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A posição de São Tomás ante a Astrologia>

Suma Contra Gentiles, Livro III, Questão LXXXIV

Os Corpos Celestes Não Influem em nossos Entendimentos

Como resultado do que foi dito, manifesta-se à primeira vista que os corpos celestes não podem ser causa de quanto se refere a nosso entendimento. Pois já demonstramos que, segundo a ordem da Divina Providência, os corpos superiores regem e movem aos inferiores. É assim que o entendimento está naturalmente acima de todos os corpos, segundo consta do que foi dito (I.2, q. 49 ss.). Logo, é impossível que os corpos celestes atuem diretamente sobre o entendimento. Portanto, não podem por si ser causa de quanto se refere ao entendimento.

Nenhum corpo age prescindindo do movimento, conforme se prova no Livro VIII da "Física"(c. 69; 259 b). Porém, as coisas imóveis não são causadas por movimento; porque nada é causado pelo movimento de um agente senão enquanto que ele, enquanto se move, move a quem o suporta. Logo, tudo quanto está à margem do movimento não pode ser causado pelos corpos celestes.

Ora, o que se refere ao entendimento está, falando com propriedade, à margem do movimento, como o manifesta o Filósofo no Livro VII da "Física"(c.3, 7; 247b); cf. 246 a) porque, - como se diz alí - "unicamente pela ausência de movimento se torna a alma prudente e sábia". Em conseqüência, é impossível que os corpos celestes sejam, por si, causa do que se refere ao entendimento.

Se nada é causado por um corpo senão enquanto que, ao se mover, move, é preciso que tudo o que recebe a impressão de algum corpo se mova. Porém, unicamente se move o que é corpo, como se prova no Livro VI da "Física"(c.4,1; 234b).

Será, pois, necessário que tudo o que recebe a impressão de algum corpo seja corpo, ou alguma potência corporal. Entretanto, no Livro II (c. 49 sqq.) se demonstrou que o entendimento não é corpo, nem potência corporal.

Por conseguinte, é impossível que os corpos celestes influam diretamente no entendimento.

Tudo o que é movido por outro é reduzido de potência a ato. Mas nada é reduzido por outro de potência a ato, se esse outro não está em ato.

Assim, pois, é preciso que todo agente e motor esteja de algum modo em ato com relação a aquilo que o paciente e movido se ache em potência.

É assim que os corpos celestes não são inteligíveis em ato, porque são certos singulares sensíveis.

Logo, como nosso entendimento só está em potência com respeito aos inteligíveis em ato, é impossível que os corpos celestes atuem diretamente sobre ele.

A operação própria de uma coisa corresponde à sua natureza, a qual nas coisas geradas, se adquire juntamente com a operação da geração.

Vemos isso nas coisas pesadas e leves, as quais no termo de sua geração, têm imediatamente o próprio movimento, se algo não o impede; por isto, o gerante se chama movente.

Conforme a isto, o que em conformidade com o princípio de sua natureza não está sujeito às ações dos corpos celestes, tampouco o está quanto à sua operação.

Ora pois, a parte intelectiva não é causada por determinados princípios corporais, mas procede totalmente de algo extrínseco, segundo o provamos (I, 2c. 86 e ss).

Logo, a operação do entendimento não está sujeita diretamente aos corpos celestes.

As coisas que são causadas pelos movimentos celestes estão sujeitas ao tempo, que é "o número do primeiro movimento celeste"(Livro IV da "Física", c.11; 218 b).

Em conseqüência, as coisas que prescindem totalmente do tempo não estão sujeitas aos movimentos celestes.

Porém, o entendimento prescinde totalmente do tempo em sua operação, como também de lugar, porque considera o universal, que está separado do tempo e do espaço.

Portanto, a operação intelectual não está sujeita aos movimentos celestes.

Nada rebaixa sua espécie quando age.

É assim que o entendimento transcende a espécie e a forma de qualquer corpo agente, porque toda forma corpórea é material e individualizada, e o entender recebe a espécie de seu objeto, que é o universal e imaterial.

Portanto, nenhum corpo pode entender por sua forma corpórea.

Logo, muito menos poderá um corpo qualquer causar o entender em outro.

O que é meio de união com o superior não pode estar sujeito ao inferior.

Mas nossa alma, enquanto entende, se une às substâncias intelectuais, que por índole natural são superiores aos corpos celestes; porque nossa alma não pode entender senão enquanto que dalí recebe sua luz intelectual.

Assim, pois, é impossível que a operação intelectual esteja sujeita diretamente aos movimentos celestes.

Este fato acredita-se se consideramos o que disseram os filósofos sobre o particular. Porque os antigos filósofos naturalistas, como Demócrito, Empédocles e seus seguidores, afirmaram que o entendimento não se diferencia do sentido, conforme consta no Livro IV da "Metafísica" (3, c. 5, 7;1009 b) e no Livro III "Da alma"(c.3 1, 2; 427 a).

