Política e Sociedade

Lei francesa de proibição de uso de símbolos religiosos
PERGUNTA
Nome:
Marcelo
Enviada em:
07/03/2004
Religião:
Católica
Idade:
31 anos

Eu li num jornal (acho que na Folha) um artigo apaixonado de um filósofo francês apoiando esta lei que proibe os simbolos religiosos nas escolas francesas.

Pelo o que entendi da lei, os alunos estarão proibidos de usar, vestimentas religiosas consideradas "exageradas", como véus e aqueles chapeuzinhos que judeus e muçulmanos usam (solidéus?). Coisas que não chamam atenção, como pequenos crucifixos escondidos debaixo da camisa estariam liberados.

Resumindo o filósofo: segundo ele esta atitude seria benéfica, pois garantiria maior união entre os jovens que, livres de simbolos religiosos, poderiam viver em comunhão, sem que um se importasse ou se irritasse com a religião do outro (representado pela vestimenta...) Enfim, haveria um clima de fraternidade nas escolas, que no futuro, quando esses estudantes se tornarem adultos, tornaria a França um pais com um povo mais unido.

Bonito, não ?

Em um outro dia, na mesma Folha, um novo artigo (não me recordo quem o escreveu). Nele o autor fantasia, em um exercicio de futurologia, um suposto atentado suicida praticado por jovens muçulmanas contra o centro parisiense (e com direito a minibombas atômicas e tudo).

E quem seriam as autoras do atentado ?

Exatamente ex-alunas do sistema público de ensino que, com a proibição do uso do véu foram obrigadas a deixar a escola, matriculando-se em escolas islâmicas (fundamentalistas) que pregam, como milhares de outras escolas fundamentalistas, que existem e que ainda poderão ser criadas, o ódio à "civilização judaico-cristã".

É de se pensar se o governo francês não está criando um novo monstro, que em pouco tempo se voltará contra eles, e até mesmo contra nós, que fazemos parte desta "civilização judaico-cristã".

É a história se repetindo mais uma vez...

Obrigado pela atenção.
RESPOSTA
Prezado Marcelo, salve Maria!

Muito agradeço seu comentário contra essa lei francesa, que, em nome da liberdade de consciência, acaba perseguindo a religião.

O laicismo absoluto é, ele também, uma forma de religião.

Já na Revolução Francesa se pretendeu estabelecer uma total liberdade de culto e de religião. O resultado foi uma das maiores perseguições religiosas da História, que matou dezenas de milhares de católicos na guilhotina.

Se num hospital se desse liberdade completa para todos os vírus e bactérias, a única coisa perseguida seria a saúde. Assim também, dar a liberdade completa a todas as falsas religiões resultará em perseguição da única religião verdadeira.

Quando se permite liberdade para toda mentira e calúnia, é a verdade que será sacrificada.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.