Polêmicas

Em defesa da TFP: por favor, eleve a discussão a patamares doutrinários
PERGUNTA
Nome:
Alexandre
Enviada em:
19/03/2010
Local:
Belo horizonte - MG, Brasil
Religião:
Católica

Professor Orlando Fedeli,

Bom dia!

Conheci a TFP na aurora de minha juventude e me encantei com o ideal dessa instituição bem como da sua postura coerente com os princípios da Doutrina Católica, pois eu vivia confuso com o então comportamento dos representantes da Santa Igreja, principalmente no que se referia

à influência maléfica da Ação Católica no Brasil, aliás tão sàbiamente elucidada pelo ilustre pensador católico brasileiro Dr. Plinio Correa de Oliveira. Confirmei minha adesão a tal pensamento por sua inteira coerencia com os ensinamentos da Santa Igreja, o que deixava muito a desejar no ambiente católico daquela época(1966).
 
Essa história de diz que não diz, ou seja , fofocas, fogem do âmago da questão, que é o ideal propugnado pelo ilustríssimo pensador católico brasileiro e autentico cruzado do sec. XX que foi Dr. Plinio Correa de Oliveira.
 
Onde estava o sr. e as personalidades representativas do movimento católico brasileiro quando os erros da Revolução(cf. obra RCR Plinio Correa de Oliveira-"Catolicismo" 1959)penetravam no seio da Santa Igreja através da Ação Católica?
 
É sabido que os homens tem seus pecados mas que o ideal e o princípio falam mais alto e que portanto,nesse caso, fugir desse objetivo ,significa criar uma atmosfera favorável à Revolução e seus seguidores.
 
Registro meu total respeito e profunda admiração por essa figura católica singular que foi o Sr. Dr. Plinio Correa de Oliveira.
 
Se o sr. quiser elevar o nivel de sua legítima, mas equivocada posição com relação à entao TFP, entre em considerações doutrinárias e não em casinhos particulares que nenhuma beneficio trarão a uma conclusão justa e esclarecedora ,se é a isso que o sr. se propõe!

Saudaçoes.

Festa do gloriosíssimo S.José, Patrono da Santa Igreja,19/03/2010.

Alexandre.
RESPOSTA
Muito prezado Alexandre, salve Maria!
Vejo que você se move por saudades!
 
Pois não é que você fala da aurora de sua juventude, como um poeta brasileiro que começou uma poesia  dizendo: 
 
”Oh que saudades que eu tenho 
 da aurora de minha vida, 
 de minha infância querida 
 que os anos não trazem mais”.
 
Romântico, não? 
PCO gostava dessa poesia romanticamente rosicler...
 
Eu também tenho saudades do tempo em que minha coluna vertebral não me fazia doer cada passo e cada movimento. Em que corria duas partidas de futebol sem perder o fôlego, quando subia e descia escadas aos saltos, enquanto agora...desço aos tombos, ainda que de um degrau.
 
Agora, estou como diz uma poesia popular pernambucana: “Não há velho que se sente sem “ai”, nem velho que se levante sem "ui”.
 
Estou na idade do “ai” e do “ui”.
 
Mas inda me é possível, graças a Deus duelar. E duelar brincando. Ao ponto que mesmo “à la fin de ma vie, je touche”.
 
Deo gratias!
 
Você me pergunta onde estava eu em 1959, ou na década de 40, quando Dr. Plínio escreveu o “Em Defesa da Ação Católica”?
 
Na década de 40, entre 7 e 17 anos, eu jogava futebol numa rua de terra e nem sabia que existia PCO.
 
Que felicidade, na aurora de minha vida!
 
Não por jogar futebol em correrias em ruas de terra.
 
A felicidade era conhecer moleques que falavam claro: diziam o que pensavam, e brigavam pelo que diziam. Leal e valentemente. Nenhum deles era como Plínio.
 
Ninguém era como Plínio.
 
Que maravilha!
 
Entre meus companheiros de jogos, nem se sabia o que eram “restrições mentais”, coisa em que Plínio ficou, sim, Doutor (Sem diploma). Os moleques de rua não tinham – GRAÇAS A DEUS !!!—maneiras as “aristocráticas e francesas” de certos granfininhos de Higienópolis, sonhando e pretendendo ser marqueses de Versailles...
 
