Apologética

A Ignorância Infernal contra a Bíblia Sagrada: o golpe final contra o espírita José Reis Chaves
Eder Moreira
 
 
 
Acostumados com a carência de lógica nos escritos do teósofo e biblista José Reis Chaves, não surpreendeu – mais uma vez – sua escancarada charlatanice no intento de convencer seus leitores de que a Bíblia é um livro repleto de adulterações e infestado de doutrinas equivocadas, contendo, ao mesmo tempo, invenções humanas e apenas 18% de Palavra de Deus nos Evangelhos. A escritura que para Kardec era o “código divino”, diante do qual “... a própria incredulidade se curva” (Evangelho segundo o Espiritismo), para Chaves e sua sabedoria espírita, não passa de um compilado de homens que corromperam a verdadeira mensagem de Jesus Cristo:

“Os teólogos dos primeiros séculos do cristianismo e até mesmo os próprios apóstolos e autores do Novo Testamento, nem sempre conhecedores dos verdadeiros ensinamentos que o enviado de Deus nos trouxe, ensinaram doutrinas erradas [...] Os textos materialistas citados nos demonstram que a Bíblia jamais pode ser considerada, na íntegra, a palavra de Deus.”

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/pela-biblia-o-que-importa-e-o-espirito-pois-o-corpo-e-po-1.1325775

Mas qual seria a fonte fidedigna de Chaves contra a integridade e veracidade da Letra Sagrada? Um espírito consolador? Um piedoso fantasma consultado numa sessão mediúnica? A falida e fuzilada “autoridade”, fundamento da acusação chavista, chama-se Bart Ehrman, um ateu que declarou – contraditoriamente – ter a Bíblia 400 mil alterações textuais.

Diante desse ataque infantil ao Livro de Deus, Chaves apressadamente vociferou sua conclusão:

“Infelizmente, a Bíblia é uma das obras mais alteradas do mundo. Só Lutero retirou dela sete livros. E, atualmente, as suas alterações são, principalmente, para ocultar as verdades da reencarnação e do espiritismo nela encontradas com uma clareza meridiana. O norte-americano Bart D. Ehrman, o maior biblista do mundo atual, diz, em “O Que Jesus Disse? O Que Jesus Não Disse?” (Prestígio Editora, Rio, com selo da Ediouro), que ela tem cerca de 400 mil alterações. Acredite nesses adulteradores quem quiser!”

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/as-400-mil-alteracoes-da-biblia-e-suas-abusivas-interpretacoes-1.1058089

Fanático pelo espiritismo, Chaves engoliu docilmente – sem prévia investigação – a mentira de que a Bíblia contém somente 18% de verdade, sendo, o restante (82%), mentiras ou invenções:

“Hoje, pode-se falar com a Igreja que a Bíblia contém a palavra de Deus escrita por homens. E a instituição norte-americana Seminário de Jesus, composta de ex-padres e ex-pastores famosos por seu grande conhecimento bíblico-teológico, afirma que são verdades apenas 18% do que a Bíblia ensina que Jesus disse (“O que Jesus Disse? O que Jesus não Disse?”, Bart D. Ehrman, maior biblista do mundo atual)”.

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/falsificacoes-da-biblia-e-suas-interpretacoes-contra-o-espiritismo-1.1310288

Até quando Chaves será escravo de sua desastrosa ignorância infernal? Uma leve pesquisa teria persuadido nosso adversário kardecista de que o “maior biblista” – Bart Ehrman – não passa de um sensacionalista desacreditado por um esquadrão de eruditos, tão ou mais gabaritados para dizer que, de acordo com as evidências cientificas, a Bíblia contém 100% a Palavra de Deus.