Resultando disso que, como o sentido é certa potência corporal obediente à mudança dos corpos, o entendimento também seria igual. E por isso eles disseram que, como a mudança dos corpos inferiores responde a dos superiores, a operação intelectual responde ao movimento dos corpos celestes, conforme o que diz Homero: "Tal é o entendimento nos deuses e nos homens terrenos qual determinou em seu dia o Pai dos homens e dos deuses", isto é, o sol, ou, mais propriamente, Júpiter, a quem chamavam deus sumo, entendendo por tal todo o céu, segundo consta por Santo Agostinho, no Livro da "Cidade de Deus" (I, 4, c. 11; I, 5, c.8).

Isto deu origem também à opinião dos estóicos, os quais diziam que o conhecimento intelectual era causado em nós pela impressão das imagens dos corpos em nossas mentes, como em um espelho ou em uma página, que recebe as letras impressas sem fazer nada por sua parte. Refere-o Boécio no Livro V do "Sobre a Consolação".

Em conformidade com esta sentença, seguia-se que nossas noções intelectuais ser-nos-iam impressas principalmente pela influência dos corpos celestes.

Daqui que os estóicos foram os primeiros em sustentar que a vida dos homens é guiada por certa necessidade fatal.

Mas a grande falsidade desta opinião aparece desde o momento em que vemos que - como diz Boécio em dito Livro --o entendimento compõe e divide, e compara o supremo com o ínfimo, e conhece os universais e as formas simples, que não se acham nos corpos.

E isto demonstra que o entendimento não é somente um recipiente das imagens dos corpos, mas que tem uma potência superior a elas; porque o sentido externo, que unicamente recebe as imagens dos corpos não alcança realizar o que se disse acima.

Entretanto, todos os filósofos posteriores - que distinguiam o entendimento do sentido - atribuíram a causa de nossa ciência às coisas imateriais e não a determinados corpos. Platão, por exemplo, colocou como causa de nossa ciência as "idéias"; Aristóteles, entretanto, colocou como causa o "intelecto agente".

Todo o que dá a entender que o supor que os corpos celestes são a causa de que entendamos é seguir a opinião de quem sustentava que o entendimento não se diferencia do sentido, como se vê também pelo que diz Aristóteles no Livro "Da alma"(1, c.).

Porém esta opinião é abertamente falsa.

Logo, é claramente falso afirmar que os corpos celestes são causas diretas de nosso entender.

Por isso, a Sagrada Escritura atribui também a causa de nosso entender, não a corpo algum, mas a Deus:

"Onde está Deus que me criou, que dá cânticos na noite, que nos dá inteligência maior que aos animais da terra e nos faz mais sábios que as aves do céu? (Ps. XCIII,10). "Ele que dá ao homem a sabedoria" "Que ensina ao homem a sentença"

Não obstante, deve-se saber que, ainda que os corpos celestes não possam ser diretamente causa de nossa inteligência, em troca influem algo indiretamente. Porque, ainda que o entendimento não seja uma potência corporal, entretanto em nós não pode efetuar-se a operação intelectual sem a cooperação das potências corporais que são a imaginação, a memória e a cogitativa, conforme consta pelo que foi dito anteriormente (Suma Contra os Gentios, I, Livro II, c. LXVIII, fin.). E isto é de tal modo que, impedidas as ações desta potências, por alguma indisposição corporal, impede-se também a operação intelectual, como se vê nos frenéticos e letárgicos, etc.

Por isso, a boa disposição do corpo humano o torna apto para bem entender, já que por ela se robustecem ditas potências. De onde se diz no II Livro "Da alma" (c. 9,2) que "os homens que tem carnes moles, como se vê, tem boa aptidão para entender"

Ora pois, a disposição do corpo humano está sujeita aos movimentos celestes. Pois diz Santo Agostinho No Livro V da "Cidade de Deus" (c. 67) que "não é totalmente absurdo o afirmar que as irradiações siderais possam produzir pelo menos mudanças nos corpos". E São João Damaceno no "Da Fé ortodoxa" (Livro II, c.7), diz que os distintos planetas "provocam em nós diversos temperamentos, hábitos e disposições"

Portanto, os corpos celestes cooperam indiretamente para a bondade da inteligência. E assim como os médicos podem julgar da bondade do entendimento pela complexão corporal, tomada como disposição próxima, assim o pode fazer também o astrólogo, tomando os movimentos dos corpos celestes como causa remota de tal disposição. E deste modo pode ser verdade o que diz Ptolomeu no "Centilóquio" (Sent. 38):

"Quando Mercúrio se acha em alguma das moradas de Saturno, dá inteligência capaz de penetrar as coisas, fazendo robusto a quem então nasce". (O negrito é meu).

 

Capítulo LXXXV: Os corpos celestes não são causa de nossas volições nem de nossas decisões.

Isto demonstra, ao mesmo tempo, que os corpos celestes não são a causa de nossa volições, nem de nossas decisões.

