O papel da Associação Montfort: um bem ou um mal para a Igreja?
Autor: Orlando Fedeli
- Consulente: Rafael Gonçalves de Queiroz
- Localizaçao: Nova iguaçu – RJ – Brasil
- Escolaridade: Superior em andamento
- Profissão: Professor
- Religião: Católica
Conheço o site da montfort já há um longo tempo;de fato reconheço a importancia do site enquanto fonte de pesquisa ; há inúmeros artigos valiosos mas preocupa-me a crítica ácida feita ao concilio vaticano II…O sr. Orlando Fedeli criou um impasse teologico com suas teses que quiça nem ele mesmo tenha percebido; ademais, um individuo que apesar de sua inegável cultura geral,participou da organização conhecida como tfp,não poderia mesmo estar isento de erros ; deveria por isso prestar mais atenção em suas afirmações ,deveria por isso ser mais humilde , deveria ser mais capaz de autocrítica .
O sr. orlando fedeli afirma expressamente neste site que o concílio vaticano II errou pois teria abolido a “”liturgia de sempre” e determinaçoes magisteriais relativas a esta mesma liturgia (tais como o indulto perpétuo dado a missa tridentina, as invectivas do papado contra o arqueologismo,a determinação de que o altar não tivesse formato de mesa,etc), errou também pela sua atitude de abertura e de diálogo ecumênico,etc.
Pois bem eu perguntaria então : se o cv II errou o que garante que outros concílios não possam ter errado?Se Paulo VI errou o que garante que outros Papas não tenham errado?Se o colégio dos Bispos todo ele errou quem então devemos seguir se eles representam o magistério?
Esses impasses não são resolvidos pelo site pelo contrário são alimentados por ele …muitos amigos meus depois de o visitarem tem se sentido desorientados …
Asrespostas deste site não são satisfatórias pois pretendem muitas vezes resolver as querelas com citações do magisterio sem a devida fundamentação…por exemplo li uma carta d um seminarista que questionava o sr orlando fedeli quanto a autoria do pentateuco mosaico; o seminarista dizia ,fundamentando-se na exegese, que não se poderia sustentar sem dificuldades a autoria mosaica do mesmo;trouxe o argumento de que ha dois relatos da criação nele diferenciados…que resposta foi dada a respeito da pergunta específica ? Uma citação da comissão bíblica que não tem autoridade doutrinária definitiva …pois ela nem mesmo era na época (como não é hoje ) uma congregação da cúria romana…não discuto omérito da afirmação da comissão mas só citá-la não resolve o problema …o sr é professor de história portanto tem uma vocação intelectual..será que o sr se satisfaz com uma simples afirmativa sem que ela venha fundamentada ?obvio que não pois o que mais o sr orlando fedeli faz neste site é censurar aqueles que afirmam sem bases …no caso acima citado foi o que ocorreu ..tudo bem a comissão disse mais então se disse como solucionar o problema literário das diversidades estilisticas do pentateuco?
percebo que as vezes o sr se contenta com respostas sumárias e com ataques sumários também …quanto ao vaticano II o sr criou um verdadeiro labirinto teologico …se se diz que ele errou então nem o papa nem a igreja nem os concílios estão isentos de erros doutinários e morais e então a utoridade da igreja vai por água abaixo ; de nada vale a declaração excathedra de pio IX quanto a infalibilidade do papa quando se pronuncia solenemente e nem a doutrna tradicional segundo aqula todo concílio é ato solene da Igreja e que sua afirmações (desde que este seja aprovado pelo papa ) são infaliveis( ou seja isento de erros mas não impassíveis de reforma); o sr alem disso demonstra conhecer pouco do direito canônico pois este deixa claro que é possivel a reforma de declarações anteriores dos papas desde que não sejam excathedra ( caso das declarações de pio v quanto ao indulto da missa tridentina que não tem força de dogma e nem de doutrina sobre os costumes, quanto ao arqueologismo e da sobre o altar em formato de mesa )ademais teologos autorizados dizem que na história só se contam 20 declarações excathedra nais quais nenhuma destas figura…quanto a ideia de que por ter sido o vaticano II um concilio pastoral ele não estaria isento de erro é um erro crasso…pois ele contem doutrina em todas as suas constituições ;a pastoral nunca esta desvinculada do aspecto doutrinário em qualquer atividade da igreja ..todo concilio(convocado e aprovado pelo pontifice romano), e isto é doutrina silente da fé,é guiado pelo espírito santo
De fato o vaticano II pode sofrer um crescimento no que toca a seu melhor entendimento e uma reforma naquilo que foi deixado em aberto e posto como norma geral(tal é o caso da nova missa e do sacrosanctum concilium);mas não pode ser abolido…aatual papa já resolveu a questão ao dizer que deve interpretar o concílio apartir de uma correta hermenêutica que seria a da reforma e não a da ruptura que causou as heresias atuais no seio da Igreja …
Quanto a liturgia da missa não houve revolução como se gosta de dizer neste site mas continuou usando-se a mesma estrutura de sempre pois ela contem como a missa tridentina os ritos iniciais , a liturgia da palavra ,o sacrifício eucaristico e os ritos finais ;é inegável que ela trouxe maiores possibilidades de participação leiga com o uso do vernáculo e com os ministérios do leitorato e acolitato ,um enriquecimento bíblico pelo aumento do número de leituras sobretudo na missa dominical ,etc..
