Gnose

IRACUNDA PROMESSA DE RESPOSTA...
PERGUNTA
Nome:
Felipe
Enviada em:
25/01/2001

(...)
RESPOSTA


Após 49 dias de atrapalhado silêncio, o sr. Olavo de Carvalho - o "pai" do "Imbecil Coletivo" - emitiu uma promessa de resposta a minhas cartas denunciando sua gnose pouco camuflada.

É essa iracunda promessa de resposta que publicamos, hoje, pedindo desculpas aos freqüentadores de nosso site pela linguagem botequinesca nela empregada. Linguagem imprópria para pessoas bem educadas.

Com efeito, o auto-denominado "filósofo", o astrólogo aposentado Olavo de Carvalho, depois de se ver compelido a censurar as cartas de seus próprios alunos e admiradores que estranhavam seu atrapalhado e esotérico silêncio, emitiu um AVISO no qual os insultos claros e as ameaças veladas tomam o lugar dos argumentos.

Quem insulta em vez de argumentar na verdade confessa que não tem o que responder.

Olavo de Carvalho, que diz renegar suas obras do passado tanto quanto a sua adesão ativa ao PC, promete me mostrar (no futuro...) que fiquei com o "pescoço cortado" porque eu teria pretendido cortar sua língua infiel.
(Mas que adjetivo bem encontrado para uma língua que não pretendi "cortar"! E que imagens sanguinárias!)

Como ele foi astrólogo, certamente os adeptos dessa "ciência" esotérica esperam que a promessa dele tenha mais valor que as previsões do serviço meteorológico, ciência exotérica tão desprestigiada pelas imprevisíveis e inevitáveis inundações paulistanas.

Aguardarei, portanto, a resposta iracundamente prometida. Procurando, é claro, preservar meu curto e bem prezado pescoço -- entre outras razões, porque é o único que tenho -- dos golpes de adagas infiéis rebrilhantes de ira, em meio às trevas esotéricas.

Aguardemos – embora prometida para um futuro incerto -- a resposta do "filósofo" premiado nas Arábias...

São Paulo, 29 de Março de 2.001
Orlando Fedeli

O "AVISO" DE OLAVO DE CARVALHO
(publicado no site de Olavo de Carvalho)

AVISO

Acabo de anunciar que minha homepage, sobrecarregada de textos, ficou dois dias fora do ar por falta de pagamento, e logo no instante seguinte, quando começo a aliviá-la do lixo sobrante no Fórum, ouvem-se indignados gritos de "Censura!", como se fosse minha obrigação subsidiar com meu dinheiro qualquer insulto idiota que se queira publicar contra mim! Deveria eu então cortar meus próprios textos, para ceder espaço a "Bourdieus" e Caios Rossis? Ou deveria pedir que meus atacantes me ajudassem a pagar o provedor?

Usar a palavra "censura", no caso, é de uma incompreensão quase demente. É nessas horas que se revela a hipocrisia de certos "admiradores", os quais, tendo obtido de mim, ao longo dos anos, as provas mais cabais de honestidade, seriedade e tolerância, se enchem de maliciosa suspeita ao primeiro ato meu que não compreendem, e saem me julgando mal pela aparência mais fugaz, sem me conceder sequer o benefício da dúvida. O bem que o aplauso dessas pessoas possa ter me trazido ontem é, rigorosamente, igual dano que me fazem agora com sua saída do Forum: nada vezes nada.

Quanto às interpretações absolutamente insanas que o sr. Orlando Fedelli fez dos meus textos, serão respondidas na hora devida. No momento, estou no Rio Grande, indo de cidade em cidade, vivendo em automóveis, trocando de hotéis como de cuecas, falando em universidades, sindicatos e partidos, numa luta extenuante e desigual contra o "establishment" esquerdista, e me é absolutamente impossível, nessas condições, conceder qualquer atenção ao Santo Ofício terceirizado -- ou TFP do B -- que esse tipinho montou em São Paulo. Por enquanto, não há mal em que o sr. Fedelli vá curtindo sua ilusão de ser um novo S. Jerônimo, de ter cortado a língua a um infiel.

Logo ele verá que cortou mais é seu próprio pescoço.

Também estou sem tempo de intervir no vaivém de fofocas em que alguns querem transformar o nosso Fórum, e por isto autorizei simplesmente alguns membros a suprimir as mensagens que lhes parecessem demasiado ofensivas, inúteis, ou que tivessem implicações criminais. Por exemplo, um visitante vinha reproduzindo lá textos anticristãos do teórico nazista Revilo P. Oliver, e não vejo motivo razoável para eu financiar a difusão desse tipo de coisas. Os admiradores do sr. Oliver mantêm seus próprios sites, têm todo o direito de mantê-los, e bem podem descarregar lá os seus detritos ideológicos. Não no meu site.

Como, tecnicamente, é impossível para o administrador cortar mensagens isoladas, foi preciso suprimir tópicos inteiros, sacrificando mensagens interessantes e outras cujo corte pode dar, aos maliciosos, a impressão de fuga ao debate. Nessa circunstância, a tentação de interpretar mal, de fazer conjeturas perversas, pode ser mesmo irresistível para certas mentes fracas que, para continuar confiando na honestidade de quem jamais as traiu ou ludibriou, precisam testá-lo continuamente, obsessivamente, sempre baseadas no pressuposto de que compreendem tudo e de que aquilo que por acaso não compreendam deve ser mesmo coisa muito ruim.

Olavo de Carvalho