Mesmo estando em retiro, as vibrações do mundo virtual interromperam, quem sabe, o “extraordinário” repouso no espirito do padre José Eduardo. O agitado mundo do Instagram, que deveria estar desativado para uma alma em retiro espiritual, prejudicou o êxtase carismático do padre que permaneceu conectado, mesmo em retiro, nas badaladas redes sociais. 

Seria esse retiro, conectado no Instagram, uma novidade neopentecostal?

Deixando de lado as novidades excêntricas do padre carismático, atentemos à confissão premiada, que confirma a adesão do padre Jose Eduardo ao movimento protestante pentecostal.

Na esteira do Vaticano II, o conservador Padre Jose Eduardo declarou, em alto tom, o que já era uma evidência­. Com muito orgulho, confessou aos seus ouvintes “evangélicos” que foi MOLDADO pelos livrecos da heresia pentecostal. Imagina se um padre dissesse que foi moldado pelos livros de Marx? Ou, então, pelos livros heréticos do blasfemador Martinho Lutero? Ora, ser moldado por livros significa assumir as ideias ou convicções. Nesse sentido, tomando como molde de formação os livrecos protestantes, era inevitável que o Padre José Eduardo adquirisse a forma protestante, com as ideias do protestantismo.

É o que explica sua adesão à protestante Renovação Carismática, repetindo os mesmos delírios desse Movimento herético-pentecostal. Por isso o Padre José Eduardo dialoga com tanto entusiasmo com os hereges pentecostais, como se fossem irmãozinhos unidos pela mesma “fé” irracional.

Com os tradicionalistas, xingamentos com zero ecumenismo. Com os hereges, blasfemadores da Virgem Maria, todo o respeito e doçura, bem nos moldes do Vaticano II. 

Assim o Padre José Eduardo passou do neoconservadorismo ao neopentecostalismo. Começou bem, estudando com o professor Orlando Fedeli. Mas, deixando-se levar pelos ventos do aggiornamento conciliar, começou a degringolar, deixando-se moldar, não pelos livros católicos, mas pelos livrecos da heresia pentecostal, que certamente seriam queimados na fogueira da Inquisição!

O que mais espanta, além da adesão aos delírios protestantes da Renovação Carismática, é a confissão do padre que, sem qualquer constrangimento, diz ter sido moldado por livrecos pentecostais. E isso vindo de um conhecedor dos Tratados Morais. Ser guiado – doutrinariamente e espiritualmente – por livros heréticos, está na raiz do Movimento Carismático. Já o famigerado retiro de Duquesne foi conduzido, não pela teologia e espiritualidade católica, mas pelos uivos de um pastor (David Wilkerson), autor do livro A Cruz e o Punhal, tão amado pelos carismáticos e, certamente, pelo Padre José Eduardo.

Para que não se pense tratar-se de calúnia tradicionalista, reproduzo um trecho do livro da Patti Mansfield, expoente da Renovação Carismática:

“Dentre os fatores atuantes que levaram, diretamente, à experiência do Batismo no Espírito Santo, homens como Ralph, Steve e sua rede de amigos de Notre Dame, Duquesne e dos Cursilhos, coube um papel chave a dois despretenciosos livros editados em brochuras. Um deles é ‘A Cruz e o Punhal’, escrito por David Wilkerson.” (Patti Gallangher Mansfield. Como um Novo Pentecostes. Rio de Janeiro: Louva-a-Deus, 2003, p. 13).

Sem querer ensinar o padre José Eduardo, que sabe muito mais do que nós os princípios da Fé e da Moral, queremos apenas reproduzir dois excertos do Tratado Moral, precisamente acerca da postura católica em relação aos livros dos hereges, que blasfemam contra a Igreja, contra o Papa e contra a Virgem Maria.

Tratado Moral do Doutor em Direito Canônico, o Padre Teodoro da Torre Del Greco:

“Os livros SUJEITOS À CENSURA ECLESIÁSTICA. Que relatam novas aparições, revelações ou milagres. Que combatem ou escarnecem qualquer dogma católico; que defendem erros condenados pela Santa Sé, que desprezam profundamente o culto católico, que visam subverter a disciplina eclesiástica” (Padre Teodoro da Torre Del Greco, O. F. M. Teologia Moral. São Paulo: Edições Paulinas, 1959, p. 417).

Prossegue o Canonista:

“O direito E O DEVER de DENUNCIAR os livros perigosos incumbe: a) a todos os fieis; b) mais ESPECIALMENTE AO CLERO” (op. cit., p. 415).

O mesmo preceito retumba na Teologia Moral do Teólogo Royo Marín: “Consiste este pecado en la ayuda prestada voluntariamente al perturbador de la sociedad. Es muy frecuente en nuestros días. Para citar un ejemplo, cometen este pecado todos los que cooperan a la difusión de un libro herético, blasfemo u obsceno: el editor, el impresor, los libreros, los anunciantes, etc., etc. Incurren todos ellos en gravísima responsabilidad moral, como cooperadores más o menos inmediatos y formales del responsable principal, que es el autor del libro” (Antonio Royo Marín. Teología Moral para Seglares: Moral Fundamental y Especial. Cap. III, 892, 5º). É patente a admiração e a propaganda que o Padre José Eduardo faz de livros heréticos. Ao invés de denunciar, como manda a Moral Católica, o Padre prefere elogiar e divulgar os livrecos protestantes, que lhe serviram de molde no seu processo de formação. 

Diga-nos, Padre: qual santo, doutor da Igreja, ou mesmo Tratado Moral, ensinou que devemos ser formados por livrecos heréticos? De qual Catecismo o sr. aprendeu essa recomendação imprudente? Seria a nova moral ecumênica do Vaticano II?

Deixando-se moldar por livros de hereges, Padre José Eduardo absorveu as ideias e as práticas do protestantismo. Por isso passou a frequentar a babel carismática, enrolando a língua como os protestantes. Passou a acreditar, contra a tradição e o bom senso, no ridículo xalandrica pentecostal, como se fosse um dom extraordinário.

Quem então virou protestante? 

Os chamados tradicionalistas ou o Padre que se deixou moldar por livros heréticos?

É lamentável essa evidente contradição!

Que Nossa Senhora devolva a lógica e o catolicismo na mente e na vida do Padre José Eduardo!