Polêmicas

Seminarista não acata o Motu Proprio Summorum Pontificum
PERGUNTA
Nome:
Pedro Augusto Pereira Silva
Enviada em:
13/12/2008
Local:
Campina Grande - PB, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior em andamento


Caro prof. Orlando Fedeli e membros da Montfort,
Salve Maria, Mãe de Deus e da Igreja


Ontem, tive uma conversa - que melhor seria descrita como uma batalha - com um seminarista, a respeito do Motu proprio Summorum Pontificum, de sua santidade o Papa Bento XVI. Excepcionalmente, houve no seminário uma missa em latim, embora no rito de Paulo VI, mas revestida de uma sacralidade diferente, já que estava acompanhada de uma orquestra de violinos e de um coral, e era celebrada na lingua sagrada da Igreja.
O seminarista reclamava que a orquestra estava tomando muito espaço no altar, no que respondi que, se o altar estivesse no lugar correto, ou seja, de frente para Deus, e não no meio da Igreja, os músicos não precisariam se espremer para caber no lugar que lhes designaram.
Espantado, ele falou que isso não tem mais cabimento, que essa é uma forma que já teve seu lugar na história e que não faria mais sentido nos dias de hoje, no que eu retruquei, que a celebração voltado pra Deus, não envelhece, pois é eterna, e que a base doutrinária da santa missa é o Concílio de Trento, infalível e eterno, e não Concílio Vaticano II, pastoral e falível. Disse-lhe também, em tom de ironia e provocação, confesso, que não se preocupasse que tudo isto estava para mudar, e perguntei-lhe se conhecia o Motu proprio Summorum Pontificum, no que me respondeu que o referido documento não fazia diferença.
Se fiquei espantado com a declaração dele, a explicação que me foi dada deixou-me com uma grande dúvida. Segundo este seminarista, um grupo de jovens reclamou ao nosso bispo, Dom Jaime Vieira Rocha, a realização da missa tridentina em sua paróquia. O bispo, auxiliado por um, segundo as palavras do seminarista, grande canonista, retrucou que o motu proprio só serve para pessoas que viveram segundo esta forma de celebração, e que agora querem revivê-la, não tem serventia para jovens que nunca participaram e agora querem ver. Dessa maneira foi oficialmente negado o pedido.
Isso me pareceu um grande malabarismo interpretativo, objetivando o entrave ao rito tridentino. Quer dizer que quando aquela geração anterior ao concílio morrer, não haverá nunca mais a missa tridentina? O motu proprio tem data de validade então? E se ele estiver errado, isso significa uma rebeldia aberta as ordens de sua santidade?
Terminamos a discussão de maneira perturbadora. Eu lhe dizendo que a Cristo venceria, e seu santo sacrifício seria oferecido da maneira como nunca deixaria de ter sido, na real forma católica (tridentina), e ele me respondeu: "pois eu sou Vaticano II, até a morte".
Eu imaginei que seminaristas deveriam ser católicos, e que esta deveria ser sua única bandeira.

Que o Senhor Deus os guarde, e volte o seu olhar de misericórdia para todos vocês da associação Montfort, em especial ao Prof. Orlando Fedeli, meu professor virtual com quem tenho tentado, mesmo com minhas limitações, aprender e crescer na graça e conhecimento do Senhor. Rezo por sua saúde e luta, rezo para que a Virgem Santíssima o cubra com seu manto virginal, como outrora cobriu o menino Jesus.

"O jovem replicou-lhe: Tem ânimo, porque é fácil a Deus curar-te!" Tobias, 5, 14

"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios. É ele que perdoa as tuas faltas, e sara as tuas enfermidades. É ele que salva tua vida da morte, e te coroa de bondade e de misericórdia. É ele que cumula de benefícios a tua vida, e renova a tua juventude como a da águia." Salmo 102, 1 - 5.


obs: eu enviei uma outra carta sobre predestinação x livre-arbítrio, aguardo ansiosamente a resposta, pois essa relação me pertuba sobremaneira.
RESPOSTA

Data 16.12.2008
 

Muito prezado Pedro Augusto,
Salve Maria. 

     Você discutiu muito bem com esse pobre seminarista que se prepara para ser levita do mal.

     A resistência ao Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI raia pela rebelião aberta, senão pelo cisma declarado. Não acatar um Motu Proprio é gravíssimo.
     Logo mais o Papa Bento XVI vai reforçar ainda mais a decisão de liberação da Missa de sempre com o sacerdote voltado para Deus.
     Mais ainda. Consta que está sobre a mesa do Papa um novo decreto ordenando que a Missa Nova seja também celebrada em latim e de costas para o povo. Aí sim que esse seminarista rebelde vai chiar. Aí sim que os Bispos modernistas vão ter que escolher entre a revolta ou a obediência.
     Mas, tenhamos certeza que a Igreja vencerá, pois Cristo nos prometeu a vitória e que as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela. As portas dos infernos podem prevalecer sobre Bispos e seminaristas, jamais sobre a Igreja de Roma.

     Que Deus lhe conceda um santo Natal.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli