Política e Sociedade

A vitória do `NÃO` no referendo da comercialização de armas
PERGUNTA
Nome:
Alessandro Martini
Enviada em:
20/10/2005
Local:
Dourados - MS, Brasil
Religião:
Católica
Idade:
34 anos
Escolaridade:
Superior em andamento
Profissão:
Analista de Sistemas



Amigos da Montfort,

As vésperas do referendo, ainda buscava algum esclarecimento sobre a posição que um católico deveria assumir, argumentos prós e contras auxiliam muito pouco, mesmo os argumentos encontrados no site ainda me colocavam numa posição de insatisafação quanto a decisão tomada, fosse ela qual fosse.
Acabei encontrando uma resposta a minhas dúvidas no texto que seque abaixo, que envio a vocês, por que imagino que, como eu, muitas pessoas recorrem a este site para ter alguma luz sobre a doutrina católica, e nesse momento buscam esclarecer a mesma dúvida que tive.



Evangelium vitae- Ioannes Paulus PP. II
CAPÍTULO III - NÃO MATARÁS - A LEI SANTA DE DEUS
...
55. Não há de que se maravilhar! Matar o ser humano, no qual está presente a imagem de Deus, é pecado de particular gravidade. Só Deus é dono da vida! No entanto, frente aos múltiplos casos, frequentemente dramáticos, que a vida individual e social apresenta, a reflexão dos crentes procurou sempre alcançar um conhecimento mais completo e profundo daquilo que o mandamento de Deus proíbe e prescreve. Com efeito, há situações onde os valores propostos pela Lei de Deus parecem formar um verdadeiro paradoxo. É o caso, por exemplo, da legítima defesa, onde o direito de proteger a própria vida e o dever de não lesar a alheia se revelam, na prática, dificilmente conciliáveis. Sem dúvida que o valor intrínseco da vida e o dever de dedicar um amor a si mesmo não menor que aos outros, fundam um verdadeiro direito à própria defesa. O próprio preceito que manda amar os outros, enunciado no Antigo Testamento e confirmado por Jesus, supõe o amor a si mesmo como termo de comparação: « Amarás o teu próximo como a ti mesmo » (Mc 12, 31). Portanto, ninguém poderia renunciar ao direito de se defender por carência de amor à vida ou a si mesmo, mas apenas em virtude de um amor heróico que, na linha do espírito das bem-aventuranças evangélicas (cf. Mt 5, 38- 48), aprofunde o amor a si mesmo, transfigurando-o naquela oblação radical cujo exemplo mais sublime é o próprio Senhor Jesus.
Por outro lado, « a legítima defesa pode ser, não somente um direito, mas um dever grave, para aquele que é responsável pela vida de outrem, do bem comum da família ou da sociedade ». Acontece, infelizmente, que a necessidade de colocar o agressor em condições de não molestar implique, às vezes, a sua eliminação. Nesta hipótese, o desfecho mortal há-de ser atribuído ao próprio agressor que a tal se expôs com a sua acção, inclusive no caso em que ele não fosse moralmente responsável por falta do uso da razão.
...

Um abraço e o agradecimento pelo trabalho que fazem,
Alessandro Martini

RESPOSTA

Muito prezado Alessandro,
salve Maria.
 
Muito lhe agardeço o envio de seu argumento a favor de se votar NÃO no referendo, argumento baseado na encíclica de João Paulo II.
 
Como é que a CNBB se esqueceu tão depressa desse ensinamento do Papa?
 
Embora responda com atraso sua missiva, esse atraso me permite congratular-me com você pela vitória do NÃO no referendo de ontem. O que foi uma derrota do Lula, do PT, da CNBB e da TVGlobo, asim como um desmascaramento dos processos de enquete de opinião pública. A Data Folha chegou a dar que a havia empate técnico, e só depois anunciou a vitória do NÃO, mas nem de longe com a margem enorme que as urnas indicaram. 
 
Escreva-me sempre.
 
In Corde Jesu,semper,
Orlando Fedeli