A vontade está na parte intelectiva da alma, conforme consta pelo Filósofo no Livro III "Da Alma"(c. 9, 3; 422 b).

Logo, se os corpos celestes não podem influir diretamente em nosso entendimento, como se demonstrou, (no capítulo precedente), tampouco poderão influir, diretamente, em nossa vontade.

Toda eleição e volição atual, em nós, é causada imediatamente pela apreensão inteligível, porque o bem entendido é o objeto da vontade, como se vê no Livro III do "Da Alma" (c. 10) e por isto não pode seguir-se transtorno algum ao eleger, a não ser que o entendimento falhe no elegível particular, conforme manifesta o Filósofo no Livro VII " Dos Éticos" (c. 3, 6; 1146, b).

Portanto, se os corpos celestes não são causa de nossa inteligência, tampouco podem ser causa de nossa eleição.

Tudo quanto ocorre nos corpos inferiores por influência dos corpos celestes ocorre naturalmente, posto que estão naturalmente colocados sob eles. Conforme isto, se nossas eleições ocorrem por influência dos corpos celestes, é necessário que sucedam naturalmente; quer dizer que o homem elege realizar suas operações à maneira como agem os brutos por instinto natural, e como se movem naturalmente os corpos inanimados.

Logo, os princípios agentes não serão dois, a intenção e a natureza, mas somente um, que é a natureza. Porém, Aristóteles demonstra o contrário no II Livro "Dos Físicos"(c. 5,2; 196 b).

Portanto, não é verdade que nossas eleições provenham da influência dos corpos celestes.

As coisas que se fazem naturalmente são conduzidas ao fim por determinados meios; e por isso sucedem sempre de igual modo, porque a natureza está determinada invariavelmente.

É assim que as eleições humanas tendem ao fim por diversas vias, tanto nas coisas morais como nas artísticas.

Logo, as eleições humanas não se fazem instintivamente.

As coisas que se fazem naturalmente se fazem quase sempre retamente, porque a natureza só falha em casos contados.

Ora bem, se o homem elegesse naturalmente, suas eleições seriam quase sempre retas. E isto é claramente falso.

Logo, o homem não elege naturalmente. O que teria que ser assim, se ele elegesse sob o influxo dos corpos celestes.

As coisas que são de uma mesma espécie não se diversificam nas operações naturais conseqüentes à natureza da espécie. Por isso, todas as andorinhas fazem o ninho da mesma maneira e todos os homens entendem de igual modo os primeiros princípios, que são naturalmente claros.

Porém, a eleição é uma operação conseqüente à espécie humana.

Portanto, se o homem elegesse naturalmente, todos os homens teriam que eleger do mesmo modo. O qual é evidentemente falso, tanto nas coisas morais como nas artísticas.

Logo, o homem não elege naturalmente. O que teria que ser assim, se ele elegesse sob o influxo dos corpos celestes.

As virtudes e os vícios são os princípios próprios das eleições, porque o virtuoso se diferencia do vicioso no fato que ambos elegem coisas contrárias.

Mas nós temos as virtudes políticas, como os vícios, não por natureza, mas por costume, como o prova o Filósofo no II Livro "Dos Éticos", partindo de que nos habituamos àquelas operações a que nos fomos acostumando principalmente na infância.

Logo, nossas eleições não são por natureza. Por conseguinte, tampouco são causadas pela influência dos corpos celestes, segundo a qual as coisas procedem naturalmente.

Os corpos celestes só influem diretamente nos corpos, segundo se demonstrou (no capítulo precedente).

Se eles fossem, pois, a causa de nossas eleições, ou isto seria enquanto influem em nossos corpos, ou enquanto nos influenciam desde fora.

Porém, de nenhuma das duas maneiras podem ser suficientemente causa de nossas eleições. Pois não é causa suficiente de nossa eleição que se nos apresentem exteriormente certas coisas; porque consta que ao encontro de algo deleitável, a saber, uma comida ou uma mulher, se o imoderado se move ao elegê-lo, o moderado não se move.. De igual modo, tampouco basta para nossa eleição qualquer mudança que possa ocorrer em nosso corpo por influência de um corpo celeste, porque a única coisa que isso ocasiona em nós são certas paixões mais ou menos veementes; paixões que, ainda que veementes, não são causa suficiente da eleição, já que, se arrastam o incontinente, em troca, não movem o homem continente.

Logo, não se pode afirmar que os corpos celestes são a causa de nossa eleições.

A nenhuma coisa se dá um poder em vão.

Ora bem, o homem tem o poder de julgar e consultar sobre tudo quanto é capaz de fazer, quer se trate do uso das coisas externas, quer se trate de admitir ou repelir suas paixões internas. E isto seria em vão se os corpos celestes causassem nossa eleição, caso ela não estivesse em nosso poder.

Portanto, os corpos celestes não são causa de nossa eleição.