Dissemos ser contraditória a fonte de Chaves, uma vez que, o próprio Bart Ehrman, antes de sua cética patifaria, havia declarado, juntamente com seu erudito mestre Bruce M. Metzger, a seguinte conclusão científica, após meticulosa análise crítica da Bíblia:  

“A despeito das complicações, a maioria dos críticos textuais concordaria que nossos manuscritos para cada livro da Bíblia seja de Gálatas, 2 Coríntios ou João, de um jeito ou de outro nos leva de volta ao texto como ele foi originalmente produzido... e publicado” (Bruce M. Metzger & Bart D. Ehrman. The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration. Oxford University Press: New York, 2005, p. 274).

Teria Chaves analisado previamente os fundamentos da conclusão de Bart Ehrman sobre a confiabilidade bíblica? É claro que o discípulo de Kardec não está interessado na Verdade, mas somente em comprovar, com invenções e omissões, as mentiras do espiritismo. A propósito, o mestre do “maior biblista” – Bruce M. Metzger – coautor da obra referenciada, não seguiu seu pupilo em seu posterior ceticismo insustentável. Metzger permaneceu confiante em sua constatação. É o que se verifica na obra de Lee Strobel, onde este autor registra a convicta resposta do Ph.D.:

“Os estudiosos trabalham muito cuidadosamente para tentar solucioná-las (variações textuais), devolvendo-lhes o significado original. As variações mais significativas não solapam nenhuma doutrina da igreja. Qualquer Bíblia que se preza vem com notas que indicam as variações de texto mais importantes. Mas, como eu já disse, esses casos são raros” (Bruce M. Metzger, Ph.D. in Lee Strobel. Em defesa de Cristo. Editora Vida: São Paulo, 2001, p. 85).

Essa é a posição inalterada do Mestre de Bart Ehrman. As variações entre os milhares de manuscritos bíblicos são irrelevantes, pois não comprometem a doutrina ou o ensinamento da Igreja. Com menos fanatismo, Chaves teria encontrado essas informações em uma ligeira pesquisa na internet, e assim nos poupado de mais uma vergonhosa ignorância Infernal.

Como o espírita encheu a boca para dizer que Bart Ehrman é o maior biblista do mundo – imagina se não fosse – vale destacar os títulos do Mestre dele, Bruce M. Metzger, conforme descrito por Lee Strobel (ex-ateu), em seu Livro “Em defesa de Cristo”:

“Metzger é mestre pelo Seminário e pela Universidade de Princeton, onde fez também seu doutorado. É doutor honorário por cinco faculdades e universidades, dentre elas a St. Andrews University, da Escócia, a Universidade de Munster, na Alemanha, e a Potchefstroom, da África do Sul. Em 1969, foi professor na Tyndale House, em Cambridge, Inglaterra. Também lecionou em Clare Hall, Universidade de Cambridge, em 1974, e no Wolfson College, em Oxford, em 1979. Atualmente é professor emérito do Seminário Teológico de Princeton, depois de uma carreira de 46 anos ensinando o Novo Testamento. Metzinger é presidente do Comitê responsável pela New revised standard version [Nova versão-padrão revisada] da Bíblia, colaborador da Academia Britânica e membro do kuratorium do Instituo Vetus Latina, do mosteiro de Beuron, na Alemanha. Foi presidente da Sociedade de Literatura Bíblica, da Sociedade Internacional para Estudos do Novo Testamento e da Sociedade Patrística Norte-Americana” (Lee Strobel. Em defesa de Cristo. Editora Vida: São Paulo, 2001, p.74).

Temos então o parecer de uma grande autoridade bíblica, doutor e mestre do desacreditado Bart Ehrman.

Mas Chaves se conformou com a cética opinião do ateu contraditório!

Assim “brilha” a honestidade chavista!

Onde estão os espíritos evoluídos para ajudar Reis Chaves em sua ignorância infernal?

Fraudes do impostor Allan Kardec!

Não pense, precipitadamente, que Metzger é erudito isolado em sua defesa da Bíblia Sagrada. Como disse, temos um esquadrão contra o alucinado Bart Ehrman e o enganado pupilo de ateus, José Reis Chaves.

