Neocatecumenato

Textos de Carmen e Kiko
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Testi
Enviada em:
01/01/2004



Textos de Carmen e Kiko

NOTA: as citações abaixo foram extraídas do texto original, divulgado no site http://www.geocities.com/Athens/Delphi/6919/ita_index.htm: (Testi Riservati http://members.xoom.it/alterinfo/Euc_2da.htm), por nós traduzidas, incluindo imprecisões gramaticais, sublinhado e negrito, conforme consta do referido site.

 

ORIENTAÇÔES A EQUIPES DE CATEQUISTAS PARA A FASE DE CONVERSÃO

(da página 315 à página 335 bis)

[pág. 315] - SEGUNDA PARTE DA CATEQUESE.

SOBRE A EUCARESTIA: HISTÓRIA DA EUCARESTIA

(Carmen)

(...)

Bouyer diz que se formos às fontes para descobrir a primeira Eucaristia, a primeira celebração Eucarística, encontramos uma verdadeira explosão que é como uma árvore de vida. Aquele que vai às fontes encontra uma verdadeira explosão que é uma árvore religiosa de vida.

A Eucaristia primitiva, que é este caminho Pascal, um caminho aberto pela Páscoa de Jesus Cristo, que é como uma estrela, uma luz poderosa que se levanta sobre a história, é uma explosão. Esta luz se manifesta na Igreja como uma árvore, como uma harmonia de múltiplas formas.

O canto à Páscoa de Jesus Cristo, que é o centro da Eucaristia, a anáfora (versão grega do nosso cânon romano) se manifesta numa multiplicidade de formas. Diz Bouyer que quem vai às fontes encontrará as Igrejas siríacas, coptas, etc. com um grande florescimento de eucaristia. Mas o que surpreende é a unidade e a congruência interna destes florescimentos, todos unidos pela Páscoa. Cada anáfora é a revelação da profunda grandiosidade pascal.

O que quero explicar agora superficialmente é como a Igreja primitiva vive a eucaristia e como no decorrer dos séculos ela foi pisoteada e escondida, recoberta até o ponto em que nós não vemos na nossa missa em nenhuma parte a ressurreição de Jesus Cristo.Vamos ver o que aconteceu com a eucaristia primitiva no curso da história. Esta excursão nos servirá para compreender aquilo que hoje acontece.(...)

Exatamente como os Judeus, que celebram a noite pascal e, como prolongamento, o sabbath, que é a mesma coisa, se bem que com menos solenidade. Para os cristãos o sacramento autêntico instituído e inaugurado por Jesus Cristo como seu memorial é a noite pascal e como extensão e participação desta noite: o domingo. (...).

Encontramos, pois, uma assembléia que se reúne. Não se concebe, de modo algum um rito individual. Os judeus não podem fazer a Páscoa se não há pelo menos11 pessoas como um grupo familiar. Porque o sacramento não é somente o pão e o vinho, mas também a assembléia; a Igreja inteira proclama a eucaristia. Não pode haver uma Eucaristia sem a assembléia que a proclama. Tanto é verdade que no nosso tempo em que já se havia perdido este sentido comunitário, querendo-se manter esta idéia, para rezar a missa era preciso um representante do povo, o coroinha.

Não há eucaristia sem assembléia. É a assembléia inteira que celebra a festa e a eucaristia; porque a eucaristia é a exaltação da assembléia humana em comunhão; porque é o lugar exato no qual se manifesta que Deus agiu nesta Igreja criada, nesta comunhão. É desta assembléia que surge a eucaristia.

(...)

Esta coisa tão simples é uma Eucaristia primitiva. A Palavra já faz parte da Eucaristia; faz parte do memorial porque não se trata de apreender coisas, mas de uma proclamação. Esta proclamação culmina com a ressurreição de Jesus Cristo, depois de tornar presente toda a história da salvação, e através dos sacramentos que realizam e tornam presente a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.

Partindo o pão entramos na morte, bebendo do cálice fazemos uma aliança no seu sangue e fazemos Páscoa com Jesus Cristo: diante desta realização proclamamos: "Vinde, Senhor Jesus! Realiza tua Páscoa entre os homens!".

(...)

(Carmen)

Vejamos agora o que aconteceu com a Eucaristia do IV ao VIII século. Temos aqui uma data chave: o ano 314 que é o ano da conversão de Constantino. A Igreja, de pequenas comunidades perseguidas, passa a ser uma religião oficial do império e por isso protegida. Tudo isto influi enormemente na evolução da Eucaristia e de toda a liturgia porque na Igreja entram massas de pessoas sem terem sido catequizadas.

Constroem-se basílicas enormes com as quais entram na liturgia elementos de fausto e solenidade. Deste momento a luz potente da Igreja Primitiva se esconde e se ofusca adquirindo elementos de fausto. A pureza da liturgia primitiva se reveste de ouropéis.

Examinemos agora estes elementos de fausto.

O imperador entra com grande solenidade na basílica: rito de entrada, o intróito. Imaginem a procissão que se organiza enquanto entra todo o cortejo do imperador. Uma grande entrada com

cânticos. O intróito se reveste de grande (texto incompleto no original).

Tende presente que as igrejas estão cheias de gente que não é judia e que não viveu a Páscoa de geração em geração. É gente que vem dos templos pagãos onde prestava seus cultos e, não sendo catequizada, começa a ver no culto cristão as mesmas coisas que fazia na sua velha religião. Cada uma delas vê as coisas do seu jeito, com os olhos que tem. Toda esta gente não vive mais a Páscoa, mas os próprios modos religiosos de conceber Deus e as relações com Ele.

Assim sabemos que entra na liturgia toda uma série de idéias das religiões naturais: oferecer coisas a Deus para aplacá-lo; sacrifícios, cordeiros, ofertas diversas. Também Israel por um certo período, teve este tipo de culto sacrifical, mas já vimos que Deus pouco a pouco o fez passar de uma liturgia sacrifical e de templos para uma liturgia de louvor, de glorificação e àquela extraordinária espiritualidade que é a celebração pascal. Agora esta gente que entra na Igreja volta àquilo que já o povo de Israel tinha superado e começa a ver na liturgia cristã os ritos religiosos pagãos.

(p. 322) (...)

A liturgia é soleníssima; cânticos grandiosos e música. A música agora atinge uma riqueza extraordinária. O cristianismo está protegido pelo imperador.

Assistimos uma grande riqueza e faustosidade de culto.

Um exemplo de coisas que permanecem sem conteúdo chegou até os nossos dias. Na Igreja primitiva vimos que a Palavra é muito importante. Recitava-se sempre o salmo 44 que canta as núpcias do Rei com uma princesa estrangeira. Vocês já sabem que isto, na espiritualidade de Israel, figurava as núpcias de Deus com seu povo e que para os cristãos figura as núpcias de Jesus Cristo com a sua Igreja. Pois bem, o salmo começa com uma introdução que diz: "Transborda do meu coração suaves palavras, eu canto ao rei o meu poema". Quando se começou a não mais se entender nada da Palavra, suprimiu-se o salmo, mantendo, porém, a introdução até os nossos dias, fez-se introdução ao canto e não se canta nada. Vemos assim como coisas secundárias revestem e ofuscam o essencial.

