Imortalidade da alma dos índios
Autor: Orlando Fedeli
- Consulente: Jorge Ferraz de Oliveira Filho
- Idade: 20
- Localizaçao: Recife – PE – Brasil
- Escolaridade: Superior em andamento
- Profissão: Estudante
- Religião: Católica
Prezado professor Fedeli,
Salve Maria!
Não poderia iniciar minha missiva de outra maneira que não fosse externando os meus sinceros cumprimentos pelo zeloso trabalho que o senhor e todos da Montfort fazem em defesa da Fé. Que Maria Santíssima possa sempre abençoar abundantemente o combate de você. Que seja o estandarte da Virgem sempre ostentado diante do exército do Senhor, do qual vocês muito dignamente participam!
Venho por meio desta tirar uma dúvida, que um ateu me suscitou num debate em um desses fóruns da net. Ele disse-me que a Igreja dizia que os índios não tinham alma. Ora, eu falei que isso era absurdo, porque no Brasil os missionários morriam junto com os índios. Mas ele redargüiu que isso não era no Brasil, e sim na américa hispânica. E me citou um livro de um tal José Alves de Freitas Neto, cujo título cito abaixo:
“Bartolomé de Las Casas – A Narrativa Trágica, o Amor Cristão e a Memória Americana”
José Alves de Freitas Neto
Quando objetei se tratar de um romance, ele disse que não era, que o referido José Alves tinha sido professor de história dele e a tese de doutorado do mesmo estava expressa sobre a forma de romance nesse livro. Pelo que ele me disse, conta a história de um frei – Bartolomé de Las Casas – que disse terem os índios uma alma, ao contrário do que pregava a Igreja na época.
Pesquisei rapidamente na internet, e vi que o tal frei realmente foi uma personagem histórica.
A pergunta é: quem foi esse Frei Bartolomé de Las Casas? O que, em sua história, bate com o que foi dito no livro e citado pelo ateu no debate?
Se tiver informações sobre o José Alves de Freitas Neto, eu agradeço. Se é realmente um historiador sério, se publicou mesmo uma tese de doutorado sobre a Igreja pregar que os índios não tinham alma, e, caso positivo, em que se baseou para fazer isso.
A propósito… a Igreja tem algum documento sobre os índios, na época colonial? Sobre os negros, eu descobri que a primeira censura oficial do Vaticano foi feita por Pio II, em 1462. Já sobre os índios, eu desconheço.
Agradeço antecipadamente a atenção que me dispensa. Que Deus possa cobrir ao senhor e a toda a Montfort das graças necessárias para que vocês continuem no combate pela Fé, é o que eu desejo.
In corde Iesu, semper,
Jorge Ferraz
Já na carta de Pero Vaz de Caminha se diz que a maior riqueza da terra descoberta “eram as almas dos índios a converter”. E a Igreja sempre fez missões com os índios e negros, para convertê-los a fé, e batizá-los. Ora, só podia fazer isso por afirmar que eles eram seres humanos dotados de alma imortal.
Sobre esse problema da imortalidade da alma dos índios e sobre a escravidão indígena e negra na América recomendo-lhe que leia os seguintes livros:
- TERRA, Martins J. E. S. J.(org) –- in Revista de Cultura Bíblica nº 26-27, São Paulo, Loyola, 1983.
- BENCI, J . Pe. – Economia Cristão dos Senhores no Governo dos Escravos, Lisboa, 1954.
- BETTENCOURT, Estevão – O Tráfico Negro no Brasil e a Igreja
- MALHEIRO, A. M. P.- A Escravidão no Brasil – São Paulo, Cultura, 1944.
Orlando Fedeli.
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