“Desobediente” austríaco comemora
Notícia TMNews via Raffaella
Tradução e resumo Montfort
No melhor estilo modernista, Helmut Schüller, o sacerdote que lançou o Apelo à Desobediência mencionado pelo Papa Bento XVI na homilia da Missa Crismal desta manhã, comemorou as críticas recebidas.
“Foi uma explicação aberta e não houve nenhuma proibição ou sanção por parte do Papa. Ele reconhece que nos movemos com a intenção da solicitude pela Igreja, assim como pelo desejo de olhar para seu futuro. Além disso, Bento XVI assegura, citando a João Paulo II, que o Magistério não pode ser modificado, por exemplo, em temas como o sacerdócio das mulheres. Nós e muitas outras pessoas não estamos de acordo com isso. Ao longo dos séculos, a Igreja mudou seu ensinamento em muitos pontos. Mas, de maneira geral, o tom do Papa não foi áspero”.
Helmut Schüller, de 59 anos é pároco de uma cidade pequena, mas foi o vigário geral do Cardeal Schoenborn em Viena e presidente da Cáritas austríaca. Em 2006 lançou seu manifesto, ‘Pfarrer Initiative’, com poucas adesões no começo, mas com agora 400 signatários (10% do clero austríaco) e 72% de simpatizantes, segundo pesquisas, e se espalha na Irlanda e na França. Suas reivindicações incluem – como de costume – as mulheres sacerdotes, a comunhão para os divorciados recasados, a abolição do celibato obrigatório e a responsabilidade dos leigos. Para o líder dos rebeldes “é provável que esta internacionalização tenha levado Ratzinger (sic) a tratar pela primeira vez em público o tema da desobediência na Áustria (…). É significativo que não tenha ameaçado com excomunhão, pois está consciente que nossas ideias são seguidas por muitos fiéis e que a questão, portanto, não se pode resolver com uma sanção”.
O tema tem sido motivo de preocupação do Papa, que falou dele a um ministro austríaco em setembro passado. Em janeiro último houve uma visita do Cardeal Schönborn e de outros bispos austríacos ao Vaticano para tratar dos “desobedientes”, mas em Viena, Schüller publica estudos com o apoio da Diocese.
Abaixo, o trecho da homilia de hoje em que Bento XVI trata disso:
“Recentemente, num país europeu, um grupo de sacerdotes publicou um apelo à desobediência, referindo ao mesmo tempo também exemplos concretos de como exprimir esta desobediência, que deveria ignorar até mesmo decisões definitivas do Magistério, como, por exemplo, na questão relativa à Ordenação das mulheres, a propósito da qual o beato Papa João Paulo II declarou de maneira irrevogável que a Igreja não recebeu, da parte do Senhor, qualquer autorização para o fazer. Será a desobediência um caminho para renovar a Igreja? Queremos dar crédito aos autores deste apelo quando dizem que é a solicitude pela Igreja que os move, quando afirmam estar convencidos de que se deve enfrentar a lentidão das Instituições com meios drásticos para abrir novos caminhos, para colocar a Igreja à altura dos tempos de hoje. Mas será verdadeiramente um caminho a desobediência? Nela pode-se intuir algo daquela configuração a Cristo que é o pressuposto para toda a verdadeira renovação, ou, pelo contrário, não é apenas um impulso desesperado de fazer qualquer coisa, de transformar a Igreja segundo os nossos desejos e as nossas ideias?”
- Seções: Notícias e Atualidades • Artigos Montfort
- Assunto: Igreja
- Temas: Papado • Concílio Vatinano II • Modernismo e Progressismo • Papa Bento XVI
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Desobediência, Helmut Schüller, Pfarrer Initiative