PRIMEIRA PARTE

CAPÍTULO VI
Dos diferentes nomes e da divisão da Missa

P. Quem institui o santo sacrifício da Missa?
R. O santo sacrifício da Missa foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, como vimos.

P. Ao instituir este santo sacrifício, deu-lhe, Jesus, um nome específico?
R. Não. Ao instituir o santo sacrifício, Nosso Senhor não o designou com nenhum nome específico, pois somente disse aos apóstolos: «Fazei isto em minha memória».

P. Como este santo sacrifício era denominado no início da era cristã?
R. Segundo a tradição, o santo sacrifício era designado com diversos nomes, tais como: sinaxe, ou assembléia; colecta, ou reunião; sacrifício, oblação, súplica, e eucaristia, ou seja, ação de graças, porque nela se realiza a solene ação de graças que Jesus Cristo presta a Deus Pai, bem como nela se expressam todos os benefícios que lhe são inerentes e todas as graças dela provenientes.

Também foi conhecido por expressões, como: ofícios dos divinos sacramentos, os santos, os veneráveis, os terríveis mistérios.

[Vide: Dionísio Aeropagita – (pseudo Dionísio) - De Hier, eccl. c. 5. Anastácio, Sin. De Sinaxe. Hilário, In Psalms 65. Tertuliano, libro 1 De Anima. S. Cypriano e Eusébio, Dem. Evang., lib.1. Conc. Laod. Can 19 e 58].

P. Que nomes surgiram posteriormente?
R. No século VI, o santo sacrifício era denominado no plural, Missas e Missarum solemnia. Porém, há mais de 1500 anos, a Igreja grega o chama de liturgia, ou serviço público, e a Igreja latina de Missa.

P. Que significa Missa?
R. Missa ou Missio significa despedida. Naquela divina ação, após a leitura do Evangelho despedia-se dos catecúmenos, ou seja, dos que ainda não tinham recebido o sacramento do Batismo, e dos penitentes, que haviam perdido a graça publicamente.

P. Por que no século VI denominavam-no Missas, no plural?
R. Porque, naquela época, havia duas despedidas: a dos catecúmenos, antes da oblação, e a dos fiéis, depois da consumação do sacrifício, conforme claramente indicado por Sto. Agostinho e Sto. Isidoro de Sevilha (Sto. Agostinho, Sermonis 49 a 237; e Sto. Isidoro, Orig. 1.6, c. 19).

P. Como eram ditas as despedidas (Missas) naquela época?
R. Após a leitura do Evangelho, o diácono dizia em alta voz: Ide, as coisas santas são para os santos; e depois da comunhão: Ide, a hóstia acaba de ser elevada deste altar ao trono da misericórdia, acompanhada dos vossos votos, Ite Missa est.

P. Quem passou a designar com a palavra Missa o sacrifício do Altar?
R. Era difícil uma palavra que representasse melhor o sacrifício da Igreja, pois, Missa, significava o ofício em que só podiam ser admitidos aqueles que haviam sido batizados e conservavam sua graça. O próprio povo, marcado pela impressão causada pela palavra empregada pelo diácono, dita no início e no fim do ofício, passou a chamar o sacrifício do Altar de Missa (despedida), chegando até os nossos dias.

P. Por que os ainda não batizados (catecúmenos) eram despedidos do santo sacrifício após a leitura do Evangelho?
R. A Igreja assim fazia para lembrar a muitos que, casualmente, merecem ser despedidos do ato a que só lhes permite assistir a indulgência da disciplina, e neles excitar a mais profunda humildade, dor e resolução de recorrer às fontes da graça, para que Deus não os desaloje do seu santuário eterno, quando a Igreja os admite no altar da terra, bem como para merecer o nome de fiéis com que ela os honra.

P. Por que damos alguns nomes complementares à Missa?
R. Embora, em sua essência, a Missa seja uma só, isto é, a renovação do sacrifício do Calvário, algumas circunstâncias propiciaram o surgimento de nomes complementares. Assim, chamamos de Missa solene, quando celebrada com toda a majestade do cerimonial; de Missa pontifícia ou ordinária, conforme celebrada por um bispo ou por sacerdote. Missa cantada, quando recitada com coro; Missa rezada, sem coro.

P. Que designa a Missa paroquial?
R. A Missa paroquial é acompanhada da benção da água e do pão, de orações, de proclamas e de admoestações, com práticas (sermão, pregação) feitas pelo próprio pároco aos seus paroquianos.

P. Que é Missa privada?
R. É a celebrada fora ou dentro da paróquia com intenções particulares, sem a solenidade das bênçãos, sem admoestações e práticas.

P. Quantas partes há na Missa?
R. Na Missa há seis partes:
1 – a preparação pública: da entrada do sacerdote ao altar, até a coleta;
2 – o intróito e instrução: da coleta até o final do Credo;
3 – a oblação: do Credo ao prefácio;
4 – o cânon, ou a regra da consagração: do prefácio ao Pater Noster;
5 – a consumação: do Pater Noster à comunhão;
6 – a ação de graças: da pós-comunhão ao último Evangelho.»

 

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MONTFORT Associação Cultural
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Online, 04/05/2024 às 10:24:00h