Carta protesto a CNBB: Discurso de Lula na missa de primeiro de maio
Autor: Orlando Fedeli
- Consulente: Benedito Inácio Siveira
- Idade: 44
- Localizaçao: Itu – SP – Brasil
- Escolaridade: Superior em andamento
- Profissão: Tec. Em Eletrônica
- Religião: Católica
Caro Prof Orlando!
A carta que coloco aqui, enviei a CNBB para mostrar que nós, católicos, estamos atentos à doutrina da Santa Igreja e que, vigilantes, pedimos por mais zelo.
Eu pergunto ao senhor:
Pode ser tido como Graviora delicta (Atos Graves) a utilização indevida das dependências do Templo, como o fato ocorrido no último dia primeiro de maio, quando da utilização do Ambão para discuso político?
Além disse fato, o que pode ser entendido como profanação?
In Corde Iesu
Benedito Inácio Silveira
V. Em.ª Revm.ª
Secretário Geral
Dom Odilo Pedro Scherer
Itaici/SP
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou agora há pouco à igreja Matriz de São Bernardo do Campo, região do Grande ABC, em São Paulo, para a celebração da Missa do Trabalhador”.(notícia veiculada na imprensa do dia 01/05/06)
Seria muito importante a presença do senhor presidente na Celebração Eucarística, se este viesse para participar da Liturgia e, só depois, voltasse para os seus afazeres políticos fora do Templo, entretanto, mais uma vez a Igreja serviu de palco para um discurso político eleitoreiro.
Profanação ou acomodação política de nossos pastores?
Existe uma forte tendência, pós-conciliar (Vaticano II), para tornar o templo um centro comunitário, um local de encontros “ecumênicos” e político, deixando de lado o fato de ser um local, no mínimo, consagrado a Deus, para não dizer um local Sagrado.
Será que a nossa Amada Igreja está repleta de fariseus de tempos idos?
Será que, pela visão da teologia da libertação, teremos que fazer genuflexão ao passar por uma padaria?
O Ambão está em um local de destaque para que se empreste a voz do homem à Palavra que Salva, à Palavra de Deus e não para discursos inflamados e retóricos de políticos; tampouco o interior da Igreja, em seus acentos, servirá para aplausos entusiasmados. Fiel a quem; a Deus ou ao homem que fala?
O pior é que não foi retirado nem o Evangeliário da sua posição, pois é orientação do missal romano para que apenas os ministros ordenados e os leitores possam dele falar para que seja ponto de atenção de todos os fieis, e que só para esse propósito sirva.
Já é doído ver a falta de preparo dos músicos nas Missas que não respeitam a Liturgia, colocando a seu sabor as músicas que deveriam ser litúrgicas.
O fato mais grave é que estamos perdendo a sacralidade do sagrado e com isso, relativisa-se a participação religiosa dos fieis, banalizando o sagrado local de culto a Deus.
Meu apelo por melhor reger o Solo Consagrado não deve ser visto como um ato de fundamentalismo, mas sim como de coerência com a Fé que meus avós mo ensinaram.
Por isso peço, humildemente, ainda maior zelo por aquilo que é sagrado.
Deixei de participar de Grupos de Oração da Renovação Carismática, depois muita argumentação, explicação sobre a doutrina da nossa Igreja, exatamente pelo fato de não perceber o sagrado como sagrado, contemplando com os olhos e o coração, pois não existe necessidade de se colocar mãos em Sacrário, debruçar-se sobre o altar e outras coisas que aqui não vem ao caso.
Para se exigir disciplina, fidelidade, obediência, antes temos que ser coerentes com aquilo que exigimos.
Estamos chegando em época de eleições, portanto, a vigilância tem que ser redobrada para que os nossos Presbitérios não se tornem palanque para discursos eleitorais e nem para atos de movimentos sociais organizados, afinal, existem os salões próprios para tais fins.
Pax et bono
Benedito Inácio Silveira
Salve Maria.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
- Seção: Cartas
- Assuntos: Política e Sociedade • Polêmicas
Publicações relacionadas
Cartas: Políticos católicos - Alberto Zucchi
Cartas: Raiva e sofisma em defesa do Concilio Vaticano II - Orlando Fedeli
Notícias e Atualidades: Há quem sopre nas brasas das polêmicas contra o Pontífice
Para comentar esta publicação
O site Montfort não permite a inclusão de comentarios diretamente em suas publicacões.
Para enviar comentários, sanar dúvidas, obter informações, ou entrar em debate conosco, envie-nos sua carta.
TAGS