Somando voz na orquestra pela Palavra de Deus, soa harmoniosa a declaração do escocês F. F. Bruce:

“Quando se trata de escritos como os do Novo Testamento, copiados e recopiados milhares de vezes, a margem de erros de copistas aumenta de tal modo que é surpreendente não seja a cifra muito maior do que o é. Felizmente, se o elevado número de mss. aumenta o índice de erros escribais, aumenta, em medida idêntica, os meios para a correção desses erros, de sorte que a margem de dúvida deixada no processo de restauração dos termos exatos do original não é tão grande como se poderia temer; pelo contrário, é, em verdade, marcadamente reduzida. As variantes que subsistem passíveis de certa dúvida aos olhos dos críticos textuais não afetam nenhum ponto importante, seja em matéria de fato histórico, seja questões de fé e prática” (F.F. Bruce. Merece Confiança o Novo Testamento? Edições Vida Nova: São Paulo. 1965, p. 27).

Para que nossa referência pró-bíblica tenha alguma chance de competição com o grande biblista Bart Ehrman, explicitaremos as credenciais de F. F. Bruce.

Uma leve pesquisa nos informa que esse teólogo possui formação pelas universidades de Aberdeen, Cambridge e Viena. Ocupou o cargo de docente de Grego pelas universidades de Edimburgo e de Leeds. Posteriormente, assumiu o departamento de História e Literatura Bíblica na Universidade de Sheffield. Por fim, atuou na universidade de Manchester, onde foi professor da cátedra Rylands de Crítica e Exegese. Ademais, publicou vários livros em defesa da Bíblia Sagrada. 

Não é o maior biblista do mundo, mas possui alguma credibilidade entre os renomados da elite científica.

Em outra publicação, o mesmo F. F. Bruce nos assegurou:

“Não há nenhum corpus da literatura antiga que goza de tanta qualidade para confirmá-lo quanto o Novo Testamento”

“There is no body of ancient literature in the world which enjoys such a wealth of good textual attestation as the New Testament” (F. F. Bruce. The Books and the Parchments. Revell Company: New Jersey, 1963, p.178).

A ignorância chavista lamentavelmente não pesquisou antes de coroar, levianamente, o contraditório ceticismo de Bart Ehrman.

Onde estão os sábios espíritos evoluídos para libertar Reis Chaves de sua infernal ignorância?

Lorota Kardecista!

A terceira autoridade científica, na contramão de Bart Ehrman – o maior biblista do mundo – chama-se Sir Frederic Kenion, paleontólogo britânico. Segundo esse erudito, estudioso da Bíblia, tanto a autenticidade quanto a integridade do Novo Testamento foram demonstradas cientificamente, sendo, por conseguinte, uma questão encerrada:

“The interval then between the dates of original composition and the earliest extant evidence becomes so small as to be in fact negligible, and the last foundation for any doubt that the Scriptures have come down to us substantially as they were written has now been removed. Both the authenticity and the general integrity of the books of the New Testament may be regarded as finally established”

“O intervalo, então, entre as datas da composição original e a mais antiga evidência subsistente se torna tão reduzido de sorte a ser praticamente desprezível, e o derradeiro fundamento para qualquer dúvida de que nos haja as Escrituras chegado às mãos substancialmente como foram escritas já agora não mais persiste. Tanto a autenticidade quanto a integridade geral dos livros do Novo Testamento se podem considerar como firmadas de modo absoluto e final” (Sir Frederic Kenion. The Bible and Archaeology. George G. Harrap E Co. Ltd. 1940, p. 288-289).

Mas quem foi Sir Frederic Kenion? Um paleontólogo, estudioso da Bíblia, diretor do Museu Britânico e presidente da Academia Britânica.

Bart Ehrman, a escopeta enferrujada de Chaves, tem contra seu ceticismo irracional, adversários de alto-calibre e envergadura intelectual. Não será fácil para o ateu sustentar o cinturão de maior biblista mundial!