O homem é por natureza "animal político ou social" (I Ética, 7,6 1097 b). Evidencia isso o fato de que um homem não se basta a si mesmo, se vive sozinho, posto que a natureza em poucas coisas o proveu suficientemente, dando-lhe razão pela qual pode se procurar todo o necessário para viver, como são a comida, o vestuário e coisas parecidas, para cuja produção não basta um só homem.

Por isso, o homem vive em sociedade por imposição da natureza.

Mas, a ordem da Divina Providência não tira a uma coisas o que lhe é natural, antes bem provê a cada qual em conformidade com sua natureza, segundo consta pelo que foi dito (Cap. 71).

Logo, pela ordem da Providência não está o homem ordenado de modo que a vida social desapareça. Mas ela desapareceria, em troca, se nossas eleições, como os instintos naturais dos outros animais, proviessem das influências dos corpos celestes.

Se o homem não fosse dono de suas eleições, em vão se fariam leis e normas para viver. Igualmente, se não pudéssemos escolher entre isto ou aquilo, em vão se acrescentariam castigos para os maus, e prêmios para os bons. E, faltando estas coisas, a vida social imediatamente se corrompe.

Portanto, conforme a ordem da Divina Providência, o homem não foi criado de modo que suas eleições provenham dos movimentos dos corpos celestes.

As eleições humanas versam sobre coisas boas e más. Se, pois, nossas eleições proviessem dos movimentos das estrelas, seguir-se-ia que elas seriam a causa própria das más eleições. Porem, o que é mau não tem causa na natureza, porque o mal ocorre por defeito de alguma causa, conforme se demonstrou (cap. 4 e ss.).

Não é possível, pois, que nossas eleições provenham direta e propriamente, como de suas causas, dos corpos celestes..

Entretanto, alguém pode objetar contra isto, dizendo que toda ação má provém do apetite de algum bem, conforme se demonstrou (cap. 5,6); tal qual a eleição do adúltero provém do apetite do bem deleitável que há nas coisas venéreas, a cujo bem universal move na realidade uma estrela determinada. E isto é necessário para a realização das gerações dos animais; bem comum que não se devia descuidar pelo mal particular daquele que, impulsionado por tal instinto, elegeu o mal.

Porém esta resposta não é suficiente, se não se supõe que os corpos celestes são a causa própria de nossas eleições, como se influenciassem diretamente no entendimento e na vontade. Porque a influência da causa universal é recebida por cada um conforme o seu modo de ser. Logo, o efeito da estrela que move ao prazer ocasionado pela união destinada à geração será recebida em cada qual conforme seu modo próprio de ser, como o confirma o fato de que diversos animais tem diversos tempos e maneiras de unir-se em conformidade com a sua natureza, segundo diz Aristóteles em seu livro "História dos Animais".(I, 5, c. 8; 542 a).

Conforme isto, o entendimento e a vontade receberiam a influência de tal estrela a seu modo. É assim que, quando se apetece algo em conformidade com o modo de ser do entendimento e da razão, não intervém pecado na eleição, que, na realidade, é má sempre que contraria a reta razão.

Logo, jamais nossa eleição seria má se os corpos celestes fossem a causa de nossa eleições.

Nenhuma virtude ativa ultrapassa a espécie e a natureza do agente, porque todo agente age por sua forma.

É assim que tanto o querer como o entender transcendem toda espécie corpórea; pois como entendemos o universal, assim também nossa vontade é atraída por algo universal, por exemplo, quando "odiamos aos ladrões em geral", como diz o Filósofo em sua "Retórica" (I.2, c. 4, 31; 1382 a).

Em conseqüência, nosso querer não é causado por um corpo celeste.

As coisas que são para um fim estão proporcionadas ao mesmo fim.

Ora bem, as eleições humanas estão ordenadas, como a seu último fim, à felicidade. Felicidade que não consiste em alguns bens corporais, mas em que a alma se una pelo entendimento com as coisas divinas, como antes se demonstrou (c. 25 e ss.) conforme o testemunho da fé e as opiniões dos filósofos.

Portanto, os corpos celestes não podem ser causa de nossas eleições.

Daqui que se diga em Jeremias: "Não temais pelo prognósticos celestes, que atemorizam aos gentios, porque as leis dos povos são vãs"(Jer. X, 2 e 3).

Com isto se refuta a opinião dos estóicos, os quais afirmavam que todos nossos atos, assim como nossas eleições, se dispõem de acordo com os corpos celestes (cfr. cap. precedente: "Daqui também...").

E se diz também que esta foi a antiga opinião dos fariseus da Judéia. Inclusive os priscilianistas foram vítimas deste erro, conforme se diz no livro "Dos hereges"(Santo Agostinho, Haeresibus, 70).