A crise da Igreja é relativa ao laicismo contemporâneo e não ao concílio…sua má interpretação é que gerou maus frutos mas onde cresceu uma interpretação positiva cesceram os sinais de vitalidade eclesial…quanto ao instituto bom pastor seu objetivo é sim o de criticar o concílio…portem o vocábulo criticar tem muitos sentidos e certamente o sentido dado pelo santo padre a ele é de avaliação, criticar no sentido de crítica ou análise hermenêutica não no sentido de censura ou de reprovação ; esta é a interpretação mais correta pois se o santo padre fala da necesidade de se utilizar uma correta hermeneutica (a da reforma) para a interpretação desteé por que o concílio deve ser valorizado ; o I.bom pastor deve criticá-lo(ou seja avaliá-lo) usando esta hermeneutica…ademais seria interessante que vcs estudassem um pouco mais de hermeneutica para não distorcerem declarações ao sabor das suas ideias
EM CRISTO
RAFAEL G. D QUEIROZ
Salve Maria.
“O sr. Orlando Fedeli criou um impasse teologico” “quanto ao vaticano II o sr criou um verdadeiro labirinto teologico”.
Como salientei já, o senhor afirma, sem pestanejar, que ”todo concilio(convocado e aprovado pelo pontifice romano), e isto é doutrina silente da fé,é guiado pelo espírito santo”.
“De fato o vaticano II pode sofrer um crescimento no que toca a seu melhor entendimento e uma reforma naquilo que foi deixado em aberto e posto como norma geral(tal é o caso da nova missa e do sacrosanctum concilium);mas não pode ser abolido…aatual papa já resolveu a questão ao dizer que deve interpretar o concílio apartir de uma correta hermenêutica que seria a da reforma e não a da ruptura que causou as heresias atuais no seio da Igreja …”
“Os dogmas que a Igreja apresenta como revelados, não são verdades baixadas do céu, mas apenas uma interpretação de fatos religiosos que a mente humana elaborou para si mesma com esforço trabalhoso“. (São PIo X, decreto Lamentabili n* 22, Denzinger, 2022).
E na Pascendi, São Pio X ensinou:
“as fórmulas que chamamos dogmas tem que estar sujeitas às mesmas vicissitudes e, conseqüentemente, sujeitas a variação. E assim, em verdade, fica aberto o caminho para a íntima evolução do dogma. Amontoamento, por certo infinito de sofismas, que arruínam e aniquilam toda a religião” (São Pio X, Pascendi, Denzinger, 2080).
Para os modernistas, portanto, os dogmas infalíveis seriam evolutivos, reformáveis e interpretáveis.
O senhor poderia me citar algumas heresias causadas por uma hermenêutica de ruptura?
E no Paraná, sei de uma cidade em que, na Missa, quando o padre diz: “O Senhor esteja convosco“, o povo responde: “E com o Corinthians também!”
“Quanto a liturgia da missa não houve revolução como se gosta de dizer neste site mas continuou usando-se a mesma estrutura de sempre pois ela contem como a missa tridentina os ritos iniciais , a liturgia da palavra ,o sacrifício eucaristico e os ritos finais ;é inegável que ela trouxe maiores possibilidades de participação leiga com o uso do vernáculo e com os ministérios do leitorato e acolitato ,um enriquecimento bíblico pelo aumento do número de leituras sobretudo na missa dominical ,etc..”.
“quanto ao instituto bom pastor seu objetivo é sim o de criticar o concílio…portem o vocábulo criticar tem muitos sentidos e certamente o sentido dado pelo santo padre a ele é de avaliação, criticar no sentido de crítica ou análise hermenêutica não no sentido de censura ou de reprovação”.
Evidentemente não é possível, e nem lícito, fazer isso. Quem tal fizesse seria um herege consumado. Quem tal permitisse, ou mandasse, seria outro herege consumado.
“certamente o sentido dado pelo santo padre a ele é de avaliação, criticar no sentido de crítica ou análise hermenêutica não no sentido de censura ou de reprovação”.
Como sabe o senhor – “certamente” – em que sentido o Papa entendeu o termo critica, se crítica tem vários sentidos? O Papa lhe telefonou?
“É preciso obter, em suma, que a denúncia histórica de tudo o que há de nefasto no último Concílio seja oficialmente reconhecido. Isto se fará mais tarde ou mais cedo. Antes cedo do que tarde. É preciso ser audaciosos. Essa não é uma qualidade própria do clero”
Para o senhor criticar quer dizer avaliar valorizando.
Sei…“ademais seria interessante que vcs estudassem um pouco mais de hermeneutica para não distorcerem declarações ao sabor das suas ideias”.
No seu curso de hermenêutica, lhe ensinaram que criticar é avaliar, valorizando?
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
- Seção: Cartas
- Assunto: Polêmicas
- Tema: Concílio Vatinano II
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