José Reis, sem antes consultar a corte dos espíritos evoluídos, vaticinou conter a Bíblia apenas 18% de verdades de Jesus Cristo. Porém, rebatendo essa mentira ignorante de Chaves e suas fontes infernais, escreveram, em comum acordo, os estudiosos Norman Leo Geisler e William Nix:

“Por exemplo, embora haja cerca de 200 000 ‘erros’ nos manuscritos do Novo Testamento, eles só aparecem em cerca de 10 000 trechos, e apenas cerca de uma sexagésima parte deles ergue-se acima do nível das trivialidades. Westcott e Hort, Ezra Abbot, Philip Schaff e A. T. Robertson avaliaram com o máximo cuidado as evidências e chegaram à conclusão de que o texto do Novo Testamento tem pureza superior a 99%. À luz do fato de haver mais de 5 000 manuscritos gregos, cerca de 9 000 versões e traduções, as evidências da integridade do Novo Testamento estão fora de questão” (Norman Geisler & William Nix. Introdução bíblica: como a Bíblia chegou até nós. Editora Vida: São Paulo, 1997, p.183).

De 18%, porcentagem da ignorância chavista, subimos para 99% de pureza, segundo as evidências acerca da integridade do Novo Testamento.

Mas quem são Norman Geisler e William Nix? O primeiro, Ph. D em filosofia pela Loyola University Chicago e professor universitário por cinquenta anos. O segundo, Ph. D pela University de Oklahoma.

Ainda sobre a pureza do ensino de Jesus Cristo, registrado pelos primeiros Apóstolos, dispomos da respeitada declaração do erudito Craig Blomberg, Doutor em Novo Testamento:

“As datas estabelecidas no meio acadêmico, mesmo nos círculos mais liberais, situam Marcos nos anos na década de 70, Mateus e Lucas na década de 80, e João na década de 90. Observe que essas datas ainda estão dentro do período de vida de várias pessoas que foram testemunhas oculares da vida de Jesus, inclusive daquelas que lhe foram hostis, e que por isso poderiam atuar como parâmetro de correção caso houvesse em circulação algum ensinamento falso sobre Jesus” (in Lee Strobel. Em defesa de Cristo. São Paulo: editora Vida, 2001, p.42).

 

Na mesma linha de concordância, declarou William Lane Craig, Doutor em Filosofia e Teologia:

“É verdade que o Novo Testamento é o livro mais bem atestado da história antiga, tanto no que se refere à quantidade de manuscritos quanto em relação à proximidade desses manuscritos da data dos originais. O que isso vem provar é que o texto do Novo Testamento que temos hoje é quase exatamente o mesmo texto escrito originalmente. De aproximadamente 138 mil palavras do Novo Testamento, só cerca de 1.400 permanecem duvidosas. O texto do Novo testamento está, portanto, cerca de 99% comprovado. Isso significa que, hoje, ao se ter à mão um Novo Testamento (grego), é possível ter-se a certeza de estar lendo o texto conforme escrito originalmente. Além disso, esse duvidoso1% que resta está relacionado com palavras triviais que não tem nenhuma importância. Essa conclusão é importante porque põe por terra as alegações de muçulmanos, mórmons e outros de que o texto do Novo Testamento foi corrompido...” (William Lane Craig. A Razão de nossa Fé: Respostas a perguntas difíceis sobre Deus, o Cristianismo e a Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2018, p. 114).

Com que base diz Chaves que os Apóstolos ensinaram na Bíblia doutrinas equivocadas? Que o livro de Deus contém, inutilmente, apenas 18% de verdade evangélica de Cristo? Ora, já no primeiro século (96 d.C.) temos assegurada a credibilidade dos textos bíblicos, conforme o pontifical testemunho de São Clemente Romano, colaborador de São Paulo e contemporâneo dos escritores sagrados:

 

“Vós vos curvastes sobre a Sagradas Escrituras, essas verdadeiras Escrituras dadas pelo Espírito Santo. Sabeis que nada de injusto e de falso está escrito nelas” (Clemente Romano, 1ª Carta aos Coríntios, IV).