Esta foi também a opinião dos antigos filósofos naturalistas, os quais afirmavam que o sentido não se diferencia do entendimento. Pelo que disse Empédocles que "a vontade é infundida" nos homens, como nos diversos animais, instantaneamente", isto é, conforme o momento presente, pelo movimento celeste, que é causa do tempo. É o que Aristóteles faz constar no livro ‘Da Alma"(I. 3, c. 3, 1’427 a).

Entretanto, deve-se saber que, ainda que os corpos celestes não sejam diretamente causa de nossas eleições, como se influíssem diretamente em nossas vontades, podem ser, não obstante, indiretamente causas ocasionais, enquanto têm influência sobre nossos corpos.

E isto de dois modos:

Primeiro, quando a influência dos corpos celestes nos corpos exteriores é para nós uma causa de alguma eleição, por exemplo, quando por disposição dos corpos celestes se esfria o ar intensamente, elegemos aquecer-nos junto ao fogo, ou outras coisas, em consonância com o tempo

Segundo, quando eles influem em nossos corpos, por cuja mudança despertam em nós alguns movimentos passionais, ou nos sentimos dispostos pela influência de certas paixões como os coléricos se inclinam à ira, ou também, quando por sua influência se produz em nós certa disposição corporal que é ocasião de alguma eleição, como quando, ao adoecer, escolhemos tomar remédio.

Por vezes, os corpos celestes são também causa do ato humano, enquanto que alguns, por indisposição corporal se tornam loucos, privados de razão. Porém, nestes não há propriamente eleição, pois se movem por certo instinto natural, como os brutos.

Porém, é evidente e experimentalmente conhecido, que tais ocasiões, tanto externas como internas, não são causa necessária de eleição, porque o homem pode, pela razão, resistir a elas ou obedecê-las. Não obstante, são muitos os que seguem os impulsos naturais, e poucos, isto é, os sábios, os que não seguem as ocasiões de agir mal nem os impulsos naturais. E, por isso, diz Ptolomeu no "Centilóquio" que "a alma sábia colabora com a obra das estrelas", e que "o astrólogo não pode julgar da influência dos astros se não conhece bem a capacidade da alma e o temperamento natural", e que "o astrólogo há de prognosticar vagamente sem detalhar" (Sent. I). Isto é, porque a influência dos astros surte seu efeito em todos os que não resistem à sua própria inclinação corporal; porém, não se dá neste ou naquele que, porventura, resiste pela razão à inclinação natural" (Os negritos são meus).

 

APÊNDICE II

São Tomás: Suma Teológica

I q. 115, art. 4:Se os corpos celestes são causa dos atos humanos.

Resposta:

Os corpos celestes atuam sobre os corpos terrestres diretamente e por si mesmos, como ficou dito.

Mas, sobre as potências da alma que funcionam mediante órgãos corpóreos agem direta, mas acidentalmente, porque os atos de tais potências necessariamente são impedidos na medida dos impedimentos de seus órgãos. Assim, se os olhos estão turvos, não se vê bem.

Se, pois, o entendimento e a vontade fossem faculdades dependentes de órgãos corpóreos, como pensaram alguns que diziam que o entendimento não se diferenciava dos sentidos corporais, seguir-se-ia necessariamente que os corpos celestes pudessem ser causa das eleições e dos atos humanos.

Disto se seguiria, por sua vez, que o homem pudesse ser impelido a sua operações pelo instinto natural da mesma forma que os demais animais, nos quais não há potências da alma não dependentes de órgãos corpóreos., porque, o que se realiza nestes seres inferiores pelo influxo dos corpos celestes, se faz naturalmente, e, portanto, seguir-se-ia também que o homem não teria livre arbítrio, mas que teria ações determinadas como as que têm os demais seres naturais. Tudo o que é evidentemente falso e contrário ao que vemos continuamente na vida humana.

Há que se admitir, entretanto, que as influências dos corpos celestes podem chegar, indireta e acidentalmente, até o entendimento e a vontade, a saber: na medida em que tanto o entendimento como a vontade se servem em algum modo das faculdades inferiores que dependem de órgãos corpóreos.

Porém, há nisto uma diferença grande entre ambas as potências. Porque o entendimento recebe necessariamente o que lhe servem as faculdades apreensivas inferiores. E assim, perturbadas a imaginação, estimativa, ou a memória, necessariamente disso se ressentirá também a ação do entendimento.

Porém, em troca, a vontade não segue necessariamente a inclinação do apetite inferior, pois que ainda que as paixões irascíveis e concupiscíveis não deixem de ter certa força para inclinar a vontade, esta, entretanto, permanece com o poder de seguí-las ou recusá-las.

A isto se deve que a ação dos corpos celestes, pela qual podem ser alteradas as potências inferiores, seja menos efetiva com relação à vontade, causa imediata dos atos humanos, do que com relação ao entendimento.

Portanto, o supor que os corpos celestes são causa dos atos humanos, é próprio dos que dizem que o entendimento não se distingue dos sentidos materiais. Assim, diziam os alguns deles que "tal era a vontade dos homens qual a modelava diariamente o pai dos homens e dos deuses". (Homero, Odisséia, I, 18 v. 138).