Mas, principalmente, esta massa de gente pagã vê, no fundo, a liturgia cristã com seus olhos religiosos: a idéia do sacrifício. É um retorno completo ao antigo testamento que já havia sido superado por Israel. Farnés o diz dando um exemplo. Para construir um edifício colocam-se os andaimes. Terminado o edifício, retiram-se os andaimes. No edifício que Deus constrói na história da salvação, há andaimes que são estas idéias sacrificais que Israel tivera e que foram superadas por ele mesmo na liturgia pascal. Agora que o edifício já foi construído volta-se a colocar os andaimes, retornando às idéias sacrificais e sacerdotais do paganismo.

Por isso quando na idade Média começa-se a discutir o sacrifício, no fundo discutem coisas que não existiam na eucaristia primitiva. Porque sacrifício na religião é "sacrum facere", fazer o sagrado, colocar-se em contato com a divindade através de sacrifícios cruentos. Neste sentido não há sacrifício na eucaristia: a Eucaristia é sacrifício, mas em outro sentido, porque na eucaristia há sim, a morte, mas há também a ressurreição da morte. A Eucaristia é Páscoa, passagem da morte à ressurreição. Por isso dizer que eucaristia é sacrifício é certo, mas é incompleto. A Eucaristia é sacrifício de louvor, um louvor completo de comunicação com Deus por meio da Páscoa do Senhor.

Mas naquela época a idéia de sacrifício não foi entendida assim, mas no sentido pagão. Por isso o que eles vêem na missa é que alguém se sacrifica, ou seja, Cristo. Na Eucaristia vêem somente o sacrifício da cruz de Jesus Cristo. E se hoje vocês perguntassem às pessoas alguma coisa a respeito disto, responderiam que na missa vê-se o calvário.

(...)

Como vocês podem notar, eu não entro em muitos detalhes, mas poderíamos citar uma quantidade enorme de particularidades. Estamos dando uma visão de conjunto.

Se encontramos pessoas que não vivem a Páscoa, e nem a entendem, agora nos encontramos diante do fato que se começa a não entender nem mesmo o latim. Na Alemanha nunca o entenderam e nem mesmo na França no século X, e no século XII na Itália e na Espanha. Encontramo-nos, pois, diante de uma grande quantidade de pessoas que não podem entender nada. Diz Yves Congar: os olhos vêem aquilo que os ouvidos não entendem. Então as pessoas devem imaginar as coisas.

Surgem nas igrejas os grandes quadros que representam a vida e os milagres de Jesus Cristo. Do povo de Israel que é o povo que escutou, fizemo-lo o povo da imaginação. As pessoas imaginam tudo daquilo que lhes apraz, e assim na missa não há duas pessoas que estejam vivendo a mesma coisa. Para dizer mais, como a missa não foi fixada e há grande liberdade, assistimos a uma invasão na própria missa de orações privadas. Este período se caracteriza pelo fato de que são introduzidas na missa cada vez mais orações. Já havia todas aquelas que se faziam no ofertório. Agora, como se faz o intróito e não entra ninguém, faz-se uma grande quantidade de orações no início da missa, ao pé do altar, para encher o rito de entrada. Lembrem-se "subirei ao altar...", "não sou digno...", "confiteor...", etc.

Agora não há absolutamente assembléia.

Com o Papa Pio V fixam-se um pouco de todas estas orações, tendo cada um grande liberdade de introduzir ao seu prazer, portanto era ocasião de grande abuso. A missa é totalmente revestida de orações privadas em todos os lugares. O Cânon fica sufocado de orações que o precedem e o seguem.

Além do mais, estas orações são todas de tom penitencial e no singular. E como o sacerdote diz a ‘sua’ missa, o pobrezinho que se sente muito indigno de aproximar-se de Deus, deve começar a desculpar-se pela sua indignidade: com espírito de humildade e de alma contrita.

Notem como estamos distantes, agora, da explosão de alegria e de festa da Eucaristia. Estamos numa missa completamente penitencial, na qual o centro é representado pelo homem que deve aproximar-se de Deus. Estamos agora muito distantes da Páscoa na qual Deus intervem para arrastar o homem a si. Agora é o contrário: as nossas missas são favores que fazemos a Deus.

Mas há o mistério interno. Sabe-se que a Missa encerra dentro de si uma coisa sagrada muito grande. Por isso o sacerdote para rezar a missa, deve manter a dignidade sacerdotal, que lhe unge as mãos. Sabendo que a missa tem muito valor, começa-se a pagar para rezá-la; e como a missa tem um valor infinito começa-se a rezá-la por tudo quanto é coisa. Cresce o interesse pelo número das missas. As missas se tornam cada vez mais, mais freqüentes e multiplica-se a sua quantidade.

(p.324)

Faz-se da missa alguma coisa de mágico que vale para qualquer coisa, começam a aparecer os altares laterais nos quais cada sacerdote reza a sua missa. Encontramos a missa privada dos monges...

Não há mais o valor da assembléia, da comunidade que exulta na eucaristia e na festa; a eucaristia é agora alguma coisa que tem poder e que por isso precisa ser realizada.

Como agora se perdeu de vista a fonte da Eucaristia, nascem as teologias racionais que tentam interpretar aquilo que não sabe que coisa seja.Imaginem a maceração de teologia que tenta interpretar de maneira racional a eucaristia sem conhecer a fonte. Nesta época racionalista, na qual a razão é Deus, neste mundo ocidental, os sinais e os sacramentos perdem valor em favor de explicações racionais. Agora não se entende mais o valor do sinal dos sacramentos.

Hoje temos o privilégio de viver numa época em que, através da psicologia e da antropologia, redescobrimos o valor dos sinais, que falam muito mais ao homem que à razão. As coisas que não podem ser abraçadas racionalmente são expressas com sinais, com símbolos.

Naquela época não importava nem o domingo, nem a festa, nem a assembléia, nem outra coisa. O que interessava era rezar muitas missas. Tanto é verdade que na Rússia as pessoas se escandalizavam pelo fato de que no ocidente se pudesse dizer tantas missas diárias. Para eles era um sacrilégio enorme. Havia padres chamados na Espanha "altareros", porque se dedicavam somente em rezar missas, o máximo possível. Estes séculos são os mais decadentes em relação à liturgia. Chega-se a uma superstição completa. Rezavam missas até para que morresse um determinado bispo, por qualquer banalidade. Aqueles que atacam a Igreja se conhecessem os sacramentários destes séculos poderiam fazê-lo com mais força, porque é este o grau de superstição a que se chegava.