Para finalizar, trazemos uma prova cabal de que a Verdade de Deus se manteve intacta, mesmo nas cópias que chegaram até as gerações posteriores. Trata-se de um rolo, livro do profeta Isaías, encontrado no mar Morto em 1947. E qual foi a constatação após análise dos especialistas? Para a tristeza de Chaves, o seguidor de ateus ignorantes, a Verdade foi cientificamente corroborada:

“Com o rolo de Isaías achado no mar Morto em 1947, possuímos de agora em diante um texto hebraico da Bíblia cerca de mil anos mais antigo. Uma circunstância extraordinária e feliz é que o velho rolo de Isaías tem exatamente sessenta e seis capítulos, como o livro do profeta impresso em hebraico, grego, latim, alemão e em outras línguas, e concorda textualmente com a redação atual” (Werner Keller. E a Bíblia Tinha Razão. Melhoramentos: São Paulo, 2005, p. 411)

Assim atua a ignorância infernal de José Reis Chaves, explorando a ignorância dos cabritos reencarnacionistas, enganados pelas mentiras do falsário Allan Kardec. A desorientação do discípulo kardecista é tão aberrante que ele nem imaginava que, desqualificando a Bíblia, ele inevitavelmente atingiria a credibilidade do Evangelho segundo o Espiritismo. Ora, como poderia ser confiável um “evangelho” baseado em textos corrompidos, poluídos de doutrinas equivocadas, contendo apenas 18% de verdade e 400 mil modificações? De textos suspeitos não se poderia obter uma interpretação confiável. Logo, o “evangelho” de Kardec é tão suspeito e equivocado quanto os textos suspeitos e corruptos do Novo Testamento, segundo o ceticismo ateu de José Reis Chaves.

Reestabelecida a dignidade da Palavra de Deus, atacada sem sucesso pelas garras mediúnicas de Chaves, mostraremos, a seguir, a insustentável interpretação espírita sobre o versículo evangélico que se refere ao nascimento espiritual pela graça do Batismo.

Insistente na ideia de que a Bíblia foi capciosamente adulterada, com o propósito de esconder uma suposta doutrina bíblica do espiritismo, Chaves elabora uma desesperada ladainha:

“Jesus ensinou que, para chegarmos ao reino de Deus, nós temos que nascer ‘de novo’ da água e do espírito (João 3: 3). Nascer de novo do espírito é mudança de vida para melhor ou evolução. E nascer de novo da água (líquido amniótico) é reencarnar. E o excelso Mestre até fez questão de reforçar a sua tese reencarnacionista dizendo: é necessário nascer de novo da carne, ou seja, nascer de novo dos pais. Ora, isso é ‘ipsis verbis’ e ‘ipsis litteris’ reencarnação. A prova disso é que os tradutores estão mudando a tradução da expressão ‘anothen’ (‘de novo’) para ‘do alto’, para ocultar a ideia da reencarnação [...] Isso demonstra o seu desespero para ocultarem a reencarnação”

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/as-400-mil-alteracoes-da-biblia-e-suas-abusivas-interpretacoes-1.1058089

A Igreja jamais precisou alterar textos para vencer qualquer heresia, tampouco a mentira da reencarnação. A própria lógica se encarrega dessa tarefa irreversível. No entanto, para refutar essa interpretação descabida do espiritismo sobre a conversa entre Cristo e Nicodemos, reproduziremos na íntegra o trecho do Evangelho de São João, conforme a tradução do Pe. Matos Soares:

“Em verdade, em verdade te digo que não pode ver o reino de Deus, senão aquele que nascer de novo. Nicodemos disse-lhe: Como pode um homem nascer de novo, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e renascer? Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que quem não renascer por meio da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus. O que nasceu da carne, é carne, e o que nasceu do espírito, é espírito. Não te maravilhes de eu te dize: É preciso que vós nasçais de novo” (São João III, 3-7).