Porém, como é absolutamente certo que o entendimento e a vontade não são faculdades dependentes dos órgãos corpóreos, não é possível que os corpos celestes sejam causa dos atos humanos".

[E, nesse mesmo artigo, São Tomás havia levantado a seguinte objeção favorável à Astrologia preditiva ]

"3. Os astrólogos predizem por vezes coisas verdadeiras sobre as guerras e outros acontecimentos humanos que procedem do entendimento e da vontade. Eles não poderiam fazer isto se os asrtros não fossem causa dos atos humanos. Logo, os corpos celestes são causa dos atos humanos".

Esta falsa objeção foi refutada por São Tomás do seguinte modo:

"São muitos os homens que seguem as paixões, que são movimentos sensíveis nos quais podem influir os corpos celestes. Em troca, são poucos os sábios que resistem às paixões.

Esta é a razão pela qual os astrólogos podem, predizer, o mais das vezes, coisas verdadeiras, e, mais ainda, se eles falam de modo genérico.

Não ocorre assim se falam de modo particular, porque sempre resta a possibilidade de que qualquer homem resista às paixões por seu livre arbítrio. É de se notar que os próprios astrólogos afirmam que "o homem sábio domina os astros" ao dominar as suas paixões.(Ptolomeu, Centilóquio, proposição 5; Alberto Magno, In Sententiarum, 2 d. 15, a. 4).

 

I -2, q. 9, a. 5: Se a vontade humana é movida por algum corpo celeste.

Resposta:

Por via de moção do objeto, é evidente que a vontade humana pode ser movida pelos corpos celestes, enquanto os objetos exteriores os quais são percebidos pelos sentidos, movem a vontade e mesmo os órgãos da vida sensível, recebem a influência dos corpos celestes.

E alguns sustentaram que os corpos celestes podem também influir diretamente na vontade humana segundo o modo de moção de exercício que a vontade recebe de um agente exterior.

Isto, entretanto, é impossível. "A vontade, diz Aristóteles, está na razão"(Da Alma, III), e a razão é uma faculdade da alma não ligada a órgão corporal, pelo que a vontade também é imaterial, incorpórea.

É também verdade evidente que nenhum corpo pode influir nos seres imateriais e incorpóreos, senão ao contrário, já que estes estão dotados de virtude operativa mais pura e universal que todas as coisas corporais.

Portanto, é impossível que os corpos celestes atuem diretamente na inteligência e na vontade

Por isto, Aristóteles, expondo a opinião dos que dizem que "tal é vontade dos homens qual ela é infundida diariamente pelo pai dos deuses e dos homens", isto é, Júpiter, que simbolizava todo o céu, atribui esta opinião a quem não admitia diferença entre o entendimento e o sentido.

Com efeito, as faculdades sensitivas que informam os órgãos corporais podem receber indiretamente a influência dos movimentos celestes, ao serem movidos os corpos que elas atuam.

E como, segundo se disse, o apetite intelectual recebe uma certa moção do apetite sensitivo, indiretamente os movimentos celestes redundam na vontade, ao ser esta movida pelas paixões do apetite sensível".

Também nesta questão, São Tomás alude aos astrólogos, e às suas previsões na terceira objeção que reza assim:

"Os astrólogos predizem, pela observação dos corpos celestes, certos fatos referentes aos atos humanos movidos pela vontade. Isto não seria possível se os corpos celestes não movessem a vontade humana. Logo, de fato, os astros movem a vontade".

[Este sofisma é assim refutado por São Tomás]:

"3. Como já se disse, o apetite sensitivo é obra de um órgão corporal. Por isto, pode acontecer que, por influência dos corpos celestes, alguns homens sejam mais inclinados à ira, à concupiscência ou a outras paixões; assim como acontece que tantos homens mal inclinados por sua complexão natural se entreguem às paixões, às quais somente os sábios resistem, E daí provém que muitas vezes se cumpram os prognósticos sobre os atos humanos, fundados na observação dos astros. Não obstante, conforme declara Ptolomeu em seu Centilóquio, "o sábio se sobrepõe aos astros" porque, resistindo às paixões, frustra os efeitos desses corpos celestes pelo predomínio de sua vontade livre, em nada submetida ao movimento planetário.

Ou, como dizia Santo Agostinho, "temos de confessar que, quando os astrólogos predizem a verdade, fazem-no em virtude de um instinto ocultíssimo, que, inconscientes, recebem as mentes humanas, e quando isto está destinado a enganar aos homens, é obra dos espíritos maus e sedutores" (Os negritos são meus).

 

2-2, Q95, a. 1: Se a advinhação é pecado.

"Resposta:

A palavra advinhação significa anúncio antecipado de acontecimentos futuros, os quais se podem conhecer de duas maneiras: em suas causas e em si mesmos.

As causas dos acontecimentos futuros são de três classes.