(...) (p.329)

Dizia que a Igreja primitiva nunca teve problemas sobre a presença real. Se fosse perguntado a S. Pedro se Jesus está presente na Eucaristia, ele ficaria surpreso, porque para ele não se coloca a questão. Para ele Cristo é uma realidade vivente que realiza a Páscoa e arrasta a Igreja. Não se trata de questãoes de migalhas ou coisas deste tipo; São Pedro ficaria muito mais escandalizado pelo fato que não há assembléia ou que só um bebe do cálice. É questão de sacramento, de assembléia.

Mas imaginem que, agora, com os problemas da filosofia começa-se a exercer uma obsessão sobre se Cristo está presente no pão e no vinho. Poderei apresentar-lhes discussões teológicas sobre este problema que fazem rir. A verdadeira teologia é um canto a Deus, é a própria Eucaristia, um canto completo de louvor a Deus porque se deixou conhecer. As teologias do século XVI não são outra coisa senão que elocubrações mentais sem uma experiência bíblica da qual surge a Eucaristia. O mistério se concentra na presença: os protestantes dizem... Calvino diz... A Igreja católica torna-se obcecada em relação à presença real, tanto que para ela tudo é presença real".

Começam as grandes exposições do Santíssimo, (antes nunca havidas), porque a presença era em função da celebração eucarística e não o contrário. O pão e o vinho não foram feitos para serem expostos, porque se estragam. O pão e o vinho foram feitos para serem comidos e bebidos.

Eu sempre digo aos Sacramentinos, que construiram um tabernáculo imenso: se Jesus Cristo quizesse a Eucaristia para nela ficar, ele se teria feito presente numa pedra que não se estraga.

O pão é para o banquete, para nos conduzir à Páscoa. A presença real é sempre um meio para nos conduzir a um fim, que é a Páscoa. Não é um absoluto, Jesus Cristo está presente em função do Mistério pascal.

Ao contrário, depois de Trento celebra-se a Missa para consagrar e ter presente Jesus Cristo e colocá-lo no tabernáculo.

(p.330)

Em muitos conventos de freiras se reza a Missa para preencher o tabernáculo. Transformamos a Eucaristia, que era um canto ao Cristo glorioso, no divino prisioneiro do tabe somente rnáculo.

Nesta época começa o Corpus Christi, as exposições soleníssimas do Santíssimo, as procissões com o Santíssimo, as missas cada vez mais privadas, as visitas ao Santíssimo e todas as devoções eucarísticas. Tudo isto é agora o mais importante da celebração. É verdade que eu mesma fui à Missa para comungar e levar Jesus comigo no coração. A Missa era menos; era isto: uma visita de Jesus no teu coração, que é o que dizemos às crianças quando fazem a primeira comunhão. Isto significa diminuir a Eucaristia.

A presença de Jesus Cristo é uma outra coisa. É o carro de fogo que vem para nos transportar para a glória, para nos passar da morte à ressurreição, para verdadeiramente nos fazer entrar na morte, que é muito diferente. A Eucaristia é completamente dinâmica, nos coloca no caminho. Nós a transformamos em algo de estático e manipulável para nós. Vejam que é tão verdade aquilo que digo que fazemos o agradecimento depois de ter comungado, enquanto toda a Eucaristia, como vimos, é uma ação de graças.

Todos os valores de adoração e contemplação, que não são alheios à celebração do banquete, foram excluídos da celebração como coisas marginais.

A adoração ao Santissimo, por exemplo. Por isso muita gente se escandaliza quando a Igreja manda tirar o Santíssimo durante a Eucaristia e, se possível, de tirá-lo da nave principal. Lembro um padre de Ávila que dizia: Mesmo se o Papa me mande, não tiro o tabernáculo...

Vejam como a Igreja fala oficialmente disto: "Na celebração da Missa colocam-se à luz

sucessivamente os principais modos segundo os quais Cristo está presente na sua Igreja. Antes de tudo manifesta sua presença na sua Palavra, quando se proclamam as Escrituras, depois na pessoa do ministro, finalmente e de maneira mais excelente nas espécies eucarísticas. De tal modo que por causa do sinal ( vejam como se recuperam os sinais) é mais idoneo a natureza da celebração sacra que a presença eucarística de Cristo, fruto da ação eucarística, que como tal deve aparecer, não se tenha, por quanto possível, já do início, através da guarda da espécie sacra, sobre o altar onde se celebra a Missa"

A guarda era para os enfermos que não tinham podido assistir à celebração; então lhes faziam participar, comungar com a Eucaristia, com a Páscoa, com a Festa, que haviam celebrado em assembléia todos os irmãos, por meio das espécies.

(p.331)

É como se alguém que não pode participar de núpcias e lhe guardam um pedaço de torta para que participe do banquete. Porém mais do que isto é a completa celebração eucarística em função da qual estão as espécies.

Como algo separado da celebração, começam as famosas devoções eucarísticas: a adoração, as genuflexões durante a missa a todo o momento, a elevação para que todos adorem. Na Idade Média, na elevação, tocavam o sino e aqueles que estavam no campo adoravam o Santíssimo. Tudo isto está muito longe do sentido da Páscoa.

Além disto as pessoas não comungavam. O que é inconcebível: não comer numa ceia pascal. Vai-se mesmo para comer.

A adoração e a contemplação são específicas da Páscoa, mas dentro da celebração, não como coisas separadas. Por isso não está certo aquilo que acontece agora em muitas missas que, com tantas guitarras e tanto folklore, não sobra tempo para a adoração e para a contemplação. São valores que a celebração tem e que nós separamos dela para torná-los individuais.

Toda a renovação começou com a descoberta do Mistério da Páscoa. Lembrem-se que a primeira coisa que se renovou foi a Vigília da Páscoa, introduzida por Pio XII antes do Concílio. Os cristãos não tinham outra festa além desta.

Renovou-se a semana santa porque, assim como Constantino construiu basílicas por toda a Europa, sua mãe Santa Helena construi em Jerusalém. Então a Páscoa se transformou num reviver teatralmente os fatos da Paixão como muitas cerimônias históricas, não sacramentais. A Páscoa se esvazia de tudo na Via Crucis, procissões e grandes ofícios. A noite pascal perde, pouco a pouco, o valor e aumenta a importância da quinta-feira santa, da sexta-feira santa e do sábado santo. Tudo isto celebrado com cerimônias muito enriquecidas com teatralizações e atitudes sentimentais. O mistério se perde numa comemoração histórica.

A Páscoa perde unidade e se transforma numa semana de festas.

Mas no século XVII com a industrialização já não há mais festa e as pessoas, que são muito religiosas, participam ao seu modo com horas santas, Via Crucis, etc. E às cerimônias, vão somente os padres, e são chatíssimas. Lembro ainda quando se realizava a Páscoa no Sábado pela manhã com as igrejas totalmente vazias. Era ma coisa de padres que ninguém entendia.