A própria língua original do Evangelho [grego koiné] desqualifica a “exegese” da reencarnação, como bem salientou o Frei Boaventura Kloppenburg:

“São João escreveu seu evangelho em grego. A palavra que interessa no caso é o ‘nascer de novo’. No original grego diz ánoothen que quer dizer: nascer do alto. Por isso a tradução exata da passagem seria assim: ‘Quem não nascer do alto não pode entrar no reino de Deus’. Já se vê que assim a dificuldade é sensivelmente menor, se é que já não desapareceu de todo” (Espiritismo: Orientação para os Católicos. São Paulo: Loyola, 1989, p. 117-118).

A propósito, uma análise integral do fragmento, juntamente com outros versículos correlatos, confirma tratar-se de um nascimento espiritual – do alto – e não por reencarnação.

Diante da incompreensão de Nicodemos, que entendeu fisicamente o renascer espiritual da pregação de Cristo, Nosso Senhor faz então uma oportuna distinção, indicando que não estava falando de um nascer segundo a carne [o que nasceu da carne, é carne], como se dá no ventre materno, mas de um novo nascimento espiritual [o que nasceu do espírito, é espírito], pela graça do batismo sacramental. É assim que nos ensina a tradição apostólica, desde os primórdios do cristianismo.

Aludindo à passagem sobre o nascer – espiritualmente – da água e do Espírito, São Justino Romano (século II) fala da necessidade do Batismo:

“Depois os conduziremos a um lugar onde haja água e pelo mesmo banho de regeneração, com que também nós fomos regenerados, eles são regenerados, pois então tomam na água o banho em nome de Deus, Pai soberano do universo, e de nosso Salvador Jesus Cristo e do Espírito Santo. É assim que Cristo disse: ‘Se não nascerdes de novo, não entrareis no Reino dos Céus’” (I Apologia LXI).

No mesmo sentido, predica Santo Irineu de Lyon (século II):

“Que esta estirpe tenha sido enviada por Satanás para a negação do batismo da regeneração em Deus e a destruição de toda a fé o exporemos e refutaremos no lugar mais oportuno” (Livro I, XXI,1).

Nascer de novo é, portanto, espiritualmente pelo batismo da regeneração! Quanto à reencarnação, a condenação de S. Irineu é contundente:

“Refutamos a transmigração das almas de corpo em corpo pelo fato de elas não se lembrarem de nada do passado. Com efeito, se foram enviadas a este mundo para praticar todas as ações deveriam lembrar-se daquelas que já fizeram para completar o que ainda falta e não ter que se envolver sempre nas mesmas experiências [...] Por isso, se ela não lembra nada do passado, mas tem o conhecimento das coisas presentes, nunca esteve em outros corpos, nunca fez o que não conhecia, nem conhece o que não viu”  (Contra Heresias, Livro II, XXXIII, 1-5).

A própria Bíblia Sagrada confirma esse sentido espiritual das palavras de Cristo:

“Tendo sido sepultados [para o pecado] com ele no batismo, no qual vós também ressuscitastes [para a vida da graça] mediante a fé na ação de Deus, que o ressuscitou dos mortos. E a vós, que estáveis mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão (ou desordem) da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando-vos todos os pecados” (Colossenses II, 12-13)

Essa doutrina do renascimento para uma vida sobrenatural – pelo batismo regenerador e não pela mentira da reencarnação – é recorrente na pregação do Apóstolo:

“Vós não sabeis que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Nós fomos, pois, sepultados com ele, a fim de morrer [para o pecado] pelo batismo, para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim nós vivamos uma vida nova” (Romanos VI, 2-4).

O mesmo é dito na Epistola a Tito, discípulo de São Paulo:

“Mas, quando apareceu a bondade e o amor pelo homem do Salvador nosso Deus, não pelas obras de justiça que tivéssemos feito, mas por sua misericórdia, salvou-nos mediante o batismo de regeneração e de renovação do Espírito Santo” (Tito III, 5).

