´Ite, missa nova est!` – Padre Bux critica a Missa pós Conciliar
Autor: Orlando Fedeli
Essas palavras deixam entrever que, segundo padre Bux, a nova liturgia pós conciliar, enquanto criativa, não era côngrua com a doutrina católica.
E diz, então, Padre Bux:
“
Também a liturgia romana era assim, depois alguém inventou que o orientar-se ao altar, ou seja, ao Senhor, era na verdade dar as costas ao povo. Estranho que, em tantos séculos, ninguém o tivesse percebido, até 1967”“Alguém inventou” que o Padre devia rezar Missa voltado para o povo, numa atitude antropocêntrica que trouxe grave prejuízo à idéia de adoração na Missa.
Quem teria sido esse “alguém”?
E Padre Bux aponta um dos feitos nocivos desse voltar-se o padre para o povo:
“O olhar-se no rosto de padre e fiéis deixa a liturgia (se, como se diz, esta atua por meios dos sinais) na dimensão imanente do mundo”.
Portanto, insinua um imanentismo que este bem de acordo com a letra do Concílio Vaticano II que diz Deus ter posto uma semente divina no homem (Cfr. Gaudium et Spes , n* 3).
Estaria esse ataque — tão justo e tão pesado — dando início à crítica do próprio Vaticano à Missa Nova de Paulo VI? E, se for assim, não se poderia pensar que a frase do Cardeal Arinze prenunciando um fim próximo da Missa Nova está para acontecer?
O Cardeal Arinze, falando da missa nova disse: “Ite, Missa Nova est!”.
“Deo gratias”, responde-lhe a Montfort com os fiéis católicos.
VATICANO – AS PALAVRAS DA DOUTRINA por pe. Nicola Bux (Teólogo do Papa) e pe. Salvatore Vitiello
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A Exortação Apostólica pós-sinodal “Sacramentum caritatis” recorda que há uma relação intrínseca entre celebração eucarística e adoração, que, após o Concílio, não foi claramente compreendida. Chegou-se a objetar que o Pão eucarístico não foi dado para ser contemplado, mas consumido. Trata-se de uma contraposição sem fundamento, porque – diz o documento citando santo Agostinho – “ninguém come esta carne sem antes adorá-la; pecaríamos se não a adorássemos… a celebração eucarística…é em si mesma o maior ato de adoração da Igreja” (66).
Em verdade, os liturgistas sabem que “Na missa… alcança-se o ápice seja da ação com o qual Deus santifica o mundo em Cristo, seja do culto que os homens prestam ao Pai, adorando-O por meio de Cristo Filho de Deus no Espírito Santo” (Ordenamento geral do Missal Romano, n 16). Este texto retoma a Constituição litúrgica do Concilio Vaticano II (cfr. SC n. 10), mas sobretudo não faz outra coisa senão atuar a afirmação de Jesus: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade” (Jo 4,23).
O olhar-se no rosto de padre e fiéis deixa a liturgia (se, como se diz, esta atua por meios dos sinais) na dimensão imanente do mundo. Bastaria a liturgia da Palavra a destacar a escola em que o didascalos fala aos discípulos. A liturgia do Sacrifício deve olhar ao Senhor, a começar pelo sacerdote que guia a oração dos fiéis ‘dirigido ao Senhor’, símbolo entre outras coisas da conversão dos corações, como evoca de modo figurado justamente a expressão latina “conversi ad Dominum”. Diz Isaque Sírio: “Cristo, pintor perfeito, pinta os traços de sua face de homem celeste sobre aqueles fiéis que estão orientados em direção a ele. Se alguém não o fixa de contínuo, desprezando todas as coisas a Ele contrárias, não terá em si mesmo a imagem do Senhor desenhada pela sua luz. Que a nossa face seja sempre fixo n’Ele, com fé e amor, ignorando tudo para ser somente n’Ele intento, para que no nosso íntimo se imprima a sua imagem e, assim, levando Cristo conosco, podemos alcançar a vida sem fim”. (Agência Fides 26/4/2007)
- Seção: Artigos Montfort
- Assunto: Igreja
- Temas: Liturgia • Missa Nova • Missa Tridentina
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