Naquele tempo de correrias e ventanias, eu não conhecia nem Versailles, e nem como eram podres os marquesinhos de Versailles...
 
Em 1942 – “Você sabe o que aconteceu em 1942?” me perguntava, certa feita, um bem antigo companheiro de PCO, dos tempos de uma velha sociedade secreta que Dr. Plínio – em 1942, eu estava com os pés rápidos, correndo em terra dura, enquanto PCO se elevava em sonhos ao país das maravilhas, que ele chamava de Trans-Esfera.
 
Você sabe o que é a Trans-Esfera?
 
Claro que não. No máximo, o que você sabe é que Dona Lucília era tida como a Mãe da Trans-Esfera. Que honra esquisita. Ela devia entrar para o Livro do Guiness. Ser mãe da Trans-Esfera deve levar ao Guiness. Pois isso é único no mundo.
 
Ou levar quem reza isso para manicômios.
 
Havia um na Rua Marquesa de Alorna, em Belo Horizonte. Esse negócio de mãe da Trans-Esfera está na ladainha de Dona Lucília, que o pessoal da TFP de Belo Horizonte deve ainda rezar. Pois não esperam eles ainda a Bagarre!
 
Pergunte isso ao Fiuza.
 
E se você quiser saber o que é  a Trans-Esfera, leia meu livro No País das Maravilhas.
 
Você vai ver que seu pedido a mim foi atendido. Tratar das doutrinas de Dr. Plínio. Divirta-se. Mas temo que vão proibir que você leia “o livro que o Mutuca escreveu”.
 
E em 1959?
 
Onde estava eu em 1959? Você me pergunta, desafiante.
 
Pois lhe respondo já, já.
 
Resumidamente.
 
Os detalhes são... intrigantes... Envolvem o Chico Buarque. O da Banda.
 
Você sabia que o Chico esteve à beira de entrar para a TFP... secreta?
 
Em 1959, já estava eu no grupo de Plínio. Foi nesse ano que ele me pediu: “Fedeli, estou precisando cortar sua cabeça”. 
 
Respondi:“Pode cortá-la. Ela é  toda sua”.
 
[Que ingênuo era eu em 1959!!! Que nem você em 2010, no dia de São José].
 
Disse-me PCO então: 
 
“É que o C.A.S.M. disse besteiras num Colégio do Morumbi, e o grupo corre perigo. Você precisa pedir imediatamente demissão de todos os colégios em que dá aula”.
 
Respondi que datilografassem as cartas de demissão. E logo que ficaram prontas, as assinei.
 
Fiquei sem emprego, eu que era pobre. E arrimo de família.
 
Ele, Plínio, e os demais riquinhos do grupo, ficaram admirados com esse gesto. Eu fiquei surpreso por essa admiração, pois dinheiro nunca valeu nada para mim. Pela Fé, dera minha vida. Como não daria — e como dei - empregos e salário. Para Plínio e para seus seguidores, dinheiro e emprego eram muito. Para mim, nada eram.
 
Essa era uma das muitas diferenças entre quem fora moleque pobre e quem fora marquesinho só em sonhos trans-esféricos.
 
Disse Scognamiglio que o Professor Fedeli era o anti Plínio.
 
Ora, que incrível!
 
Scognamiglio disse uma verdade, pelo menos uma vez na vida.
 
Que proeza!
 
De fato sou exatamente o Anti Plínio.
 
Deo gratias!
 
Eu não sabia por que, em 1959, ele me pedia que largasse todas as escolas em que lecionava sem dizer claramente o porquê. Era “parâmico”.
 
Depois eu o soube...
 
Só depois soube que era por causa de que se tentara levar o Chico Buarque - o que depois fez “a Banda passar” -, então com uns treze anos, para um grupo secreto, onde se ensinava coisa bem diferente do que catolicismo ensina. Algo que Plínio e o Grupo ensinava da “boca para dentro”.
 
Da boca para fora” PCO e o grupo ensinavam catolicismo. ‘Da boca para dentro” era uma doutrina parecida com o catarismo, condenado o casamento...
 
Você não reparou como os que se casavam eram tidos na TFP  como “apóstatas”?
 
Você se casou?
 
Se casou, é sabugo que dá donativos e mais nada.
 
Tanto você como eu, conhecíamos o que era ensinado lá, só “da boca para fora”. Porque eu e você estávamos “fora  da boca” do grupo secreto, onde se ensinava que o ato conjugal era condenável.
 