Nascer de novo – que nada tem a ver com reencarnação – significa morrer para o pecado pelo batismo e ressuscitar, por efeito deste sacramento regenerador, para uma nova vida na graça santificante de Deus. O pecado causa a morte espiritual do pecador, tirando dele a vida sobrenatural. O batismo, por sua graça sacramental, perdoa o pecado e devolve ao pecador a vida sobrenatural perdida e, deste modo, ele renasce para a vida da graça como filho de Deus.

Assim como Nicodemos, Chaves erra ao entender literalmente, e não espiritualmente, o renascimento “por meio da água e do Espírito” nas palavras de Jesus Cristo. Ora, será que quando Nosso Senhor diz: “Se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora” (S. Marcos V, 30) Chaves entende ipsis litteris, recomendando a mutilação entre os kardecistas?

Por isso se vê o desastre do livre-exame chavista que recusa ouvir a Igreja e a Tradição Apostólica. Ele prefere ouvir os espíritos evoluídos que sequer sabem distinguir os sentidos da Bíblia e abandonam Chaves em sua desastrosa Ignorância Infernal.

Para liquidar de vez essa interpretação antibíblica de Kardec e seus cabritos subservientes, basta recordar o ensino de São Paulo aos Hebreus e a parábola de Cristo sobre o Pobre Lázaro e o Rico Epulão. Ora, o Apóstolo ensinou que o homem morre uma vez somente, e em seguida vem o julgamento: “E, assim como está decretado que os homens morram uma só vez, e [que] depois disso [se siga] o juízo” (Hebreus IX, 27). Essa verdade do julgamento imediato, após a morte, explicitou Nosso Senhor na referida Parábola (S. Luvas XVI, 19-31). Nela, tanto o rico avarento quanto o pobre mendigo morrem e imediatamente um é levado para o inferno [rico] e o outro [pobre] é consolado no Seio de Abraão. Um é premiado e o outro castigado no fogo do Inferno. Logo, não existe reencarnação. Morremos uma só vez e em seguida somos julgamos, sendo os bons recompensados e os maus condenados eternamente! Por isso o nascer de novo não é por reencarnação, mas por graça de Deus que, por meio do batismo, nos faz renascer espiritualmente para a Vida Sobrenatural.

Outro equívoco da ignorância kardecista de Chaves, consiste em rotular o evento esplendido da transfiguração de Cristo como sendo uma sessão de necromancia:

“Além disso, o próprio Jesus se comunicou com os espíritos de Moisés e Elias (Mateus 17: 3), na sessão espírita da transfiguração!”

https://www.otempo.com.br/opiniao/jose-reis-chaves/falsificacoes-da-biblia-e-suas-interpretacoes-contra-o-espiritismo-1.1310288

Chaves parece desconhecer até mesmo os pilares da doutrina de Allan Kardec. Necromancia ou consulta aos mortos – condenada pela Bíblia - não é uma simples comunicação, mas uma manifesta intenção de obter, mediante evocação, a presença de um determinado espírito “desencarnado”. O médium solicita [evoca] a presença do espírito, indagando dele informações, especialmente sobre os acontecimentos futuros. É nisso, essencialmente, que difere a [invocação] católica, que recorre, mediante prece, à intercessão dos santos no Céu, da prática necromante dos espíritas, que evocam, requerendo uma aparição do falecido para obter revelações ou previsões. Com relação a determinadas aparições de anjos, por exemplo, relatadas na Sagrada Escritura, e mesmo aparições de Jesus Cristo e da Virgem Maria, sancionadas pela Igreja Católica, nos fornece uma oportuna distinção o Frei Boaventura Kloppenburg:

