus sendo sepultado por três dias
Ressurreição
Hórus não foi ressuscitado. Não existe nenhuma narrativa de Hórus saindo do túmulo com o mesmo corpo de quando entrou. Alguns relatos narram Hórus/Osíris sendo trazidos de volta à vida por Ísis e sendo o senhor do submundo

 
 
 
2) Sobre a existência e os fatos da vida e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo
 
Quanto à veracidade do Novo Testamento, nenhum outro escrito da antiguidade é melhor estabelecido historicamente. Seus autores se mostraram prontos a morrer para testemunhar que Jesus ressuscitou dos mortos. Se pode morrer por uma mentira se acreditando que é verdade, mas ninguém morreria por uma mentira sabendo que é mentira. Se alguém estivesse a ponto de morrer crucificado, como São Pedro, bastando a ele renunciar ao que disse, como acreditar que ele aceitaria esta morte caso não fosse verdadeiro o que afirmava?
 
 
Além disso, a História demonstra que o mito e a História não se misturam senão após, ao menos, duas gerações, pois enquanto há testemunhos dos acontecimentos, os erros podem ser refutados e as criações mitológicas reveladas. Todos os Evangelhos do Novo Testamento foram escritos com as testemunhas ainda vivas. Algumas epístolas de São Paulo foram escritas por volta do ano 50 depois de Cristo. Ele faz referência direta a testemunhas de sua época ao escrever.
 
O Novo Testamento atesta que no Século I Jesus não se parecia com nenhum outro deus. Quando São Paulo pregou em Atenas, alguns filósofos epicureus e estoicos conversaram com ele. Diziam uns: “Que quer dizer esse tagarela?”. Outros: “Parece que é pregador de novos deuses”. Pois lhes anunciava Jesus e a Ressurreição.
 
Tomaram-no consigo e levaram-no ao Areópago, e lhe perguntaram:
 
“Podemos saber que nova doutrina é essa que pregas?
“Pois o que nos trazes aos ouvidos nos parece muito estranho. Queremos saber o que vem a ser isso.”
 
É claro que se São Paulo não estivesse senão repetindo as histórias de outros deuses, os Atenienses não teriam qualificado sua doutrina de “nova” e de “estranha”. Se as divindades que morriam e ressuscitavam fossem tão comuns no Século I, então por que, quando São Paulo pregou a ressurreição de Jesus, os Epicureus e Estoicos não reagiram dizendo: “Ah sim, como Horus e Mitra!”?
 
Para concluir, a ideia segundo a qual Jesus seria uma cópia de divindades mitológicas á a criação de autores cuja obra não foi acatada pelo mundo universitário, confirma os erros de lógica e não pode ser comparada aos Evangelhos do Novo Testamento, que resistiram por quase 2.000 anos de crítica intensa, Os pretensos paralelos entre Jesus e outras divindades desaparecem ao se examinar os mitos originais. A teoria do mito de Jesus repousa sobre descrições tendenciosas, termos redefinidos e hipóteses erradas.
 
 
Veja também:
 
 
 
Referências:
Algumas das informações são dos sites:
 
www.defendendoafecrista.wordpress.com
 
 
Wikipedia
 
 
Entrevista com o Dr. Chris Forbes, professor Sênior do Departamento de História Antiga da Universidade de Macquarie em Sidney, Austrália, especialista em história da religião. (Assista a entrevista AQUI.)
 
Programa “Evidências – Seria Jesus um Plágio?”, apresentado pelo Dr. Rodrigo Silva, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Faculdade de Teologia N.S. Assunção (SP), Pós-doutor em Arqueologia Bíblica pela Andrews University (EUA). (Assista AQUI.)
 
Salve Maria
Celso Gubitoso