(p.332)

Por isso a renovação foi iniciada em 1955 considerando a Páscoa em primeiro plano e recuperando a Vigília. Daqui começou todo o movimento de renovação litúrgica, partindo do núcleo da Páscoa, que foi a grande descoberta.

(...)

(p.333)

(Kiko)

Carmen lhes explicou como as idéias sacrificiais, que Israel tivera e sublimara, introduziram-se novamente na Eucaristia cristã. Será que Deus precisa do Sangue do Seu Filho, do seu sacrifício para aplacar-se? Mas que raça de Deus fizemos? Chegamos a pensar que Deus aplacava a sua ira no sacrifício do Seu Filho ao modo dos deuses pagãos. Por isso os ateus diziam: Que tipo de Deus será aquele que volta sua ira contra Seu Filho na cruz?.... E quem podia responder?...

As racionalizações sobre a Eucaristia nos haviam conduzido a estas deformações. Mas as coisas não são assim.

Deus, em Cristo, diz S. Paulo, estava reconciliando o mundo em nós, não porque Cristo aplaca Deus de algum modo, mas porque quer mostrar aos homens que nos ama apesar do nosso pecado; precisava nos demonstrar que ainda que matassem Seu Filho continuava a nos amar. Deus estava reconciliando o mundo consigo através de Jesus Cristo. O mundo é que precisava descobrir o amor de Deus.

Esta catequese não se apresenta em um dia nem em dois. Por isso iniciaremos um longo caminho de anos em que descobriremos e aprofundaremos esta maravilha. Garanto-lhes que a renovação do Concílio Vaticano II levará a Igreja a uma glória indescritível causará estupor e admiração aos orientais e aos protestantes. Todos juntos nos sentaremos sobre a pedra angular, sobre a rocha onde não há divisões. O Concílio é ecumênico.

Deus ama a sua Igreja que caminha com homens concretos, que são pecadores porque são livres. Mas Deus não permitirá que as portas do inferno prevaleçam sobre a Igreja, ainda que permita pecados para que se veja, como diz S. Paulo, que levamos um tesouro inestimável em vasos de barro: pois é Deus quem opera e não depende de pessoas que são muito boazinhas.

As macerações ocorridas na história da Igreja nos mostram uma coisa: que nós homens nos empenhamos em destruir a Igreja e não conseguimos. Os homens da Igreja fizeram o máximo possível para abatê-la. O fato de que hoje existe a Igreja é um dos maiores milagres que houve.

Em que direção vai a renovação do Concílio? Naquela de tirar todas as cobertas e as cortinas que ocultavam o tesouro da Páscoa. O Espírito Santo permitiu que aparecessem estes revestimentos em determinadas circunstâncias históricas porque era necessário; num certo momento, por exemplo, foi necessário insistir contra os protestantes sobre a presença real.

(...)

(p.335)

Esta noite celebraremos a Eucaristia com uma Palavra abundante. O Concílio colocou três leituras. Alguém se escandaliza e diz: que chatice! Claro: na religiosidade natural procura-se satisfazer a Deus, portanto quanto mais breve, melhor. Pensem, por outro lado, naqueles cristãos que davam a vida para ir aos domingos à Eucaristia. Os mártires de Bitinia, por exemplo, que foram queimados por terem ido à Missa, sabendo que iriam matá-los se à ela fossem. E nas escritos de Plínio a Trajano que lhe ordenou investigar sobre aquilo que fazem os cristãos; "tirei a pele de homens, torturei anciãos, fiz de tudo; a única coisa que soube é que se reunem à noite, antes de sair o sol, à aurora, comem em comum, pão e vinho, e seguem um que se chama Cresto". Nem dizem Cristo. Claro que os cristãos davam a vida pela Eucaristia! Se era o centro da vida deles! E a nós, aborrecia...

Celebraremos a Eucaristia esta noite, sábado. Jesus Cristo ressuscitou na noite entre sábado e domingo. Antes de Jesus Cristo o sétimo dia era o sábado; com Jesus Cristo é o domingo, o dia do sol ( Jesus Cristo é o sol de justiça). Os cristãos se reuniam no sábado à noite, em seguida passou-se para domingo de manhã. Por isso o Concílio começou a deixar celebrar a Eucaristia na noite de sábado. Eu ouvi sobre isto coisas extranhíssimas, provenientes da ignorância absoluta das pessoas. "Permitem-nos celebrar aos sábados, assim estamos livres aos domingos para ir ao campo". As pessoas assim dizem e ficam contentes. A Igreja colocou a Eucaristia nas noites de Sábado porque é muito mais sinal. O sábado tem um sentido mais festivo, no domingo a festa já terminou.

Quando voltamos do estádio já pensamos na segunda e no trabalho, enquanto que a noite de sábado a festa está no seu auge. Os hebreus celebravam as festas de vigilia a vigilia. Para os Judeus o rito de sábado começava na sexta-feira às cinco horas da tarde e durava até o nascer do sol no sábado.Para nós o domingo começa no sábado à noite até domingo á noite.

Vocês são felizes por terem ouvido estas coisas porque muita gente continua na ignorância. Para muitos estas catequeses são novidades, para outros um escândalo.

O centro da sua liturgia no caminho catecumenal será a Vigilia Pascal, celebrada durante toda a noite. Devemos recuperar a noite como sinal. A noite é um sinal de espera, de aguardar o dia. Pensem como este sinal se perdeu. Na Vigilia Pascal o diácono dizia: Ficaremos toda a noite reunidos, até que a estrela da manhã nos encontre vigilantes. E às 20:30 já estávamos na estrada. Fazemos as coisas rapidamente porque não suportamos ficar muito na Igreja.

(p.335 bis)

Toda a noite? E quem virá? Que exagero!

Desta noite partia toda a espiritualidade da Igreja primitiva. Esta noite, em que Jesus Cristo ressuscitou, a noite santa, a noite sacramental, a noite memorial de Jesus Cristo Ressuscitado, a noite das noites, é o centro da litrugia. Nesta noite os cristãos eram batizados, porque Deus nesta noite se empenhou em agir;nesta noite o Espírito ressuscitou Jesus Cristo. Nesta noite virá Jesus pela segunda vez.

 E como prolongamento deste centro: o domingo, a Eucaristia do sábado à noite. Nós celebraremos a Eucaristia de domingo no sábado à noite, numa grande festa. Assim celebrareis sempre a Eucaristia durante o catecumenato.

Teremos uma Palavra abundante, com homelia, com orações dos fiéis, com abraço da paz.

