RCC

Relato de ex-participante da RCC
PERGUNTA
Enviada em:
20/11/2020

Recebemos em nosso Instagram algumas mensagens em áudio, que transcrevemos a seguir, de um leitor do site Montfort que relata sobre sua participação na Renovação Carismática e numa banda católica famosa chamada Anjos de Resgate.

 

Que Deus retribua a bondade dos elogios feitos à Montfort, e que principalmente ajude mais pessoas a se livrarem da RCC.
RESPOSTA
 Boa noite, salve Maria.

 

Queria falar para vocês um pouquinho da minha história, pois vocês da Montfort têm bastante a ver com ela. Contarei de uma forma bem breve, mas caso um dia vocês queiram, conto com mais detalhes.

Eu era músico e tinha 19 anos quando fui fazer um curso de áudio na Codmuc que fica em Cachoeira Paulista, perto da comunidade carismática Canção Nova. Fiz um teste lá e entrei para a banda Anjos de Resgate, que é uma banda considerada católica. Com ela fiz muito sucesso no Brasil todo.

Eu era um católico bem medíocre nesse tempo, mas sempre participei da Igreja tocando bateria na missa nova. Não tinha nenhum conhecimento profundo sobre a Igreja, mas isso mudou por volta do ano de 2010 quando comecei a comprar alguns livros porque eu estava em dúvida se deveria ou não ser católico, pois, para mim, quase já não havia diferença. Foi então que conheci o site Montfort através de um amigo do ITA de São José dos Campos. Comecei a ler as cartas e fiquei impressionado com a sabedoria do professor Orlando Fedeli.

Entretanto, o dono da banda Anjos de Resgate cujo também era dono da Codmuc sempre criticava a Montfort, dizendo que ela era muito perigosa. No entanto, a Montfort foi a associação que me fez realmente sentir vontade de estudar sobre a Igreja. Foi então que eu comecei a comprar livros, a fazer amizades com católicos mais “devotos da verdade” – digamos assim – a buscar mais informações, a estudar mais, e acredito ter lido todas as cartas do site Montfort – eu realmente “viciei” no site de uma forma positiva nesse caso.

Quanto mais eu estudava, quanto mais eu lia, quanto mais eu buscava, mais eu percebia o quanto a Renovação Carismática era um mal e quanto mal ela fazia aos católicos. E assim, quando eu ia tocar nos festivais de música como Hallel, Halleluya, eu me sentia muito mal porque eu via o quanto aquilo fazia mal para a fé dos católicos.

Na verdade, nunca tive simpatia pela RCC, mesmo quando era medíocre em doutrina e não sabia nada a respeito da Igreja eu já não gostava. Participei de uma banda que tocava em um Grupo de Oração em São José dos Campos chamado Kyrios que era bem carismático e eu não conseguia entender a diferença entre esse grupo e um culto protestante – pois não tinha diferença alguma – e é tão verdade que a RCC é ruim pois várias pessoas que estavam nesse grupo saíram da Igreja Católica e foram para a igreja Protestante, pois eram adeptos da seita protestante da Lagoinha e, praticamente, o repertório do Grupo de Oração era dos cantores da Lagoinha como Ana Paula Valadão. O coordenador desse grupo foi preso por tráfico de drogas.

Na época, eu era muito jovem, um garoto, e achava muito estranho tudo isso, mas eu pensava “bom, já que isso ocorre na Igreja Católica deve estar certo, devo estar assustado porque eu realmente não entendo”. Eles oravam por mim pois eu não conseguia ter os dons do Espírito Santo que eles tinham, como repouso, etc., e faziam rodas de oração para que eu obtivesse esses dons.

Voltando à banda Anjos de Resgate, eu havia montado um projeto chamado “por que sou católico?” e com esse projeto eu aproveitei um pouco da fama que a banda me trouxe, mas tentando utilizá-la de uma forma melhor. Comecei a viajar pelo Brasil dando palestras sobre o porquê sou católico, usando argumentos justamente para explicar para as pessoas a razão de sermos católicos, pois eu vi que isso não existia, mas sempre tinha cantor, banda católica, etc., que palestrava, mas era sempre de uma forma completamente protestante – a sola Scriptura, só a Escritura – apenas abrir a Bíblia e falar o que quiser e ler da forma que acharem melhor. Com tudo isso eu fui vendo o quanto eu estava com problemas por estar na banda, mas eu encarava como meu trabalho, pois eu precisava trabalhar, mas a banda Anjos de Resgate que eu tocava não era da RCC – simplesmente nós fazíamos músicas, não eram músicas carismáticas, mas mesmo assim era uma banda considerada carismática porque tocava em todos os eventos da RCC.

Uma vez eu fui fazer uma palestra do “por que sou católico?” num grupo jovem da RCC no Sul do Brasil – pedi coragem para Deus e falei tudo que eu achava que deveria falar e isso foi um escândalo. Quase tive que sair de lá escoltado, mas foi bom pois eu consegui mostrar uma coisa mais coerente da Igreja do que essa questão da RCC. Com isso, eu montei um grupo de WhatsApp em que eu ajudava as pessoas com áudios explicando algumas coisas com relação à Igreja, pois havia muitas pessoas com dúvidas, sedentas de uma explicação, daí eu falei da RCC em um áudio e esse áudio vazou e chegou na presidente nacional da RCC do Brasil e eles pediram minha cabeça e os responsáveis da banda Anjos de Resgate me tiraram do nada da banda.

Minha saída da banda foi em um tempo difícil para mim, porque eu passei necessidades básicas, afinal a banda era meu trabalho. Eu dava aula de música e fazia as palestras do “por que sou católico?”, mas eu nunca cobrei pelas palestras, pois eu as realizava como uma missão, tanto que eles diziam assim para mim: “como pode você receber cachê para tocar com a banda, mas nesse projeto que você tem você não cobra? Sendo assim, a gente não vai pagar você também.” – mas eu encarava como trabalho, basicamente foi isso.

E assim como estive no meio carismático, vi e ouvi muita coisa sobre a RCC, gostaria de um dia poder contar a vocês da Montfort com mais calma e não apenas sobre a RCC mas também sobre a Teologia da Libertação, pois muitas coisas eu presenciei e vi sobre ela.

Eu estou longe de ser um bom católico, eu busco e tenho meus erros e faltas que são milhares, pois sou um pecador, mas eu precisava contar isso para vocês mesmo que por cima porque foi a Montfort que me alimentou, me ajudou muito e muitas vezes, e só tenho elogios à Montfort sobre a forma como ela procede.

Bem, é isso. Desculpe pela extensão desse relato, mas tentei ser sucinto para contar essa história, pois há muito mais a contar. Deus abençoe vocês e obrigado pelo apostolado e por tudo. A Montfort tem sido um refúgio para muitos católicos que não tem com quem contar.