Polêmicas

Por quê deixei meu posto de organista na Igreja de São Bonifácio
PERGUNTA
Nome:
Heinrich
Enviada em:
01/01/2006
Local:
São Paulo - SP, Brasil
Religião:
Católica
Idade:
66 anos


À Secretaria Exterior da Conferência dos Bispos Alemães
 
Para o Conhecimento dos Setores Eclesiásticos Competentes
 
 
Por quê deixei meu posto de organista na São Bonifácio depois de quase 24 anos
 
 
    Histórico:
 
Em setembro de 1982, em acordo com a família Kolping de São Paulo, fui convidado pelo Pároco, Pe. Roland Fischer a assumir o posto de organista titular da Igreja São Bonifácio. Os motivos de fundo para tal eram de cunho político com um grupo de bolão da Volkswagen, o que, entretanto, aqui não vem ao caso.
 
Já depois de cerca de meio ano, consegui em conversa com o então secretário exterior (da Conferência dos Bispos Alemães) a verba para a aquisição de um novo órgão eletrônico. Este órgão está hoje na capela da Associação Católica Kolping onde ainda o toco por ocasião de missas comemorativas e durante a Missa Tridentina.
 
Com os padres Fischer e Speckert tudo corria de forma normal, até então chegar o Pe. Bernhard Kraus (hoje diocese de Passau)   que   não deixou perceber muito de cultura alemã e de comportamento católico. Enterros, ele acompanhava em manga de camisa (curta) e sem estola. Muitos ficaram chocados com isto. O maior tropeço foi seguramente sua posição frente ao aborto. Uma vez, na sacristia, antes da Missa, ele disse que talvez fosse melhor o aborto do que passar fome. Outro deslize foi seguramente seu pensamento sobre a Opus Dei. Logo que havia chegado, ele disse não gostar do Papa por causa da beatificação do fundador desta organização. Desde a época do Pe.Fischer, vinha um grupo da Opus Dei, uma vez por mês, para promover nas dependências da paróquia palestras e horas de oração na igreja. O Pe. Kraus rapidamente os botou para fora.
 
Situação atual
 
Porém, isto nada significa frente ao que veio depois. O Pe. Cristian Uptmoor, caracterizado pelo bispo, Paulo Evaristo Cardeal Arns, responsável por sua instrução teológica como teólogo da libertação - diga-se de passagem que o cardeal até hoje é amigo de Fidel Castro e Uptmoor seguidor de Che Guevara, tendo no clero um amigo, ex-assistente do presidente Lula - Frei Beto que publicamente declarou que nada gostava de queda do muro de Berlim.

Mas, isto não é o pior. Eu disponho de testemunha que o Pe. Cristian, movido por sua assistente da paróquia, a Sra. Kölle, promoveu a bênção de um casal como se fosse casamento, de pleno ornamento, onde tanto o noivo como a noiva já provinham de outros casamentos legalmente válidos.

Quando, há cerca de dois anos , o pároco teve de se ausentar, não querendo ou podendo arranjar um substituto, ele disse aos fiéis irem despreocupadamente a assistir o culto da igreja luterana, além disso, lá haveria a festa anual da comunidade. Este fato, eu comuniquei então ao Embaixador da Ordem de Malta, Sr. Dr. Wolfgang Sauer, por escrito (leia mais).

Quando até a C.N.B.B. promoveu uma campanha contra uma lei de aborto na Câmara dos Deputados, entreguei ao pároco algumas folhas para coletar assinaturas contra a lei. Ele prometeu solicitar permissão junto à diretoria. Por parte da Presidente eu soube que a diretoria nunca foi contatada neste sentido, nem eu nunca mais ouvi falar do assunto. Fato é que o atual governo brasileiro não só quer legalizar amplamente o aborto, mas também casamentos entre homossexuais. E é este governo que o Pe. Uptmoor apoia.

Então chegou, há alguns anos, um Pe. aposentado, Hubertus Recktenwald da região do Sarre, ex-missionário em diversos países da América Latina, que nitidamente se empenha na protestantização da Igreja Católica, igualmente representada pelo Pe. Uptmoor. Assim sendo, uma vez quando celebrou a missa dominical em substituição, simplesmente alterou o texto do Credo, dizendo: "..., (creio) na santa igreja cristã..." Quando falei com ele a este respeito, depois da missa, ele disse pensando que houvesse alguns cristãos protestantes na missa que ele não queria chocar. Quando solicitado por uma senhora a "rezar a missa em favor da alma do pai dela", ele respondeu bruscamente: "eu não rezo missa, eu celebro a ceia." Nenhuma palavra sobre o sacrifício do Calvário. Visto que ele conhece minha posição, ele me chamou de fundamentalista depois da minha última missa lá. Esta foi realmente a última gota que faltou para fazer a água transbordar. Desde então, nunca mais entrei na igreja de São Bonifácio e apenas voltarei lá quando estiver refeita a soberania católica.

Como o pároco de São Bonifácio até agora sempre foi assistente eclesiástico da Associação Católica Kolping, a missa comemorativa para o beato Adolph Kolping, ao mesmo tempo comemoração de advento da associação, nos últimos dois anos foi substituída por uma celebração ecumênica, com direito à presença do pastor luterano local. Na vez passada, apenas veio ainda o pastor da igreja da paz luterana, do lado católico nada.
 
O que frente a estes fatos não surpreende é que instruções de Roma como, por exemplo, "Redemptionis Sacramentum" não só não são divulgadas, mas igualmente não são observadas.
 
Assim, nas regiões de língua alemã, o catolicismo é pisoteado. Esperamos apenas que Roma tome respectivas providências para agir contra estes absurdos.  
 
Heinrich Wilhelm Borgert
Ex-Organista da Igreja São Bonifácio - São Paulo/Brasil