Depois da paz faremos a anáfora. Espero que aquele que a preside a dirá com todas as suas forças. Vereis que é uma teologia maravilhosa, um canto a Deus pelas maravilhas que está fazendo em cada um de nós. Todos responderão "Amém" à anáfora e depois faremos a comunhão, sob as duas espécies, comungando com o pão, que é o Corpo de Jesus Cristo que se resigna à morte e o vinho, que é comunhão com o seu sangue.

Espero que todos participem desta Eucaristia na qual recuperaremos os sinais.


 Quello che voglio spiegare ora a volo d’uccello è come la Chiesa primitiva vive l’eucarestia e come nel corso dei secoli è stata spezzettata e ricoperta, rivestita fino al punto che noi non vedeva­mo nella nostra messa da nessuna parte la resurreione di Gesù Cristo.

Cerchiamo di vedere quello che successo della eucarestia primitiva nel corso della storia. Questo excursus ci servirà per comprendere quello che oggi accade

Proprio come gli Ebrei che celebrano la notte pasquale e, come prolungamento, il sabbath, che è la stessa cosa anche se con meno so­lennità. Per i cristiani il sacramento autentico istituito ed inaugurato da Gesù Cristo come suo memoriale è la notte pasquale e come prolungamento e partecipazione di questa notte : la domenica.

Troviamo poi una assemblea che si riunisce. Non si concepisce, in alcun modo un rito individuale. Gli ebrei non possono far Pasqua se non sono almeno in 11 come gruppo familiare. Perché il sacramento non è solo il pane e il vino ma anche l’assemblea; la Chiesa intera che proclama l’eucarestia. Non ci può essere una Eucarestia senza l’assemblea che la proclama. Tanto è vero che nel nostro tempo quando oramai si era perduto questo senso comunitario, volendosi mantenere questa idea, per dire la messa c’era bisogno di un rappresentante del popolo, il chierichetto.

Questa cosa così semplice è un’Eucarestia primitiva. La Parola fa già parte dell’Eucarestia; forma parte del memoriale perché non si tratta di apprendere delle cose, ma di una proclamazione. Questa proclamazione culmina con la resurrezione di Gesù Cristo, dopo aver fatto presente tutta la storia della salvezza, e attraverso sacramenti che realizzano e fanno presente la Morte e Resurrezione di Gesù Cristo.
Spezzando il pane entriamo nella morte, bevendo alla coppa facciamo un’alleanza nel suo sangue e facciamo Pasqua con Gesù Cristo: davanti a questa realizzazione proclamiamo: "Vieni, Signor Gesù! Realizza la tua Pasqua tra gli uomini!"

Vediamo ora cosa succede con l’Eucarestia dal IV al VIII secolo. Abbiamo qui una data chiave: il 314 che è l’anno della conversione di Costantino. La Chiesa passa dall’essere costituita da piccole comunità perseguitate ad essere la religione ufficiale dell’impero e perciò protetta. Tutto questo influisce enormemente sull’evoluzione dell’Eucarestia e di tutta la liturgia perché nella Chiesa entrano masse di persone senza essere state catechizzate.
Si costruiscono basiliche enormi con le quali entrano nella liturgia elementi dì fasto e solennità. Da questo momento la luce potente della Chiesa Primitiva si ricopre e si offusca caricandosi di elementi di fasto.
La purezza della liturgia primitiva si riveste di orpelli. Esaminiamo ora questi elementi di fasto.
L’imperatore entra con gran solennità nella basilica: rito dell’entrata, l’introito. Immaginate la processione che si organizza mentre entra tutto il corteo dell’imperatore. Una grande entrata con canti. L’introito riveste una grande

Tenete presente che le chiese sono piene di gente che non è ebrea e che non ha vissuto la Pasqua di generazione in generazione. E' gente che viene dai templi pagani dove prestava i suoi culti e, non essendo stata catechizzata, comincia a vedere nel culto cristiano le stesse cose che faceva nella sua vecchia religione. Ognuno di essi vede le cose come le ha dentro, con gli occhiali che porta. Tutta questa gente non vive più la Pasqua, ma i propri modi religio­si di concepire Dio e le relazioni con Lui.
Così troviamo che entrano nella liturgia tutta una serie di idee delle religioni naturali: offrire cose a Dio per placarlo; sacrifici, agnelli, offerte varie. Anche Israele per un certo periodo, ebbe questo tipo di culto sacrificale, ma abbiamo anche già visto che Dio a poco a poco lo ha fatto passare da una liturgia sacrificale e di templi ad una liturgia di lode, di glorificazione ed a quella straordinaria spiritualità che è la celebrazione pasquale. Adesso questa gente che entra nella Chiesa torna a quello che già il popolo di Israele aveva superato e comincia a vedere nella liturgia cristiana i riti religiosi pagani.

La liturgia è solennissima: canti grandiosi e musica. La musica raggiunge ora una ricchezza straordinaria. Il cristianesimo è protetto dall’imperatore. Assistiamo ad una grande ricchezza e fastosità del culto.

Un esempio di cose che rimangono senza contenuto è arrivato fino ai nostri giorni. Nella chiesa primitiva abbiamo visto che la Parola è molto importante. Si recitava sempre il salmo 44 che canta le nozze del Re con una principessa straniera. Sapete già che questo, nella spiritualità di Israele, figurava le nozze di Dio con il suo popolo e che per i cristiani figura le nozze di Gesù Cristo con la sua Chiesa. Ebbene il salmo comincia con una introduzione che dice "Effonde il mio cuore liete parole, io canto al re il mio poema". Quando si cominciò a non capire più nulla della Parola si soppresse il salmo, mantenendo però l’introduzione fino ai nostri giorni, si fa cioè l’introduzione al canto e non si canta niente. Vediamo dunque come cose secondarie rivestono e offuscano l’essenziale.
Ma soprattutto questa massa di gente pagana, vede, in fondo,la liturgia cristiana con i suoi occhi religiosi: l’idea del sacrificio. C’è un completo retrocedere all’antico testamento che era stato superato dallo stesso Israele. Farnés lo dice facendo un esempio. Per costruire un edificio si collocano le impalcature. Finito l’edificio le impalcature vengono tolte. Nell’edificio che Dio costruisce nella storia della salvezza, ci sono delle impalcature che sono queste idee sacrificali che aveva avuto Israele e che erano state superate dallo stesso Israele nella liturgia pasquale. Adesso che l’edificio è già stato costruito si torna a collocare le impalcature, ritornando alle idee sacrificali e sacerdotali del paganesimo.
Perciò quando poi nel medio evo si mettono a discutere del sacrificio, in fondo discutono di cose che non esistevano nell’eucarestia primitiva. Perché sacrificio nella religione è "sacrum facere", fare il sacro, mettersi a contatto con la divinità tramite sacrifici cruenti. In questo senso non c’è sacrificio nell’eucarestia: l'Eucaristia è sacrificio in un altro senso, perché nell’eucarestia c’è si, la morte, ma c'è anche la resurrezione dalla morte. L’Eucarestia è Pasqua, passaggio dalla morte alla resurrezione. Per questo dire che l’eucarestia è sacrificio è giusto, ma è incompleto. L’Eucarestia sacrificio di lode, una lode completa di comunicazione con Dio attraverso la Pasqua del Signore. Ma in questa epoca l’idea di sacrificio non è intesa così ma nel senso pagano. Ciò che essi vedono nella messa è che qualcuno si sacrifica, cioè il Cristo. Nell’eucarestia vedono soltanto il sacrificio della croce di Gesù Cristo. E se oggi chiedeste alla gente qualcosa a questo proposito, vi direbbe che nel la messa vede il calvario.

