Boabdil chorava
Autor: Marcelo Andrade
Granada, Andaluzia, Espanha
Nos contrafortes da montanha
Da cordilheira de Sierra Nevada
Na fortaleza bela e muradaBoabdil chorava
Pois, era o fim da última coroa islã
Na Península Ibérica cristã
Era o fim dos séculos de luta
Que se iniciou na batalha da grutaBoabdil chorava
Pois, era o último sultão, agora derrotado
Pelo rei Fernando e seu exército devotado
A religião dos mouros, de Alá e Maomé
Foi vencida pela detentora da verdadeira féBoabdil chorava
Pois, não veria mais a terra dos olivais
Dos pomares, dos vinhedos e dos laranjais
Não mais sentiria o perfume da terra que apreciava
Tampouco teria o crepúsculo que sempre contemplavaBoabdil chorava
Pois, partiria e não voltaria jamais
Para a nação que fora de seus pais
Somente de fato, nunca por direitos
A terra que tomaram por vários feitosBoabdil chorava
Por La Alhambra e seu lindo jardim
De águas, canteiros, arbustos e jasmim
Da sala do embaixador, do pátio dos leões
Do Partal, do espelho, e de outras habitaçõesBoabdil chorava
E com toda sua corte e sua mãe, ele partia
“Não chores como mulher” –ela lhe dizia-
“O que, como homem, não defendeu”
Teria de aceitar o que a Providência lhe deuBoabdil chorava
Porque por todos os séculos estará escrito
Que o islamismo, da Espanha, foi proscrito
E por isso, a Europa católica se alegrava
Enquanto,Boabdil chorava
Marcelo Andrade
nov/2002
- Seção: Artigos Montfort
- Assuntos: História • Crônicas
Publicações relacionadas
Artigos Montfort: Triste século traidor - Marcelo Andrade
Cartas: Nazismo e gnose - Orlando Fedeli
Cartas: Maçonaria e Templários - Orlando Fedeli
Para comentar esta publicação
O site Montfort não permite a inclusão de comentarios diretamente em suas publicacões.
Para enviar comentários, sanar dúvidas, obter informações, ou entrar em debate conosco, envie-nos sua carta.
TAGS