“A fé cristã, por conseguinte, admite não somente a mera possibilidade de comunicações sensíveis, mas afirma fatos reais deste tipo de trato entre o além e o aquém. Não devemos, porém, esquecer que Lucas nos informa que o Anjo ‘foi enviado por Deus’. Quem negará a Deus todo-poderoso a capacidade de enviar-nos seus mensageiros? Quando Deus manda, a iniciativa é sua; e a consequente manifestação do além toma para nós um caráter espontâneo. Bem outra é a situação quando a iniciativa é nossa, querendo nós provocar alguma conversação com entidade do além. Quem pretende provocar a manifestação de algum falecido para dele receber mensagens ou notícia pratica um ato chamado pelos antigos de necromancia, expressão que vem do grego nekrós = falecido e mantéia = adivinhação. E quem intenta comunicar-se com o além com o fim de colocá-lo a serviço do homem realiza um ato já conhecido pelos antigos como magia. Quando a esperada ação da evocada entidade do além é a favor do homem ou para o bem, chama-se magia branca, mas será sempre ‘magia’. E se for para o mal, será magia negra ou malefício, feitiçaria, bruxaria” (Espiritismo: Orientação para os Católicos. São Paulo: Loyola, 1989, p. 50-51).

Assim temos a fundamental diferença entre a evocação espírita (necromancia) e a invocação católica, prece suplicando a intercessão do santo no Céu.

Dito isso, entende-se, facilmente, que a presença de Moisés e Elias, no monte Tabor, não foi uma sessão mediúnica ou necromante de Jesus Cristo. O Verbo de Deus jamais faria algo contra a Lei Divina: “Não jugueis que vim abolir a Lei ou os Profeta...” (S. Mateus V, 17). Na transfiguração apareceram, ao lado de Cristo, Moisés e Elias. Ele não evocou a presença dos santos do Antigo Testamento querendo indagar deles informações. Ora, a Sabedoria de Deus não precisa consultar suas criaturas para adquirir conhecimento. Ele é o Princípio, e tudo sabe por sua Onisciência. Logo, não houve necromancia espírita na Transfiguração.

Longe de querer endossar a prática pecaminosa dos espíritas necromantes, Nosso Senhor concede aos três Apóstolos privilegiados [Pedro, Tiago e João] a visão de sua gloriosa Transfiguração, ao lado de Elias e Moisés. Ora, este representava a Lei, enquanto Elias os Profetas. Desse modo, ensinava Cristo aos seus Apóstolos que estava cumprindo, e não revogando, a Revelação do Antigo Testamento. Portanto, a presença desses dois grandes Santos reafirma a condenação da evocação dos espíritos, doutrina do charlatão Allan Kardec:

“Não permitam que se ache alguém no meio de vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos” (Deuteronômio XVIII, 9-13). 

O derradeiro chavista é digno da sua maligna ignorância Infernal:

“Ora, se Moisés condenou o contato com os espíritos (Deuteronômio capítulo 18), é porque, certo ou errado, esse contato existe mesmo!”

Estupenda dedução!

Seria essa uma revelação dos espíritos superiores?

Então, porque Moisés condenou a necromancia, entende Chaves como uma prova de que existe a prática da consulta aos mortos? Ora, como poderia Deus condenar o inexistente? Os roubos são condenados pela Lei Divina. Eles existem. Mas nem por isso são permitidos! A prática da necromancia existe. Por isso foi condenada. Mas disso deduzir que ela seja aprovada por Deus, é um exagero da ignorância Infernal. O que acontece nas sessões espíritas são fraudes ou manifestações diabólicas.

Mais uma vez demonstramos as falácias da retórica espírita de José Reis Chaves.

A ignorância infernal é novamente vencida pela sabedoria da Igreja Católica, da qual somos um reflexo insignificante!

Que Nosso Senhor tenha piedade desse herege, fanático pelas mentiras do ignorante e RACISTA, Allan Kardec.


    Para citar este texto:
"A Ignorância Infernal contra a Bíblia Sagrada: o golpe final contra o espírita José Reis Chaves"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/bra/cadernos/apologetica/a-ignorancia-infernal-contra-a-biblia-sagrada/
Online, 19/04/2024 às 01:16:21h