História

Melchisedech e Apolônio de Tyana
PERGUNTA
Nome:
Geraldo Vasconcelos
Enviada em:
12/07/2006
Local:
Jaboatão - PE, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior em andamento
Profissão:
Estudante

Professor Orlando,
Salve Maria!

O quer que se diga sobre o incansável trabalho da Montfort e do professor, será insuficiente diante da realidade da prosperidade da vossa messe pelo esclarecimento sobre e sob a Misericórdia Infinita de Deus Pai; pelo Verbo Encarnado, crucificado e ressuscitado, favorecido pelo Espírito Santo e amado pela Virgem Maria; pelo Espírito Santo que dá a vida e procede do Pai e do Filho; por Nossa Senhora, Sempre Virgem Santíssima Mãe de Deus; pela divina, perfeitíssima e imutável Fé Católica revelada por Deus; e pela Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica Romana, Corpo Místico de Cristo edificado na Terra sobre a PEDRA.

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Minha pergunta é sobre duas figuras históricas cuja menção de suas vidas ou especulação sobre sias vidas é feita por hereges. São MELCHISEDECH e APOLÔNIO DE TYANA.

Quanto a Apolônio de Tyana, gostaria de saber sobre a verdade mesma da existência histórica desta figura tão cara aos herméticos.

E, acerca de Melchisedech, sobre quem Michel Coquet e René Guénon escreveram, bem como Ossendowsky - ainda que indiretamente - gostaria de saber mais sobre esta personagem a quem Gn 14, 18; Sl 110, 4; Hb 5, 7-10. Não sei se há mais referências a ele.

Enfim, pediria que o professor esclarecesse-nos sobre estas figuras e sobre o porque de ambas serem referenciadas d"algum modo pelos gnósticos em seus escritos e rabiscos.

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Despeço-me aqui com um cordial abraço a todos,

Geraldo Vasconcelos.


Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei Genetrix!
RESPOSTA

Muito prezado  Geraldo,
Salve Maria.
 
    Agradeço suas palavras, mas saiba que conhecendo-me como sou lhe garanto que preciso mais de preces para que Deus me perdoe do que elogios, muitas vezes infundados ou exagerados pela generosidade dos leitores.
 
    Apolônio de Tyana foi um neo pitagórico, hermético, semi lendário, cuja vida foi escrita por Filóstrato, lá pelo ano 220 d. C., sob o título “Vida de Apolônio”. Essa pseudo biografia procura imitar a vida de Cristo tal como é contada nos Evangelhos. O tal Apolônio teria nascido em Tyana, cidade da Capadócia, poucos anos depois de Jesus Cristo.
    Desde muito jovem teria se dedicado à filosofia e ao ascetismo na seita pitagórica. Formado na ciência pitagórica meteu-se a propagar a seita fazendo viagens pelo Oriente.
    Teria chagado à India, e, retornado teria ensinado na Grécia e em Roma, sob Nero.
    Perseguido por Domiciano, fugiu e teria morrido no Oriente pouco depois, em 71.
    Filóstrato, que viveu um século depois de Apolônio, conta pseudos milagres, visões e profecias que Apolônio teria feito. Segundo o seu biógrafo tardio, Apolônio não se dizia deus, mas atribuía seus poderes ao pitagorismo.
    Curioso é que, hoje, se faz uma crítica acerca dos fatos narrados pelos Evangelhos, mas se engole o que se atribui a Apolônio, embora os pitagóricos reconhecessem que lhes era lícito inventar lendas para divulgar suas doutrinas herméticas. É normal, então, que os gnósticos modernos, como René Guénon e seus seguidores repitam as babosiras sobre Apolônio. Nem ligue para eles. São mestres de fábulas.
    Quanto a Melquisedec, ele é citado na Sagrada Escritura no Gênesis XIV, 18-20, como sacerdote de Salem e sacerdote de Deus altíssimo; nos Salmos CIX, 4; e na carta  de São Paulo aos Hebreus VII, 1 -17.
    Ele era Rei de Salem, ou Jerusalem, e sempre foi tido como figura profética de Cristo, pela oferta de pão e vinho em sacrifício a Deus, e que abençoou Abraão (Cfr, Gn.XIV, 18-20). Desse Rei sacerdote muito pouco se sabe a não ser isso que citei acima.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli