História

O ponto de vista do Historiador
PERGUNTA
Nome:
Carlos Alberto
Enviada em:
06/01/2008
Local:
Lages - SC, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior concluído

Caro Senhor Orlando

O objetivo desta mensagem não é nem criticar a associação Montfort muito menos outras associações. Sou acadêmico de história, e desenvolvo estudos em relação a religião.

Vendo suas colocações neste site, surgiu-me uma dúvida. Sedo o senhor um historiador, não estaria, em muitos momentos, abandonando os paradigmas deste ofício em prol da defesa da fé?

Quando coloco que o senhor poderia ter abandonado os paradigmas do oficio de historiador em prol da defesa a fé, não estou condenando-o por isso, pois nada mais justo e coerente do que defendermos aquilo em que acreditamos, aquilo que julgamos correto.

O que me incomoda é que a disciplina história, na forma como esta sendo aplicada, não esta cumprindo com o seu papel social, ou seja, com a construção de criticidade por parte daqueles que a estudam ou tem acesso a ela.

A História não faz julgamentos, ela busca a compreensão dos fatos

Tenho consciencia, no entanto, que a minha conceção teórico-metodológica pode ser diferente da sua, o que responde plenaente ao meu questionamento.

Mesmo assim, sendo católico, defensor da fé na ICAR, acredito que manifestações extremistas, não colaborarão para os objetivos da igreja e de Bento XVI.

Resumindo: aceito o seu objetivo ( defesa da fé católica) porém não acredito que os seus métodos são os mais eficientes.

Assim como o senhor reserva-se o direito de não concordar com os outros, resrvo-me ao direito de não concordar com os seus métodos. O que não nos impede de mantermos um diálogo polido acerca de nossas convicções.

Um abraço
Deus o abençoe.

Carlos Alberto
RESPOSTA

Muito prezado Carlos Alberto,
Salve Maria.

    A Fé está acima de qualquer ofício. E a Moral exige que se defenda a verdade. E a verdade é que, na História, a Igreja é crucificada como Jesus o foi no Calvário.
    Antes de ser professor de História sou Católico Apostólico Romano. Quando eu morrer não serei julgado por Deus como historiador mas como batizado. Não farei um exame profissional. 
    Ademais, a História deve dizer a verdade. E a verdade na História é que ela registra um combate entre Deus e o demônio, para a salvação ou a perdição das almas. Na História, a Igreja e a Anti Igreja, ou seja, a Sinagoga de Satanás de que fala o Apocalipse, travam luta pela glória de Deus e pela salvação ou pela perdição das almas.
    Costuma-se dizer que o Historiador deve ser indiferente, neutro, ao julgar os fatos históricos. Isso é querer fazer de cada historiador um novo Pilatos. Entre Deus e o diabo, entre a Igreja e a Anti Igreja, é preciso tomar partido por Deus e pela Igreja, pela verdade.
A História tal qual é ensinada hoje, é usada para denegrir e desacreditar a Igreja. 
    A História correta julga sim. Devemos condenar Hitler. Ou acha você que se deve ser indiferente ante o genocídio? Do mesmo modo, deve-se contar, julgar e condenar os crimes da Revolução Francesa, por exemplo.
    A neutralidade entre os criminosos e vítimas é cumplicidade com o crime.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli