Defesa da Fé

Combate Apologético
PERGUNTA
Nome:
Wagner
Enviada em:
14/05/2004
Local:
Itapetinga - BA,

Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!

 Wagner Herbet Alves Costa  Itapetinga-BA    Prezado Prof. Orlando Fedeli     Sei que já estou abusado da tua paciência e da paciência do pessoal da  Montfort, por ter enviado já tantos escritos. Permita-me, chamar vossas  atenções para mais este - que aliás é bem maior que os anteriores (pois se  fez necessário). Por isso mesmo, dividi-lo-ei em  2 (duas) partes.

  Achei uma carta que foi enviada a esta associação que creio que  merece a minha atenção a fim de ser devidamente tratada, desmascarando - mais  ainda - toda a ignorância e ignomínia que ela contém. É de um protestante  denominado Cleomar; o qual se mete a excursionar de um lugar que ele pouco  conhece para outro que ele tanto ignora. Ou seja, indo (o herege) não só por  caminhos bíblicos-teológicos; mas também adentrando pela História.

  Ele começa falando que a História registra a arrogância dos papas.

 Mas, omite (ou desconhece) a que mesma registra a arrogância de tantos e  tantos líderes do protestantismo: a começar pelo "senhor" Martinho Lutero.

 Que, num momento de fúria insana, levou-o a ser co-responsável pelo  extermínio de milhares de pessoas: < infrutíferos, que Münzer crescia, pôs-se ao lado das autoridades e  descarregou como uma bomba o seu escrito... Um documento de inclemência e de  ódio, só compreensível como uma arma de combate contra o diabo, que Lutero  via em Münzer e nos seus... Sufocaram a revolução dos camponeses com  crueldade que mesmo naqueles rudes tempos causou horror. O furor, as  torturas, as violências e as batalhas, pareciam que não teriam mais fim;  pelo menos 30.000 camponeses perderam a vida [VEIT, Valentim, História  Universal, Livraria Martins Editoras, SP, 1961, Tomo II, pp. 248-249].

  E veja, ainda, o que esse irascível "pai de todas as igrejolas (como  o prof. Orlando costuma dizer) protestantes" arrogantemente dizia: <<"Quem  não crê como eu, é destinado ao inferno. Minha doutrina e a doutrina de Deus  são a mesma coisa. Meu julgamento é o julgamento de Deus" (Weimar X2 Abt. 107) [NAVARRO, Lúcio, Legítima Interpretação da Bíblia, 2a. edição,  Campanha de Instrução Religiosa Brasil-Portuagal, Recife, 1957, p. 56].

  Só para você (Cleomar) ter uma idéia - segundo o que disse Martinho  Lutero - deduz-se que, mais de 90% dos protestantes estariam condenados ao  Inferno (por não crer como ele).

  Vejamos um dos pontos doutrinários defendidos pelo citado líder da  Reforma Protestante: < nesse sacramento uma mera cerimônia comemorativa, de significação  simbólica... Lutero, porém, obstinou-se na sua concepção mais próxima do  sacrifício da missa, mais mística e sensível... Lutero irritou-se com ele,  impaciente, encrespou-se contra o adversário, viu novamente o diabo diante  dele e repeliu o suíço como herege e blasfemo [VEIT, Valentim, História  Universal, Livraria Martins Editora, SP, 1961, Tomo II, p. 255]... Somente  por esse ponto doutrinário, você (Cleomar) e todos de sua comunidade  religiosa - nas palavras do afamado reformador - seriam hereges e blasfemos;  você concorda com essa inferência?

  E Calvino, outro também de desgraçada memória, não perdia para  ninguém em arrogâncias: < instrumento de Deus... toda resistência contra ele devia ver-se uma  resistência contra Deus [VEIT,Valentin, História Universal, Livraria  Martins Editora,SP, 1961, Tomo II, p.261]... E tu, Cleomar, acreditas no que  acreditava João Calvino? Crês, por conseguinte, que determinadas pessoas já  nasçam destinadas ao inferno?

  Cleomar diz que a Bíblia fora tirada das mãos do povo para que este  não se abrisse ao entendimento. AH! AH! (só rindo!) Pois depois que abriram  a Caixa de Pandora, que é o protestantismo, nunca mais houve paz doutrinária  sobre a terra. O famigerado postulado do Livre Exame - perpetrado pelos  malditos reformadores - só causou desentendimento e divisão.

  Observe a conclusão a que chegou Martinho Lutero, depois dele  próprio constatar os nefandos efeitos da Bíblia nas mãos de cada um, sendo  livremente interpretada: < receber de novo os decretos dos concílios (católicos) a fim de conservar a  unidade da fé contra as diversar interpretações da Escritura que por aí  correm" (Carta de Lutero a Zwinglio, Le Christianisme temps present, Tomo  IV (7), p. 289) [http://geocites yahoo.com/jf_m2001/52.htm
].