Come vedete non entro in molti dettagli, ma si potrebbe citare una quantità enorme di particolari.Stiamo dando una visione d’insieme.
Se abbiamo trovato gente che non vive la Pasqua, né la capisce, adesso ci troviamo di fronte al fatto che comincia a non capirsi neanche il latino. In Germania non lo hanno capito mai e neppure in Francia nel secolo X, e nel secolo XII in Italia e in Spagna. Ci troviamo dunque di fronte ad una gran massa di gente che non può capire niente. Dice Yves Congar: gli occhi vedono quello che le orecchie non capiscono. Allora la gente deve immaginare le cose.
Appaiono nelle chiese i grandi quadri che rappresentano la vita e i miracoli di Gesù Cristo. Del popolo di Israele che è il popolo dell’udito, abbiamo fatto il popolo dell’immaginazione. La gente si immagina tutto quello che gli piace, così che nella messa non ci sono due persone che stiano vivendo la stessa cosa. E per di più, siccome la messa non è stata fissata e c’è gran libertà, assistiamo ad un’invasione nella messa stessa di orazioni private. Questo periodo si caratterizza per il fatto che vengono introdotte nella messa sempre più orazioni. C’erano già tutte quelle che si facevano all’offertorio. Adesso, siccome si fa l’introito ma non entra nessuno, si fa una gran quantità di preghiere all’inizio della messa, ai piedi, all’altare, per empire il rito dell’entrata. Ricordate "salirò all’altare...", "non sono degno...", "confiteor..." ecc..

Oramai non c'è assolutamente più assemblea.
Con Papa Pio V si fissano un po tutte queste orazioni poiché, avendo ognuno una gran libertà di introdurle a suo piacere, ciò era occasione di grande abuso. La messa è interamente ricoperta di orazioni private da tutte le parti. Il Canone resta soffocato da preghiere che lo precedono e che lo seguono.
Per di più queste preghiere sono tutte di tono penitenziale e al singolare. E siccome il sacerdote dice la ‘sua’ messa, il poveretto che si sente molto indegno di avvicinarsi a Dio, deve cominciare a scusarsi della sua indegnità: con spirito di umiltà ed animo con­trito.
Vedete come siamo lontani oramai dalla esplosione di gioia e di festa dell’Eucarestia. Siamo ad una messa completamente penitenziale, nella quale il centro è rappresentato dall’uomo che deve avvicinarsi a Dio. Siamo oramai lontanissimi dalla Pasqua in cui Dio interviene per trascinare l’uomo fino a sè. Adesso è il contrario: le nostre messe sono favori che facciamo a Dio.
Ma il mistero dentro c’è. Si sa che La messa rinchiude dentro di se una cosa sacra molto grande. Per cui il sacerdote, per poter dire messa, deve mantenere la dignità sacerdotale, che gli ungano le mani. Sapendo che la messa ha molto valore, si comincia a farsi pagare per dirla; e poicé la messa ha un valore infinito si comincia a dire messe per ogni cosa. Acquista interesse il numero delle messe. Le messe si fanno ogni volta più frequenti e se ne moltiplica il numero. Si fa della messa qualcosa di magico che vale per qualsiasi cosa, cominciano ad apparire gli altari laterali sui quali ogni sacerdote dice la sua messa.Troviamo cioè la messa privata dei monaci...
Non esiste più il valore dell’assemblea, della comunità che esulta nell’eucarestia e nella festa; l’eucarestia è ora invece qualcosa che ha potere e che perciò occorre realizzare.
Poiché si è oramai perduto di vista la fonte dell’Eucarestia, nascono le teologie razionali che tentano di interpretare quello che non si sa che cosa sia. Immaginate il macello di teologie che tentano dì interpretare in maniera razionale l’eucarestia senza conoscere la fonte. In questa epoca razionalista nella quale la ragione è Dio, in questo modo occidentale, i segni e i sacramenti perdono valore in favore della spiegazioni razionali. Oramai non si capisce più il valore del segno dei sacramenti.
Oggi abbiamo il privilegio di vivere in un epoca in cui, tramite la psicologia e l’antropologia, riscopriamo il valore dei segni, che parlano molto più all’uomo che alla ragione. Le cose che non si possono abbracciare razionalmente si esprimono con segni, con simboli.
In quell’epoca non importava né la domenica, né la festa, né l’assemblea, né altre cose. Quello che interessava erano molte messe. Tant’è vero che in Russia si scandalizzavano per il fatto che in occidente si potessero dire tante messe giornaliere. Per loro era un sacrilegio enorme. Esistevano preti chiamati in Spagna "altareros", perché si dedicavano solo a dire messe, il maggior numero possibile. Questi secoli sono i più decadenti per quanto riguarda la liturgia. Si giunge ad una superstizione completa. Si dicevano persino messe affinché morisse un certo vescovo, per qualsiasi soperchieria. Quelli che attaccano la Chiesa, se conoscessero i sacramentari di questi secoli lo potrebbero fare con più forza, perché è questo il grado di superstizione a cui si arrivava.

Dicevo che la Chiesa primitiva non ha mai problemi sulla presenza reale. Se a San Pietro fosse stato chiesto se Gesù Cristo sia presente nell’Eucarestia, si sarebbe meravigliato, perché lui non si pone il problema. Per lui Cristo e una realtà vivente che fa Pasqua e trascina la Chiesa.Non è questione di briciole o cose di questo tipo; San Pietro si sarebbe scandalizzato molto più del fatto che non c’e l’assemblea o che uno solo beve dal calice. E’ questione di sacramento, di assemblea.
Ma immaginate che, ora, con i problemi della filosofia cominci ad esserci una ossessione sul fatto se Cristo è presente nel pane e nel vino e come. Vi potrei mostrare discussioni teologiche su questo problema che fanno ridere. La vera teologia è un canto a Dio, è l’Eucarestia stessa, un canto completo di lode a Dio perché si è lasciato conoscere. Le teologie del secolo XVI non sono altro che elucubrazioni mentali senza una esperienza biblica da cui sgorga l’Eucarestia. Il mistero si incentra sulla presenza: i protestanti dicono... Calvino dice... La Chiesa cattolica diventa ossessionata riguardo alla presenza reale, tanto che per essa è tutto presenza reale".
Cominciano le grandi esposizioni del Santissimo, (prima mai esistite) , perché la presenza era in funzione della celebrazione eucaristica e non il contrario. Il pane e il vino non sono fatti per essere esposti, perché vanno a male. Il pane e il vino sono fatti per essere mangiati e bevuti.
Io sempre dico ai Sacramentini, che hanno costruito un tabernacolo immenso: se Gesù Cristo avesse voluto l’Eucarestia per stare lì, si sarebbe fatto presente in una pietra che non va a male.
Il pane è per il banchetto, per condurci alla Pasqua. La presenza reale è sempre un mezzo per condurci ad un fine, che é la Pasqua. Non è un assoluto, Gesù Cristo è presente in funzione del Mistero pasquale.
Invece da Trento in poi si celebrerà la Messa per consacrare ed avere presente Gesù Cristo e metterlo nel tabernacolo.