Umas produzem sempre e necessariamente seus efeitos. Estes podem ser previstos com certeza e anunciar-se com anterioridade pelo simples exame de suas causas, como os astrólogos anunciam os futuros eclípses.

Outras causas há que não produzem sempre e necessariamente seus efeitos, mas apenas na maioria das vezes, e raramente falham. Os futuros acontecimentos deste gênero não podem ser conhecidos com certeza em suas causas, mas apenas por certas conjeturas. Assim, os astrônomos, atentos aos fenômenos estelares, podem conhecer e anunciar uma época de chuvas ou de seca, da mesma forma que o médico, seguindo o curso da enfermidade, prevê a saúde ou a morte do doente.

Existem, por fim, outras causas que, consideradas em si mesmas, são indiferentes à produção deste ou daquele efeito. Isto acontece principalmente nas potências racionais, as quais, segundo Aristóteles, tendem a objetos opostos. Os efeitos deste gênero de causas, assim como os que provém raras vezes e por acidente fortuito de causas naturais, não podem ser descobertos pela simples análise de suas causas, já que estas não têm inclinação determinada a produzir tal classe de efeitos.. Portanto, somente podem ser conhecidos em si mesmos, o qual no caso do homem exige os objetos presentes, à maneira daquele que vê Sócrates atualmente passear ou correr.

O conhecer estes efeitos em si mesmos antes que aconteçam é algo próprio e exclusivo de Deus, que vê desde a eternidade todos os acontecimentos futuros como se fossem presentes. Por isso exclama Isaías: "Anunciai-nos o porvir, para que saibamos assim que sois deuses" (Is. XLI, 23).

Portanto, se alguém pretende conhecer e predizer tal classe de acontecimentos por qualquer meio distinto da revelação divina, usurpa um direito divino. E daqui provém o nome de "advinho", pois, como diz Santo Isidoro, "eles são chamados de advinhos como se estivessem cheios de Deus; pois eles mesmos fingem que estão repletos da Divindade e com fraudulenta astúcia profetizam aos homens as coisas futuras.

Por conseguinte, não se chama advinhação quando o homem conhece e anuncia de antemão aqueles acontecimentos que procedem necessariamente, ou pelo menos geralmente, de suas causas. Tampouco quando conhece e anuncia os fatos contingentes por revelação divina. Então, não é o homem quem "advinha" ou faz um ato divino, mas antes recebe o divino.

A advinhação se dá unicamente quando alguém usurpa de modo indevido a predição de acontecimentos futuros. É evidente que isto é pecado.

Portanto, a advinhação é sempre pecado; pelo que a palavra "advinhação", diz São Jerônimo, "sempre se toma em mau sentido"

 

2-2, Q. 95, a. 2: Se a advinhação é uma espécie de superstição.

"Resposta.

Indicamos antes (Q. 92, a. 1 e 2) que a superstição implica o exercício do culto devido divino feito indevidamente.

De duas maneiras pode uma coisa pertencer ao culto da Divindade.

Em primeiro lugar, a modo de oblação, que se costuma fazer sob a forma de sacrifício ou de simples oferenda.

Em segundo lugar, como apropriação ou uso de algo divino; é o caso já exposto do juramento(Q.89, a. 4 ad 2).

Por isso, a superstição compreende não só a imolação idolátrica de sacrifícios aos demônios, como também a toda essa classe de auxílios que se solicitam aos demônios, com o fim de conhecer ou de realizar alguma coisa.

Ora, a advinhação provém sempre da ação dos demônios, seja porque se os invoca expressamente para que manifestem o futuro, ou porque eles mesmos se intrometam nessas inúteis inquisições para envolver em vaidade os espíritos.

Canta o salmista: "Bem aventurado o homem que não dirige seu olhar sobre as coisas vãs e as loucuras enganadoras"(Ps. XXXIX, 5).

Uma vã indagação é querer descobrir os acontecimentos futuros, quando nos é completamente impossível. Por isto, se faz patente que a advinhação é uma espécie de superstição".

 

Nota do Sr. de Carvalho:

COMENTÁRIO

No dia, o Sr Olavo de Carvalho, ao fazer seus primeiros ataques a mim por ter eu criticado René Guénon, comentara ele o livro de Marie-France James -- Ésoterisme et Christianisme autour de René Guénon (Nouvelles Éditions Latines, Paris, 1981) -- dizendo:

"Mas, ao fazê-lo, V. Sa. cai ainda no erro de citar como única fonte (pois as demais mencionadas são alheias a esse ponto) a obra de Marie-France James, "Esotérisme et Christianisme Autour de René Guénon" (Paris, Nouvelles Éditions Latines, 1981), aliás sem consulta direta mas somente através da citação obtida de outro autor. Conheço bem essa obra, que li e anotei há mais de dez anos, e conheço também alguns dos personagens que ela menciona. Posso assegurar que a Srta. James, malgrado toda a sua pesquisa de arquivo, desconhece a tal ponto esses personagens que chega a confundir uns com os outros, não sabendo, pôr exemplo, que aqueles que ela menciona com os nomes de Martin Lings e Sidi Abu-Bakr são, fisicamente, a mesma pessoa, ou, noutras ocasiões, atribuindo a Martin Lings episódios que se passaram com Titus Burckhardt e vice-versa. Sei dessas coisas por ter convivido durante algum tempo com o sr. Lings e conversado muito com ele a respeito desses episódios, dos quais a Srta. James ignora praticamente tudo. Ao ler depois a obra da Srta. James não deixei de dar boas risadas com as confusões que ela fazia."