  Em seguida, Cleomar, vem com a "estória" de que a Ciência deu  um salto depois do protestantismo. E o curioso, é que, um dos grandes  inventos tecnológicos em prol da humanidade - que ajudou a dar um verdadeiro  "salto de qualidade" - ele próprio (Cleomar) referiu-se: a invenção da  imprensa,e a mesma foi desenvolvida ANTES da Reforma Protestante.

Inclusive,  costuma-se enfatizar que o primeiro livro impresso (no mundo Ocidental) foi  a Bíblia - a conhecida Bíblia de Guttemberg (ou de 42 Linhas) - a qual,  aliás, traz todos os livros deuterocanônicos (que infelizes protestantes  chamam de apócrifos).

  E daí se a Ciência, por causa do protestantismo, tivesse, de fato,  dado saltos, piruetas e até cambalhotas rumo a um sobre-destacamento...

 Pois, o que adianta ter todo o desenvolvimento científico se se perder a sua  alma? As únicas ciências que asseguram a Vida Eterna são as da Fé e Moral,  nas quais o papa é seu infalível intérprete. [Quantos cientistas - que  sequer acreditavam em Deus - os quais devem ter ido para os quintos dos  infernos. E santos que, em vida, foram analfabetos e rudes, até aversos a  tecnologia (como João Batista); mas, que, por terem permanecido no ensino  infalível da Igreja, alcançaram as moradas eternas.]   Ademais, imitando o estilo de um grande esgrimista das palavras - que  conheço pela fama de seus escritos (o qual, na hora que se faz necessário,  sabe usar - e muito bem - o tacape), direi eu: "O que provaria, por fim?

Que  os protestantes são bons em produzir desenvolvimento científico - mas é isso  que apregoa o Evangelho?"   O tal Cleomar diz lamentar que a Igreja ainda se coloque como a dona  da verdade e tache, conseqüentemente, os protestantes de mentirosos. Ora, não  é a Igreja que diz que ela é dona da verdade, é a Bíblia que professa: "A  Igreja do Deus vivo: coluna e sustentáculo da verdade" (1 Tm 3,15). [Se bem  que, ela poderia até se denominar de "dona" (no sentido de "senhora" ou  "esposa") da Verdade (que é Cristo); porquanto, de fato, a Igreja é Dona  (isto é, esposa) da Verdade.

  E Cleomar, se a Igreja - como a Bíblia afirma - é quem sustenta a  verdade no mundo; como você chamaria aqueles que ensinassem coisas  diferentes das que ela ensina? Denominá-los-ia de verdadeiros e autênticos,  ou justamente o contrário?

  E, responda-me, esta curiosidade minha: "Se a Igreja não é "dona"
 (usando de suas próprias palavras) da verdade, quem é? Você, Cleomar? A sua  igrejinha?... Ou a do Lutero, ou a do Zwinglio... E se ninguém é dono da  verdade; então, por que você julga e condena os católicos?

  Ele tenta explicar donde (não Bíblia) os protestantes tiram que devem  ler a Escritura Sagrada e cita, como explicação, a passagem que diz: "Errais  em não conhecer a Escritura". Ora, não sabe o sr. Cleomar que há uma enorme  diferença entre "ler" e "conhecer" (no sentido de "compreender" ou  "entender"). Se não sabe, então eu explico direitinho; e para tanto trarei o  seguinte exemplo: Cleópatra e Marcos lêem a Bíblia; contudo, pouco a !

 [Compreendeu seu Cleomar?]   Por trás desse discurso de ter que ler a Bíblia - por vezes - está o  conceito da auto-suficiência iluminativa; isto é, cada um julga-se iluminado  diretamente pelo Espírito Santo - o que dispensaria a existência de um  legítimo magistério que a interpretasse validamente. (Noutras palavras:  espírito de rebelião é o que está embutido nesse ímpio conceito! E, de fato,  é este espírito maligno que move todo o protestantismo - e não o Espírito  Santo)... Associado, por conseguinte, a outro nauseabundo conceito de que a  Bíblia seria de fácil entendimento. Pois bem, eis que diz S. Pedro: "A  pontos difíceis de entender, que o os ignorantes e vacilantes torcem, como  fazem com as demais Escrituras, para a sua própria perdição" (2 Ped 3,16).

  O próprio heresiarca-mor (Lutero) começou dizendo que até uma  criancinha poderia ler a Escritura, que a entenderia. Depois mudou  completamente de idéia: <<"Lutero começou declarando que a Bíblia podia ser  interpretada por qualquer um "até mesmo pela humilde criada do moleiro;  antes, até uma criança de nove anos". Mas tarde, quando os Anabatistas,  Zwinglianos e outros contrariaram as suas vistas, a Bíblia tornou-se para  ele "um livro de heresias", muito obscuro e difícil de entender"
("Martinho  Lutero", John A. O"Brein, Ed. Vozes, 1959, p. 32) [AQUINO, Felipe Rinaldo  Queiroz de, A minha Igreja, Editora Cléofas, Lorena-SP, ].