In molti conventi di monache si dice la messa per riempire il tabernacolo. Abbiamo trasformato l’Eucarestia che era un canto al Cristo glorioso, nel divino prigioniero del tabernacolo.
In questa epoca comincia il Corpus Christi, le esposizioni solennissime del Santissimo, le processioni col Santissimo, le messe sempre più private, le visite al Santissimo e tutte le devozioni eucaristiche. Tutto questo è ormai più importante della celebrazione. Tutto è vero che io stessa sono andata a Messa per comunicare e portarmi via Gesù Cristo nel cuore. La messa era il meno; era questo: una visita di Gesù nel tuo vuore, che è quello che diciamo ai bambini quando fanno la prima comunione. Questo significa minimizzare l’Eucarestia.
La presenza di Gesù Cristo e un altra cosa. E’ il carro di fuoco che viene a trasportarci verso la gloria, a passarci dalla morte alla resurrezione, a farci veramente entrare nella morte, che è molto diverso. L’Eucarestia è completamente dinamica, ci mette in cammino. Noi l’abbiamo trasformata in qualcosa di statico e manipolabile per noi. Pensate che è tanto vero quel che dico che facciamo il ringraziamento dopo aver comunicato, mentre tutta l’Eucarestia, come abbiamo visto, è azione di grazie.
Tutti i valori di adorazione e contemplazione,che non sono alieni alla celebrazione del banchetto, sono stati tirati fuori dalla celebrazione come cose marginali. L’adorazione al Santissimo, per esempio. Per questo molta gente si scandalizza quando la Chiesa comanda di togliere il Santissimo durante l’Eucarestia e, se possibile, di toglierlo dalla navata principale. Ricordo un prete di Avila che diceva: Anche se me lo comandi il Papa non tolgo il tabernacolo....
Guardate come la Chiesa parla ufficialmente di questo: "Nella celebrazione della Messa si mettono in luce successiva­mente le principali modalità secondo le quali Cristo è presente nella sua Chiesa. Prima di tutto manifesta la sua presenza nella sua Parola, quando si proclamano le Scritture, poi nella persona del ministro, finalmente e nel modo più eccellente nelle specie eucaristiche. Cosicché a causa del segno (vedete come si recuperano i segni) è più idoneo alla natura della celebrazione sa­cra che la presenza eucaristica di Cristo, frutto dell’azione eucaristica, che come tale deve apparire, non si abbia, per quanto possibile, già dall’inizio, attraverso la riserva delle specie sacre, sull’altare dove si celebra la Messa".
La riserva era per gli infermi che non avevano potuto assistere alla celebrazione; allora li si faceva partecipare, comunicare con l’Eucarestia, con la Pasqua, con la Festa, che hanno celebrato in assemblea tutti i fratelli, per mezzo delle specie.

E’ come quando uno non ha potuto partecipare a delle nozze e gli conservano un pezzo di torta perché partecipi al banchetto. Ma più di questo è l’intera celebrazione eucaristica in funzione della quale sono le specie.
Come una cosa separata dalla celebrazione cominciano le famose devozioni eucaristiche: l’adorazione, le genuflessioni durante la messa ad ogni momento, l’elevazione perché tutti adorino. Nel Medio Evo all’elevazione si suonava la campana e quelli che erano in campagna adoravano il Santissimo. Tutto questo è già molto lontano dal senso della Pasqua.
Inoltre la gente non si comunicava. La qual cosa è incon­cepibile: non mangiare in una cena pasquale. Si va proprio per mangiare.
L’adorazione e la contemplazione sono specifiche della Pasqua, ma dentro la celebrazione, non come cose staccate. Perciò non va bene quel che succede adesso in molte messe che con tante chitarre e tanto folklore non resta tempo per l’adorazione e la contemplazione. Sono valori che la celebrazione ha e che noi abbiamo staccati da essa per farli individuali.
Tutta la rinnovazione è cominciata con la riscoperta del Mistero di Pasqua. Ricorderete che la prima cosa che si rinnovò fu la Veglia di Pasqua, che introdusse Pio XII prima del Concilio. I cristiani non avevano altra festa fuori di questa.
Si rinnovò la settimana santa perché, così come Costantino costruì basiliche per tutta Europa, sua madre Sant’Elena le costruì a Gerusalemme. Allora la Pasqua si trasformò in un rivivere teatralmente i fatti della Passione con molte cerimonie storiche, non sacramentali. La Pasqua si disperde del tutto in Via Crucis, processioni e grandi offici. La notte pasquale perde, a poco a poco, di valore e aumenta l’importanza del giovedì santo, del venerdì santo e del sabato santo. Tutto ciò celebrato con cerimonie molto arricchite con teatralizzazioni e cariche sentimentali. Il mistero si perde in una commemorazione storica.
La Pasqua perde unità e si trasforma in una settima di feste.
Ma nel secolo XVII con l’industrializzazione ormai non c’è più festa e la gente, che è molto religiosa, partecipa a modo suo con ore sante, Via Crucis, ecc. E alle cerimonie vanno soltanto i preti e sono noiosissimi. Ricordo ancora quando si faceva la Pasqua il sabato mattina con le chiese completamente vuo­te. Era una cosa dei preti che nessuno capiva.

