Prezado Inisio, salve Maria.

A Igreja cismática oriental separou-se da Igreja Católica Apostólica Romana no século XI.

Inicialmente, a separação foi realizada pelo Patriarca de Constantinopla, que pretendia ter autonomia em relação ao Papa. Um de seus argumentos era que o chefe da Igreja devia ser o Bispo da capital do Império, naquele tempo Constantinopla. Mais tarde, quando Constantinopla caiu em poder dos turcos, o Patriarca de Moscou exigiu a chefia da Igreja, pois Moscou era então a capital do Império russo.

Os cismáticos sempre se arrogaram o título de ortodoxos, pois afirmam ter a doutrina verdadeira (a palavra ortodoxia significa doutrina correta).

Em geral, pensa-se que eles formam uma Igreja una, como a Católica, o que não é verdade. Os cismáticos se dividem em várias igrejas diferentes, chefiadas por Patriarcas diferentes. Assim, os cismáticos russos não aceitam os gregos, por exemplo.

Com relação à Igreja Católica, os principais pontos de divergência são: 1- A recusa de aceitar o Papa como chefe da Igreja, com poder de jurisdição, isto é, de mando; 2 -A recusa de aceitar a doutrina de que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Os cismáticos recusam que o Espírito Santo proceda também do Filho; 3 - Os cismáticos recusam todos os dogmas proclamados pela Igreja Católica, depois do cisma. Assim, os cismáticos não aceitam, por exemplo, o dogma da Infalibilidade Papal e o da Assunção de Nossa Senhora ao céu.

A ausência de um poder unificador -- como o do Papa-- causou inúmeras divisões doutrinárias entre os cismáticos, semelhantemente ao que aconteceu com os protestantes.

in Corde Jesu, semper, Orlando Fedeli