Tomamos conhecimento de uma infeliz declaração do Sr. em seu blog. Noticiando o falecimento de nosso caro Prof. Orlando, o Sr. disse: “dedicou boa parte de sua vida a defender aquilo que entendia por ser a verdade.”
Essa frase, Padre, – dizemo-lo hoje, dia em que o site Montfort retoma suas atividades normais após a missa de sétimo dia de nosso caro Prof. Orlando – é maliciosa e extremamente ofensiva. Ela dá a entender que o Professor não defendia a verdade, mas sua opinião particular, sem maior valor.
Por trás de falsa cordialidade (e caridade), o Sr. destila uma crítica injusta contra alguém, recém falecido, que dedicou mais de 50 anos da vida ao apostolado, à defesa da honra de Nossa Senhora, da Igreja e do Papa.
O Sr. desculpe-nos a franqueza, mas seus posts sobre a morte do Prof. Orlando, agora estrategicamente retirados de seu Blog, são de uma incrível hipocrisia (e covardia)!
Além disso, nada ofenderia mais nosso caro Professor do que a afirmação de que ele não defendia a verdade ou que só defendia sua opinião, e não a doutrina de Nosso Senhor, ensinada e repetida pela Igreja Católica.
O Sr. quer fazer algum bem à alma do professor Orlando? Reze por ele em silêncio, sem violão nem pandeiro, e nos poupe de seus comentários com uma maquiagem mal feita de caridade.
Nem tente se explicar também, pois suas justificativas só lhe complicam ainda mais a situação.
Como um modernista, o Sr. afirma: “Nossa compreensão da verdade é relativa.”
Óbvio, pois só Deus pode ter uma compreensão absoluta da verdade. Mas nós conhecemos objetivamente a realidade e a Fé que nos é ensinada pela Igreja.
E isso não nos permite dizer, de alguém que sempre defendeu a doutrina católica, que defendeu aquilo que “entendia por ser a verdade.”. O correto seria afirmar que defendeu a verdade. Pois todo aquele que defende a doutrina católica defende a verdade, e não o que entende por ser a verdade.
Aliás, por falar em verdade, Padre:
1. Não foi o Professor Orlando que negou a Presença real de Cristo na Eucaristia.[1]
2. Não foi o Professor Orlando que negou o dogma de que fora da Igreja não há salvação.[2]
3. O Professor Orlando não era amigo de quem defende a evolução do dogma. [3]
4. O Professor Orlando não era amigo de quem afirma descaradamente que Adão é um mito.
[4]
Tudo isso o Sr. fez. E, até agora, o Sr. não teve a honra de reconhecer que errou, nem a humildade de pedir desculpas e se corrigir.
O livro do Padre Fábio de Melo que nega a Presença real de Cristo na Eucaristia continua sendo vendido, disseminando o erro com sua aprovação amiga.
O Sr. defendeu heresias e não se corrigiu quando refutado.
Apenas se calou até… a morte do Prof., quando não resistiu em dar uma alfinetada.
Escrevemos essa carta para fazer justiça ao Professor e por caridade para com o Sr. lhe enviamos uma advertência de Santo Afonso de Ligório:
“Compreende bem, ó padre: Deus, elevando-te ao sacerdócio, ergue-te até o Céu, e fez de ti, não mais um homem da terra, mas um homem celeste, pensa pois quanto te será funesta uma queda, segundo o aviso de S. Pedro Crisólogo. A tua queda, diz S. Bernardo, será semelhante à do raio que se precipita com impetuosidade. Quer dizer que a tua perda será irreparável. Assim, ó desgraçado, cairá sobre ti a ameaça que o Senhor lançou sobre Cafarnaum: E tu, ó Cafarnaum, erguida até o Céu, serás abatida até o inferno. (Luc. X, 15)”.[5]
Espero que o Sr. não venha dizer que Sto. Afonso é sectário ou anticlerical.
Passar bem.
Ronaldo Mota,
São Paulo, 16 de junho de 2010
[5](Sto.) Afonso Maria de Ligório. A Selva. Porto: Tipografia Fonseca (Ed. PDF de FI. Castro, 2002.), 1928. p. 19
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