O grupo de Plínio sempre teve duas doutrinas: uma para dentro, outra para fora. Uma doutrina pública (catolicismo conservador para enganar trouxas e sabugos), e uma doutrina esotérica, secreta, ensinada só para alguns entrosados e espertinhos. Scognamiglio sempre foi do grupo dos “espertinho”.
 
Agora a esperteza dele pretende dar uma rasteira nos Cardeais da Cúria Romana, visto que Dr. Plínio ensinava secretamente, que depois do Vaticano II, já não havia mais hierarquia na Igreja.
 
O poder na Igreja teria passado para o inerrante Profeta de Higienópolis, o imortal já falecido Plínio.
 
E isso é outra coisa que deveria ir para o Guiness: um imortal falecido. Só no Brasil isso aconteceu.
 
Ainda agora soube que os Provectos da TFP “publicaram” um livro no qual estaria escrito que é proibido copiar citar, memorizar, cheirar esse livro. Em suma, um livro só para eles. Ora, essa proibição é a confissão de que a TFP  dos Provecos e a TFP dos Arautos são sociedades secretas que tem uma doutrina que é proibido o público conhecer. Exatamente como na Maçonaria.
 
Plínio e a TFP sempre tiveram duas bocas. Portanto, duas caras, e duas palavras. Duas doutrinas.
 
“Na aurora de nossas vidas” normalmente somos bem ingênuos, acreditando em todos, mesmo em gordalhões comilões que dormindo até mais que o meio dia, se julgam e se apresentem como “elegantes marqueses de Versailes”, ou como “leais cavaleiros cruzados”...
 
Na aurora de nossas vidas nem sabemos o que são “restrições mentais", ou que é felonia. Jovens têm dicionário pequeno. Nessa aurora, não sabemos o que é o idealismo. Julgamos que idealismo seria ter ideais, no sentido comum e ralo dessa palavra, sem saber que existe o idealismo filosófico subjetivista, que é o oposto do catolicismo que é objetivista. enquanto que o idealismo filosófico é a Gnose romântica.
 
Aceitei plena e jubilosamenete sua sugestão de cuidar apenas de questões doutrinárias e não de fofocas e pecados pessoais no que se refere à TFP e a PCO.
 
Você leia, então, o trabalho que escrevi com mais de seiscentas páginas tratando da doutrina secreta de PCO como era exposta escondidamente nas reuniões do MNF e da Sempre Viva.
 
Você, como eu, nunca foi membro do MNF, e nem iniciado na seita secreta a Sempre Viva. Por isso não sabe nada sobre a verdadeira doutrina de Plínio e da TFP e dos Arautos, e fica contente apenas com as recordações cor de rosa da aurora de sua vida.
 
Escute: o despertador está tocando e acordando você para a realidade.
 
O despertador eu o fiz tocar no dia 31 de maio passado, publicando um livro expondo a Gnose de Plínio Corrêa de Oliveira, da TFP e dos Arautos de Scognamiglio. O veracíssimo Monsenhor Scognamiglio elogiado pelo Cardeal Rodé, pelo Cardeal Law e agora pelo Deputado Gabriel Chalita, amigo do Padre Fábio de Melo e do Padre Silvio Andrei. Aquele que foi preso no Paraná. Em Ibiporã e recebido com fogos e festa em seu retorno da cadeia para a sua paróquia em São Paulo... 
 
O tempora!... O mores!...
 
Acorde que o despertador está tocando. E leia.
 
Deus quer que você acorde. Leia e abra os olhos.
 
Saia da Trans-Esfera. Aterrise no mundo real feito por Deus, porque Deus, contemplando o mundo que havia feito, disse que ele muito bom.
 
E tendo dúvidas sobre este mundo e sobre a Trans-esfera, escreva-me.
 
Ou quem sabe indo eu a Belo Horizonte, você venha falar comigo. Prometo-lhe ir até lá, para dar palestras sobre a doutrina de PCO e a sua Trans Esfera.
 
Serão bem alegres.
 
Os primeiros cristão eram ditos os que acreditavam com alegria.
 
E na Missa, são 55 anos que rezo “Ad Deum qui laetificat juventutem meam".
 
In Corde Jesu, semper,
 
      Orlando Fedeli