Doutrina

Virgindade de Nossa Senhora
PERGUNTA
Nome:
Vitor
Enviada em:
03/01/2005
Local:
São Paulo - SP,
Religião:
Católica


Prezados sr. Marcelo e Prof. Orlando,
 
Salve Maria !
 
Espero que tenham passado bem o Natal e desejo que 2005 seja ainda mais coroado de vitórias na defesa da Santa Madre Igreja.
 
Gostaria de pedir um esclarecimento mas não sei exatamente a quem enviar . Pediria que encaminhassem à pessoa responsável, quando possível .
 
Um padre, durante o sermão da missa do quarto domingo do advento, fez uma colocação que deve ter deixado dúvidas para os fiéis. Como eu não fui capaz de esclarecer, peço sua ajuda.
 
Ele disse que, originariamente, a Bíblia teria dito que "uma jovem" iria conceber e que, mais tarde, na tradução para o grego, o texto foi traduzido para "uma virgem". Depois disse que isso deu muita discussão entre os estudiosos mas que, naquele dia, não iria falar mais sobre o assunto. Ou seja : parece-me que apenas "envenenou" um pouco a audiência.
 
Os srs. teriam algum comentário sobre essa suposta mudança de "uma jovem" para "uma virgem" ao se referir a Nossa Senhora ?
 
Abraço,
 
Vitor de Oliveira
RESPOSTA

Muito prezado Vitor,
Salve Maria!
 
    Que bom receber uma carta sua!
    Esse Padre é uma pessoa que não sabia bem do que estava falando, e, como você bem notou, só "envenenou" o problema, deixando dúvidas entre os fiéis, que ele devia orientar, e que, em vez disso, ficaram desorientados.
    O texto em que está a palavra a que ele se refere é de Isaías. Aliás, o contexto cabe bem a esse padre:
    "Ouvi, pois, casa de Davi: Porventura não vos basta ser molestos aos homens, senão que também ousais sê-lo ao meu Deus? Pois, por isso, o mesmo Senhor vos dará este sinal: Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel" (Is. VII, 13--14).
    Conforme disse o Padre repetindo, o que afirma certos infiéis e hereges, por ódio á Virgem Maria, é que, nesse texto a a palavra Virgem -- no texto: "alma"  -- seria melhor traduzido por "jovem", e não por "virgem".
    De modo que, para ele -- e para os que odeiam Nossa Senhora -- o texto ficaria assim:
"o mesmo Senhor vos dará este sinal: Uma "jovem" conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel".
    Ora, se ele tivesse razão, que sinal seria esse que uma jovem conceberia?
    Desde o começo do mundo, e sempre, jovens conceberam e tiveram filhos.
    Como isso seria um sinal?
    Que uma Virgem concebesse seria um sinal claro! Mas que uma moça concebesse não seria sinal nenhum.
    Cristo era Deus e homem. Ele era o Verbo de deus encarnado.
    Para provar que era homem, Ele nasceu de uma mulher.
    Para provar que Ele era Deus, nasceu de uma Virgem.
    Para provar que era homem como todos nós, nasceu sem saber falar. Para provar que Ele era Deus fez os anjos cantar.
    Para provar que Ele era homem, Ele não sabia andar. Não sabia mover os pés
    Para provar que era Deus, movia a estrela.
    Nasceu na noite, e fez brilhar uma grande luz para os que estavam nas sombras da morte.
    Para esse pobre sacerdote, como há tantos outros, hoje, que não sabem sequer preparar um bom sermão para suas ovelhas, cabe apenas o contexto da citação de Isaías: "Porventura não vos basta ser molestos aos homens, senão que também ousais sê-lo ao meu Deus?".
    E para eles, desgraçadamente, a Virgem ter dado à luz um filho, já não é mais o sinal de que Deus está conosco, pois Emanuel quer dizer Deus conosco.
    De fato, Deus não está com aqueles que não crêem que aquela que Deus á luz o Filho de Deus foi a Virgem. Para esses, que não vêem o sinal de Deus, a luz não nasceu para eles, e eles jazem nas sombras da morte.
    Rezemos por esse pobres sacerdotes que deviam ver os sinais de Deus, mas que são cegos á luz, e que, cegos, guiam outros cegos.
    Que a luz de Deus brilhe sobre eles e sobre todos nós, que estávamos vivendo à sombra da morte, pois "um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado, e o Império foi posto sobre seu ombro, Ele será chamado Admirável, Conselheiro, Deus forte, Pai do século futuro, o Príncipe da paz" (Is. IX, 6)..
    E quando o verei?
     
In Corde Jesu, semper, 
Orlando Fedeli