Ele se limitava, em suma, a criticar um equívoco da autora, que julgara serem duas pessoas distintas, o Sr. Martin Lings, um gnóstico amigo de Olavo, e Abu Bakr, quando este era o nome adotado pelo sr Lings ao apostatar o cristianismo, para tornar-se um esotérico maometano.

Nessa ocasião, o Sr. Olavo nem citou o nome de Paterson, a quem a Srta James atribuiu o nome de Abu Bakr.

Olavo -- que diz ter convivido com Martin Lings, e rido com ele da confusão feita pela Srta. James -- também não citou então, os equívocos dessa autora ao identificar erradamente as pessoa que aparecem nas fotos da capa de seu livro, assim como numa foto da página 129.

Só agora, passados meses, nessa nota publicada dia 27 de junho, Olavo se "lembrou" de criticar esses equívocos da Srta. James.

Por que será que o sr. Olavo não fez isso antes?

Por que o fez só agora?

Se o tivesse feito então, teria fundamentado um pouco melhor a sua crítica, quanto a esse ponto, colateral e secundário, da obra da Srta James.

Não quero pensar que ele não tivesse o livro, porque Olavo declarou que o lera e anotara, e me recriminou por citar esse livro em segunda mão...

Vai ver que ele tinha outra edição do livro...que não tinha fotos na capa.

Mas o livro só teve uma edição !

Vai ver que Olavo só tinha uma cópia xerox dele... sem a foto da capa, claro.

Sejamos generosos em nossa interpretação dos fatos.

Quero ter essa boa vontade para com ele, porque não posso crer que ele não possuísse a obra, e a citasse...em segunda mão...Não é possível que Olavo me recriminasse por um "falta" que ele mesmo estava cometendo.

Não quero crer que Olavo tenha comprado e recebido o livro da Srta James só agora, muito depois da polêmica ter se iniciado.

Mas, se ele já tinha o livro, como só agora ele notou esse equívoco das fotos, ele que conhecia o rosto de Martin Lings ? Por que não disse nada de um erro que fundamentaria mais fortemente sua crítica?

Estranho...

Vai ver que Olavo esquecera das fotos que vira, e do livro que anotara, há mais de dez anos! Certamente, ele se esqueceu das fotos, que observara o equívoco, e até o anotara... mas ... o olvidara...

Que pena !...

***

Desse equívoco secundário da autora, Olavo concluiu que ela não é confiável como historiadora.

Mas que exagero, seu Olavo !

O livro da Srta. James é documentadíssimo. Mais de 450 obras constam de sua bibliografia, assim como são citadas mais de 250 obras, além de umas cinqüenta revistas e artigos Mais: ela cita uma impressionante lista de documentos inéditos de René Guénon e de outros.

A essa enorme massa de documentos, Olavo contrapõe dois equívocos:

1) que ele não sabia que Lings adotara o nome Abu Bakr;

2) que errou ao identificar as pessoas que aparecem em duas fotos.

Daí, Olavo conclui que ela dizer--baseada em documento, e eu citá-la -- que Guénon tomava ópio e haxixe, seria "induzir em falso testemunho".

Já disse: a questão fundamental é a doutrinária: Guénon é gnóstico. E Olavo também o é.

Essa conclusão doutrinária não muda, nem com confusão de fotos, nem de nomes árabes ou ingleses.

Se Olavo é tão severo em seu critério, que o leva a concluir que não é confiável uma historiadora tão documentada, que pensar dele que, na mesma hora em que faz essa crítica, ERRA ao copiar o nome de Jacques-Albert Cuttat, chamando-o de JEAN - Albert Cuttat ?

Só por isso iremos desqualificar Olavo?

Só por isso, nunca.

Mas que pensar de Olavo por suas citações dantescamente "chutadas"?

***

René Guénon e Olavo de Carvalho são gnósticos "tradicionalistas'".

Essa é a conclusão comprovada por uma enorme documentação irrefutável de textos deles dois.

O mais é vã tentativa de Olavo para despistar os leitores.

C'est fini, Monsieur.

 

Na festa da Visitação de Nossa Senhora, 2 de Julho de 2.001.

Orlando Fedeli.

 

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MONTFORT Associação Cultural
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Online, 21/05/2024 às 13:54:42h