Mentiras contadas sobre a Igreja
Autor: Orlando Fedeli
- Consulente: André
- Idade: 20
- Localizaçao: Rio de Janeiro – RJ – Brasil
- Escolaridade: Superior em andamento
- Profissão: Estudante
- Religião: Católica
Salve Maria!
Primeiramente parabenizo os membros da Associação Montfort por manterem um site tão bom à disposição dos leitores.
Tenho algumas dúvidas principalmente históricas, de assuntos que já os vi comentando:
1) Tenho uma dúvida em relação à Idade Média. Na época moderna, o indivíduo, em tese, tem igualdade perante a lei, direito à própria vida e ao próprio corpo – o habeas corpus, diferentemente do período feudal, onde isso era decisão do nobre, do Senhor Feudal ou do Imperador. Minha dúvida é se a Igreja infalivelmente aprova (coloco o verbo no presente porque as decisões infalíveis da Igreja não mudam conforme o tempo) essa prática ou se não aprova mas era desobedecida nesse período? Caso aprovae essa prática do período medieval, quero saber se desaprova a prática do período moderno. Em suas declarações atuais sei que ela exalta esses direitos humanos comuns aos tempos modernos (quando digo comuns me refiro a defendidos nos tempos modernos, já que não são postos em prática e a Igreja é a voz que mais os defende).
2) Em algumas aulas que assisto, principalmente sobre filosofia e antropologia, a Igreja é citada em cerca de 4 aspetos :
- é um dos pilares da civilização ocidental;
- tem uma idéia de decadência em relação ao mundo, ao contrário da visão de evolução dos tempos atuais;
-dizia que os negros não tinham alma ao contrário dos índios que eram vistos como o homem puro que pode ser recuperado pois não estava no Velho Mundo mas no Novo Mundo, e que por isso os negros podiam ser escravos. Pessoalmente vejo isso como uma mentira histórica porque os escravos eram batizados, mesmo que a força, logo, a Igreja os considerava como pessoas, pois nunca batizou animais. Está correto meu raciocínio? Mas como uma mentira histórica pode se tornar senso comum, e, pior, ensinada em faculdades?
- a Igreja coibia qualquer tipo de avanço científico (não artístico ou filosófico pois estes ela até incentivava) e dentre as razões para que fizesse isso estava o fato de que considerava pesquisas científicas e seus avanços como ocultismo e bruxaria. Isso é verdade ou a Igreja é usada como bode expiatório para explicar os problemas da Idade Média?
3)A prática da tortura como condenação (inclusive para penitenciar os pecados) e como método de obter confissões era aceita no período medieval e até depois dele. Pergunto se a Igreja aceitava esses métodos devido à mentalidade da época ou se realmente defendia essa prática como legítima.
3) Pessoalmente detesto o esquerdismo (marxismo, comunismo, anarquismo, etc) e tudo que se originou dele, principalmente por seu ateísmo, mas também pelo fracasso histórico, genocídios, golpes baixos (espionagem, etc), por ser um regime utópico que nunca mostrou aplicabilidade no que defende (senão não seria utopia) mas que em nome dessa utopia aceita cometer qualquer tipo de crime, e logicamente porque a Igreja Católica já condenou essas práticas (o anarquismo não sei se condenou, mas seja como for, é uma doutrina tão fraca que só deve servir mesmo para formar gangues). Porém, a idéia de um Estado forte que garante direitos básicos para a população não me parece de todo errada, e a idéia de coletividade também não. Isso também está condenado pela Igreja? A questão de ricos cada vez mais ricos, pois “dinheiro faz dinheiro” e pobres cada vez mais pobres não é algo verdadeiro e legítimo nas reclamações dos esquerdistas?
4) A inflexibilidade das posições sociais na Idade Média não é semelhante ao regime de castas na Índia? O Direito divino dos reis pode ser considerado legítimo perante a Igreja?
E termino por colocar não uma dúvida mas uma preocupação. Nos tempos atuais (acho que depois dos anos 60) vivemos em uma crise moral sem igual pelo que sei. Não considero mais nossa sociedade e civilização como cristã. Pouquíssimas são as pessoas que se dizem católicas que realmente acreditam na doutrina da Igreja, inclusive pessoas religiosas parecem ter construído sua própria religiosidade. Aqui no site vejo que boa parte desses problemas são atribuídos ao CVII. Será que se os erros forem superados a Igreja voltaria a ocupar a posição que ocupava antes do CVII? Digo isso porque a população não é mais realmente católica e não creio que a idéia de ser obediente à Igreja possa voltar a reinar entre os católicos (73% da população brasileira) que já provaram de uma vida onde a religião é marginalizada e cada um crê no que quiser mesmo se dizendo católico. Sou muito jovem e tenho poucos conhecimentos de como era a atitude dos católicos a algumas décadas atrás. Era muito diferente? Peço perdão a Deus porque não sou ninguém pra julgar a fé dos outros, mas a atitude atual, em geral, me parece uma aberração.
Obrigado e me desculpem pelo tamanho da mensagem.
André
Orlando Fedeli
- Seção: Cartas
- Assuntos: Apologética • História
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