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SOBRE A SUSPENSÃO DA MISSA TRIDENTINA NA PARÓQUIA SÃO FELIPE NERI
PERGUNTA
Nome:
Alberto
Enviada em:
27/12/2023

SOBRE A SUSPENSÃO DA MISSA TRIDENTINA NA PARÓQUIA SÃO FELIPE NERY
Liniker Tolentino Antonovas
Alberto Luiz Zucchi
 
Em razão do anúncio da suspensão da realização da Missa Tridentina na Igreja de São Felipe
Neri, no bairro da Vila Prudente na cidade de São Paulo, no dia 24 de dezembro, procuramos
de forma privada ao padre Josivaldo Alves Barreto, pároco da Igreja, após a recitação da Novena
de Natal, para a entrega de uma carta na qual solicitávamos que as Missas celebradas no Rito
Extraordinário fossem mantidas.
 
De início o padre recebeu a carta e iniciou-se um diálogo. Para justificar a interrupção da Missa,
o padre afirmou existir um decreto emitido pelo Arcebispo determinando a suspensão. Ao
solicitarmos a apresentação do referido Decreto o padre disse que não poderia fazê-lo, e
recomendou que procurássemos o arcebispo diocesano e ainda lembrou que para se ter uma
atitude correta é necessário obedecer.
 
Comentamos que era muito estranho um decreto que não poderia ser publicado e, justificando
termos procurado o padre, ressaltamos que o documento informando a suspensão da Missa
tinha somente assinatura dos padres da paróquia, mas se tivéssemos em mãos o referido
decreto, poderíamos procurar o Arcebispo. Solicitamos ainda que o padre nos acompanhasse
em uma eventual entrevista com o Arcebispo. O padre recusou a participação de forma
veemente e, visivelmente irritado, nos devolveu o envelope que continha a carta, sem sequer
tomar conhecimento do seu conteúdo, dizendo que não queria receber nosso pedido.
 
Ao devolver-nos a carta, o padre nos informou que a Dom Odilo sempre se opusera à Missa
Antiga celebrada na paróquia. Nós comentamos que a informação nos surpreendia porque
poucos meses antes, quando ocorreu a transferência da Missa para a Capela Santo Antônio, o
padre havia pedido donativos para a aquisição de novos bancos, o que claramente indicava que
a Missa deveria permanecer naquele lugar por um bom tempo.
 
Cada vez mais nervoso e alterado, o padre afirmou que se queríamos acertar devíamos
obedecer, ao que respondemos que estávamos sempre dispostos a obedecer a Igreja naquilo
que é nossa obrigação, mas, para esclarecer em que consiste a obrigação de obedecer,
perguntamos se ele permaneceria ao lado de Santo Atanasio na luta contra as autoridades da
Igreja que defendiam heresia, ou se ficaria ao lado do Santo. O padre respondeu que
permaneceria com as autoridades.
 
Perguntamos então se ele daria a benção aos casais em situação irregular, como determinava o
novo documento da Congregação para a Doutrina da Fé, ele respondeu afirmativamente. Diante
de tão surpreendentes respostas, perguntamos se fosse solicitado pelas autoridades a
realização de um ato sacrílego dentro da Igreja se ele cumpriria a determinação, ao que ele
respondeu que se fosse determinado pela Igreja faria.
 
Claramente o padre já estava muito perturbado e nervoso com a situação o que certamente
contribuiu para as respostas absurdas. Constantemente o padre insistia em que devíamos
procurar o Arcebispo.
 
Já sem controle emocional, o padre começou a falar alto e chamar a atenção de outros fiéis que
estavam na Igreja. Afirmou ele que não nos atenderia mais porque nós não éramos paroquianos
visto que não residíamos na área geográfica da Paróquia. Isso muito nos surpreendeu porque
frequentamos e colaboramos com a Paróquia São Felipe Neri há mais de 15 anos, recebendo
regularmente os sacramentos e jamais fomos questionados sobre onde residíamos.
 
Curiosamente as pessoas que lá estavam são nossas conhecidas e várias delas também não
residem na área geográfica da paróquia.
 
O padre, ainda em estado emocional alterado e para que todos os que estavam ali ouvissem,
nos acusou de “sepulcro caiado”. Então lhe foi lembrado que eram os Fariseus que colocavam
as regras por eles mesmos estabelecidas acima da caridade e, portanto, devia haver uma
reflexão de quem realmente merecia receber a acusação feita contra os Fariseus por Nosso
Senhor.
 
Nós insistimos, por várias vezes e mesmo depois de termos sido ofendidos de forma tão injusta,
que não estávamos ali para um desentendimento, que o padre apenas recebesse nossa carta e
avaliasse nosso pedido, mas o padre negava qualquer possibilidade de entendimento, sua única
resposta é que fôssemos procurar o Arcebispo.
 
Foi lembrado a ele que esta não era a atitude nem pastoral, nem paternal de um pároco e que,
se ele desejava tanto obedecer, deveria seguir a orientação da Declaração Fiducia Supplicans
que recomenda que os pedidos dos fiéis originários na sua fé popular devem ser atendidos.
 
O padre então abandonou a conversa e se retirou para a sacristia, com alguns fiéis, fechando a
porta.
 
Alguns fiéis que tinham sido chamados pelo padre ainda conversaram conosco, procurando
justificar a atitude do Padre e afirmando que a paróquia passava por um momento difícil.
Informamos que esta situação não era de nosso conhecimento.
Em vista da recusa do Padre Josivaldo de receber a carta e tendo em vista que ele mesmo, na
recusa em recebê-la, optou por agir de forma que a entrega se tornasse algo público, os autores
da carta julgaram oportuno fazer a sua divulgação.
 
A seguir a carta é apresentada e na sequência o aviso sob a suspensão da Missa Tridentina na
paróquia.
São Paulo, 27 de dezembro de 2023
 
 
 
 
 

 
RESPOSTA