Montfort, Pena de Morte e a Verdade
Autor: Orlando Fedeli
- Consulente: Gustavo Henrique
- Localizaçao: Timoteo – MG – Brasil
- Escolaridade: Superior em andamento
- Religião: Católica
Olá prof. Tudo bem?
Gostaria de dizer, novamente, que a Montfort tem me ajudado muito, e, peço a Deus que me mostre a cada dia mais o caminho certo, da verdade. Confesso que tenho mudado alguns dos meus conceitos em relação a certos assuntos como, por exemplo, a RCC, Socialismo, etc… A cerca de 1 mês eu também comecei a entender (pela Montfort) que a pena de morte é valida em último caso, e que a Igreja Católica tem esta mesma posição. Estou dizendo isso tudo porque ultimamente estou sofrendo um pouco de criticas por pessoas da nossa Igreja (amigos meu, (participam da RCC), da minha idade e nível cultural). Vou tentar explicar…
- Tais amigos meus, além de estarem me desfazendo pelas idéias e argumento que eu encontro na Montfort, estão me aconselhando a não estudar até mesmos os debates realizados pela Montfort, suas opiniões, artigos, etc. Dizendo que eu, nem ninguém, tem certeza que a Montfort, junto com seus artigos e argumentos, são realmente confiáveis, e que a Igreja, ou algum bispo, padre, CNBB até mesmo o Vaticano não sabem o que, nem quem é a Montfort. Pois seria até melhor eu confiar na Canção Nova, porque além de ser uma TV católica espalhada pelo mundo juntamente com a internet, o Papa deu um “alô” para C.N e lá existem padres e bispos que a acompanham, e por aí vai… e Montfort NÃO (segundo eles).
- Lembro-me que o senhor disse que convidou o Prof. Felipe de Aquino (membro da Canção Nova) para conversar, aí eu disse a eles que o mesmo não quis. Então eles pediram para eu ter cuidado porque a Montfort poderia escrever qualquer coisa, inventar situações e que eu não tinha prova que vocês são realmente pessoas íntegras. (coisa que eu sinceramente não acho). Ainda me pediram provas concretas de que esse fato aconteceu.
Ahh, ainda me disseram que eu não deveria estudar a Montfort no geral, sem acompanhamento de uma pessoa “responsável”.
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- Eu gostaria, se possível, de um esclarecimento maior do que é a MontFort, não que eu duvide, mas preciso também dar satisfação para esses amigos que ainda continuam a me criticar, desfazendo da MontFort e até um pouco de mim. Saber, por exemplo, se tem algum bispo, padre que acompanha vocês, etc…
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- Outra polêmica que está surgindo entre nós é a questão da Pena de Morte. Eu estou aos poucos entendendo porque ela é válida, mas eles não. Vou tentar explicar algum dos argumentos que eles insistem em colocar em minha cabeça:
Como dizia São Domingos Sávio, “é preferível morrer a cometer um pecado mortal”.
- Segundo eles São Domingo Sávio queria dizer num sentido figurado, que ele disse isso poeticamente…
“Os quais, tendo conhecido a justiça de Deus, não compreenderam que os que fazem tais coisas são dignos de morte; e não somente quem as faz, mas também quem aprova aqueles que as fazem” (Rom I, 32).
- Segundo eles esta passagem está um pouco obscura, pois São Paulo não diz que “tais coisas” são essas e não diz quem pode e como matar.
Disseram-me ainda que se eu apoio, juntamente com a sociedade, a morte de uma determinada pessoa (independente do crime) seria como se eu (individualmente matasse) então conseqüentemente cairia no mandamento NÃO MATARAS, então eu estaria pecando.
- Ora, para Deus não existe tempo. Se tal pessoa deveria receber uma graça no futuro, Deus “anteciparia” tal graça.
Por outro lado, a Justiça não pode trabalhar com meras “hipóteses” ou “suposições”.
Na argumentação de São Tomás, o perigo de um criminoso para a sociedade é maior do que a chance dele se converter, e por isso deve ser eliminado.
Disseram-me que como Deus poderia antecipar tal graça, aí mesmo que não deveríamos matar.
“Então disse-lhe Pilatos: Não me falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e que tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Tu não terias poder algum sobre mim se te não fosse dado do alto…”. Ou seja, Deus deu a Pilatos, autoridade constituída, o direito de aplicar a pena de morte. É claro que com Nosso Senhor, Pilatos usou mal esse direito. E no Apocalipse: Apoc XIII, 10: “Quem matar à espada importa que seja morto à espada”.
- Disseram-me que Jesus quis dizer que na realidade Pilatos não tinha poder algum sobre Jesus, (é claro) mas que Deus poderia dar esse poder a ele, então Jesus estaria apenas afirmando que somente Deus poderia dar tal poder a alguém (e Pilatos (ou ninguém) tinha ou tem).
Ainda defende a tese que um pobre que rouba para comer não tem problema. Pois o roubado estaria com fartura, que é um pecado. (pensamento socialista, verdade?)
Para muitos seria imaginável um Jesus que aconselha e/ou aceita a pena de morte. Jesus disse: “Pai os perdoem, eles não sabem o que fazem”, diante dessa frase afirmam que Jesus era contra a atitude de matar um “inocente” (é claro que Jesus era um inocente, mas não estou falando especificamente do fato que aconteceu com Jesus).
Se Jesus fosse a favor da pena de morte, então porque ele falou tanto de amor e perdão ao próximo?
Professor, gostaria, se achar necessária, que fosse publicada a minha carta. Acredito que existam muitos jovens como eu que esta passando pela mesma situação, e necessitam de uma força, de mais uma “arma” para continuar a luta.
Da Pacem Domine
Gustavo Henrique
Salve Maria!
“queria dizer num sentido figurado, que ele disse isso poeticamente…”.
- Segundo eles esta passagem está um pouco obscura, pois São Paulo não diz que “tais coisas” são essas e não diz quem pode e como matar.”
E o poder de Pilatos era um poder da autoridade do Estado e, como diz a Bíblia : “Não há poder que não venha de Deus” (Rom.XIII, 1) E foi isso mesmo que Cristo disse a Pilatos: que o poder de Pilatos de condenar à morte vinha de Deus. Jesus disse a Pilatos: “Não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado pelo Alto” (Jo. XIX, 11)
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
- Seção: Cartas
- Assunto: Polêmicas
- Tema: Pena de Morte
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