gia non è più il tempio, ma una festa familiare. Dio, attraverso l’esilio, i profeti, la sinagoga ha condotto la spiritualità del popolo a un sacrificio di lode.
Carmen vi ha spiegato come le idee sacrificali, che Israele aveva avuto ed aveva sublimato, si introdussero di nuovo nella Eucarestia cristiana. Forse che Dio ha bisogno del Sangue del Suo Figlio, del suo sacrificio per placarsi? Ma che razza di Dio abbiamo fatto? Siamo arrivati a pensare che Dio placava la sua ira nel sacrificio di Suo Figlio alla maniera degli dèi pagani.Per questo gli atei dicevano: Che tipo di Dio sarà quello che riversa la sua ira contro Suo Figlio nella croce?... E chi poteva rispondere?...
Le razionalizzazioni sull’Eucarestia ci avevano condotto a queste deformazioni. Ma le cose non stanno così. Dio, in Cristo, dice San Paolo, stava riconciliando il mondo in noi, non perché Cristo placa Dio in qualche modo, ma perché vuole dimostrare agli uomini che ci ama nonostante il nostro peccato; aveva bisogno di dimostrarci che anche se ammazzavano Suo Figlio continuava ad amarci. Dio stava riconciliando il mondo con sé attraverso Gesù Cristo. E’ il mondo che aveva bisogno di scoprire l’amore di Dio.
Questa catechesi non si dà in un giorno e neppure in due. Per questo inizieremo un cammino lungo di anni dove scopriremo e approfondiremo questa meraviglia. Vi assicuro che il rinnovamento del Concilio Vaticano II porterà la Chiesa ad una gloria indescrivibile e riempirà di stupore e ammirazione gli orientali e i protestanti. Tutti insieme ci siederemo sulla pietra angolare, sulla roccia dove non esistono divisioni. Il Concilio è ecumenico.
Dio ama la sua Chiesa che cammina con uomini concreti,che sono peccatori perché sono liberi. Ma Dio non permetterà che le porte dell’inferno prevalgano sulla Chiesa, anche se permette dei peccati affinché si veda, come dice San Paolo, che portiamo un tesoro inestimabile in vasi di creta: perché è Dio che opera e non dipende da persone che sono molto buonine.
I macelli avvenuti nella storia della Chiesa ci dimostrano una cosa: che noi uomini ci siamo impegnati a distruggere la Chiesa e non ci siamo riusciti. Gli uomini di Chiesa han fatto tutto il possibile per abbatterla. Il fatto che oggi esista la Chiesa è uno dei miracoli più grandi che vi sia.

In che direzione va il rinnovamento del Concilio? In quella di togliere tutti i rivestimenti e paludamenti che occultavano il tesoro della Pasqua. Lo Spirito Santo ha permesso che apparissero questi rivestimenti in determinate circostanze stori­che perché era necessario; in un certo momento, per esempio, fu necessario insistere contro i protestanti sulla presenza reale.

Questa notte celebreremo l’Eucarestia con una Parola abbondante. Il Concilio ha messo tre letture. Qualcuno si scandalizza e dice: che noia! Chiaro: nella religiosità naturale si cerca di soddisfare Dio, perciò quanto più breve è, meglio è. Pensate invece a quei cristiani che davano la vita per andare la domenica all’Eucarestia. I martiri di Bitinia, per esempio, che furono bruciati per essere andati a Messa, sapendo che li avrebbero ammazzati se fossero andati. E nella relazione di Plinio a Traiano che gli ha comandato di investigare su quello che fanno i cristiani; "ho spellato uomini, ho torturato anziani, ho fatto di tutto; l’unica cosa che ho saputo è che si riuniscono di notte, prima del sorgere del sole, all’alba, prendono del cibo in comune, pane e vino, e seguono uno che si chiama Cresto". Neppure dice Cristo. Chiaro che i cristiani davano la vita per l’Eucarestia! Se era il centro della loro vita! E a noi ci annoiava...
Celebreremo l’Eucarestia questa notte, sabato. Gesù Cristo risuscitò nella notte tra il sabato e la domenica. Prima di Gesù Cristo il settimo giorno era il sabato; con Gesù Cristo è la domenica, il giorno del sole (Gesù Cristo è il sole di giustizia). I cristiani si riunivano il sabato notte, in seguito si passò alla domenica mattina. Per questo il Concilio ha cominciato a lasciar celebrare l’Eucarestia il sabato notte. Io ho sentito su questo delle cose stranissime, che vengono dall’ignoranza assoluta della gente: "Ci lasciano celebrare l’Eucarestia il sabato, così siamo liberi la domenica per andare in campagna". La gente dice così e resta tutta contenta. La Chiesa ha posto l’Eucarestia il sabato sera perché è molto più segno. Il sabato ha molto più senso festivo, la domenica la festa è già finita. Quando torniamo dallo stadio pensiamo già al lunedì e al lavoro, mentre la notte del sabato la festa è al suo culmine. Gli Ebrei celebravano le feste da vespro a vespro. Per i Giudei il rito del sabato cominciava il venerdì alle cinque del pomeriggio e durava fino al tramonto del sabato. Per noi la domenica comincia il sabato sera fino a domenica sera.
Siete fortunati ad aver ascoltato queste cose perché molta gente continua nell’ignoranza. Per molti queste catechesi saranno state una novità, per altri uno scandalo.
Il centro della vostra liturgia nel cammino catecumenale sarà la Veglia Pasquale, celebrata durante tutta la notte. Dobbiamo recuperare la notte come segno. La notte ha un senso di attesa, di attendere il giorno. Pensate come questo segno si è perduto. Nella Veglia Pasquale il diacono diceva: Staremo tutta la notte riuniti, finché la stella del mattino ci trovi vigilanti. E alle 20,30 eravamo già per la strada. Facciamo le cose rapidamente perché non si sopporta di stare molto in Chiesa.

Tutta la notte? E chi verrà?! Che esagerazione!
Da questa notte partiva tutta la spiritualità della Chiesa primitiva. Questa notte, nella quale risuscitò Gesù Cristo, la notte santa, la notte sacramentale, la notte memoriale di Gesù Cristo Risorto, la notte delle notti, è il centro della liturgia. Questa notte si battezzavano i cristiani, perché Dio in questa notte si è impegnato ad agire; in questa notte lo Spirito risuscitò Gesù Cristo. Questa notte verrà Gesù per la seconda vol­ta.
E come prolungamento di questo centro: la domenica, l’Eucarestia del sabato notte.
Noi celebreremo l’Eucarestia della domenica il sabato notte, in una grande festa. Così celebrerete sempre l’Eucarestia durante il catecumenato.
Avremo una Parola abbondante, con omelia, con orazione dei fedeli, con abbraccio della pace.
Dopo la pace faremo l’anafora. Spero che colui che presiede la dirà con tutte le sue forze. Vedrete che è una teologia meravigliosa, un canto a Dio per le meraviglie che sta facendo con ciascuno di noi. Tutti risponderanno "Amen" all’anafora e poi faremo la comunione, sotto le due specie, comunicando con il pane, che è il Corpo di Gesù Cristo che si consegna alla morte e il vino, che è comunione con il suo sangue.
Spero che tutti parteciperemo a quest’Eucarestia in cui recupereremo i segni.

Non c’è eucarestia senza assemblea. E’ un’assemblea intera quella che celebra la festa e l’eucarestia; perché l’eucarestia è l’esultazione dell’assemblea umana in comunione; perché il luogo preciso in cui si manifesta che Dio ha agito è in questa Chiesa creata, in questa comunione. E’ da questa assemblea che sgorga l’eucarestia.