  A questão é ler ou deixar de ler a Bíblia, mas de querer colocar a  interpretação particular (do que foi lido) acima do Magistério da Igreja e  da Tradição.

  Cleomar menciona que a Igreja queimou bíblias.

  Queimou, por certo, é porque havia bíblias contendo sérios erros  em suas traduções. [Algumas traduções que surgiram ao longo dos séculos  possuíam centenas ou milhares de erros, conforme críticas de "experts" tanto  católicos como protestantes.] Ou seja, eliminou versões adulteradas e/ou  deformadas da Palavra de Deus (o mesmo procedimento que, hodiernamente, se  faz com medicamentos adulterados - dado o perigo que são). Além do que, a  mais perfeita tradução de uma bíblia protestante é, em si, um erro. Haja  vista, toda bíblia protestante ser uma bíblia herética, por princípio.

[Pois  mesmo que contenha os deuterocanônicos, estes são apresentados como não  sendo inspirados - e, portanto, o erro é difundido do mesmo jeito.]... E  Calvino não queimou também bíblias (e olhe que não foi só bíblias!) que  julgara conter erros?

    Bibliografia   - AQUINO, Felipe Rinaldo Queiroz de, A minha Igreja, Editora Cléofas,  Lorena-SP,  - BÍBLIA DE JERUSALÉM, Editora Paulus, SP, 1996.

 - NAVARRO, Lúcio, Legítima Interpretação da Bíblia, 2a. edição, Campanha de  Instrução Religiosa Brasil-Portugal, Recife, 1957.

 - VEIT, Valentin, História Universal, Livraria Martins Editora, SP, 1961,  Tomo II.

   P.S.: Se todos tivessem a mesma capacidade de entendimento da Bíblia; então,  todos os cristãos deveriam recebem o dom do doutorado. Mas a Bíblia afirma  justamente o contrário - que nem todos são doutores. "Porventura, são todos  apóstolos? Todos profetas? Todos doutores?..." (1 Cor 12,29). E se fossem,  então, a Igreja deixaria de ser um corpo; porquanto para ser corpo é preciso  ter membros  diferentes, com funções diferenciadas. De fato: "Os membros não têm a mesma  função" (Rm 12,4), "Cada um por sua parte" (1 Cor 12,27). "O que tem o dom  de serviço, o exerça servindo; quem o do ensino, ensinando; quem o da  exortação, exortando" (Rm 12,7-8). Portanto, o conceito de Livre Exame das  Escrituras afronta o próprio arcabouço de ser Igreja.

  Quanto ao pedido de perdão do Papa. É um pedido de perdão pelos pecados dos  filhos da Igreja. Que, afinal de contas, no fundo, a Igreja sempre estar a  pedir - em cada Santas Missa, em cada reza do Terço, etc. Porquanto, em cada  Pai Nosso está escrito: "Perdoai as nossas ofensas" - reconhecendo que os  cristãos (nós católicos) continuamos a "entristecer" a Deus com os nossos  pecados.

  Além do mais, se Deus, que é Pai, é ofendido pelos atos de desatinos que os  católicos (clérigos e leigos)praticaram ao longo dos séculos; também a  Igreja, por ser mãe, nossa Mãe, ela é ofendida. A Igreja, por conseguinte,  não é culpada pelos pecados dos católicos (seus filhos); ela é vítima.

  Quisera que o papa, quando fez o pedido de perdão pelos pecados dos FILHOS  da Igreja, tivesse se lembrado de pedir perdão pelos inimigos dela - pois é  ensinamento de Cristo rezar pelos que nos perseguem. Quem sabe até fosse uma  oração semelhante a que eu imaginei e que escrevo logo a seguir:   - Senhor, tende piedade daqueles povos e nações que não aceitaram o teu  Cristo, Jesus de Nazaré, e nem a tua Igreja - nutrindo, muitas vezes  terrível hostilidade contra ambos. Convertei-os, todos, à vossa Santa  Religião Católica.

 - Senhor, tende piedade daqueles que, malignamente(sejam pela força das  armas, sejam em conciliábulos ocultos ou mesmo em escritos caluniosos),  combateram de inúmeros modos o Catolicismo. Trazei-os ao redil da Igreja!

 - Senhor, Deus de misericórdia, perdoai os hereges que tanto mal vêm fazendo  a sua Igreja ao longo dos séculos. Convertei-os ao Catolicismo!

   ENCERRO, POR AQUI, A PRIMEIRA PARTE.
RESPOSTA
Muito prezado Wagner, salve Maria !

Novamente agradeço sua cooperação e o louvo por criticar com força e habilidade os hereges inimigos de Deus e de sua única Igreja, a Igreja Católica Apostólica Romana. Que Deus o recompense por seu zelo. Escreva-nos sempre.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli