Mais um torpedo contra o Concílio Vaticano II
Autor: Orlando Fedeli
”O pós Vaticano II foi a vitória do protestantismo no interior da Igreja Católica”
De Lubac
Essa é uma frase tremenda que condena indiretamente o Concílio Vaticano II, assim como demonstra também a cegueira dos que querem defender o Concílio a todo custo de evidência e de lógica.
Previno, porém os que odeiam o site Montfort por sua oposição aos erros do Vaticano II, que a frase não é minha.
Ela é de um dos maiores teólogos modernistas, mestre e inspirador do Concílio, o Cardeal Henri de Lubac. Discípulo do modernista Blondel.
Eis o que escreveu De Lubac:
“O drama do Vaticano II consiste no fato que em vez de ter sido feito por santos — como o foi o Concílio de Trento – ele foi monopolizado pelos intelectuais. Sobretudo foi monopolizado por certos teólogos cujo pensamento teológico partia do preconceito de que era preciso atualizar (aggiornare) a fé às exigências do mundo, e de emancipá-la de sua pressuposta condição de inferioridade com relação à civilização moderna. O lugar da Teologia cessa assim de ser a comunidade cristã, isto é a Igreja, e se torna a interpretação dos indivíduos. Neste sentido, o pós Vaticano II representou a vitória do protestantismo no interior do catolicismo” (Henri de Lubac, O Verdadeiro Concílio e Quem o Traiu, in “Il Sabato, 12- 18 de Julho de 1980, apud Antonio Socci, Il Quarto Segreto di Fatima, Rizzoli, quinta edição, Fevereiro de 2007, p. 213).
Em primeiro lugar, de Lubac reconhece que o Vaticano II não foi feito por santos, mas por teólogos “cujo pensamento teológico partia do preconceito de que era preciso atualizar (aggiornare) a fé às exigências do mundo, e de emancipá-la de sua pressuposta condição de inferioridade com relação à civilização moderna”.
Ele reconhece, pois, que o Concílio Vaticano II foi feito por teólogos modernistas e liberais, que quiseram contrariar o que determinara o Syllabus.
Em segundo lugar, quem quis aggiornare a doutrina católica de sempre ao pensamento moderno foi precisamente João XXIII, que proclamou ser essa a finalidade do Concílio Vaticano II, já em seu discurso de abertura, no qual o ”bom” Papa João atacou “os profetas de desgraças”, isto é, os pastores de Fátima, que anunciavam castigos, se fosse convocado um Concílio.
De Lubac é o menos suspeito dos teólogos para dizer isso, pois ele mesmo foi um desses teólogos.
Em terceiro lugar, de Lubac reconhece que o Vaticano II foi redigido segundo a filosofia da fenomenologia, admitindo infindas interpretações. Daí, de Lubac reconhecer que “a interpretação dos indivíduos”, passou a ser “o lugar teológico dos pós Concílio”. Isto é, depois do Vaticano II, triunfou o livre exame da doutrina conciliar e da doutrina católica.
Daí, em quarto lugar, de Lubac concluir então que “o pós Vaticano II representou a vitória do protestantismo no interior do catolicismo”.
Nada mais lógico e nada mais claro.
E as razões apontadas por de Lubac, de fato, culpam o próprio Concílio, e não apenas o Pós Concílio.
Só não querem ver essa vitória do protestantismo e do modernismo no pós Vaticano II, mas causadas pelo próprio Vaticano II, as pessoas que, não querendo reconhecer seu erro de apreciação sobre o Concílio, tentam salvá-lo, a todo custo. Interpretando-o à sua maneira. Mesmo a custo de lógica. E, muito mais ainda, mesmo ao custo da Fé.
Triunfou o livre exame protestante entre os católicos.
Daí, tanta confusão interpretativa.
São Paulo, 15 de Agosto de 2007, festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu,
Orlando Fedeli
- Seção: Artigos Montfort
- Assunto: Igreja
- Tema: Concílio Vatinano II
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