A Verdade eterna, escondida nas catacumbas dos seminários
Autor: Orlando Fedeli
- Consulente: Luiz
- Localizaçao: SP – Brasil
Salve Maria!
Caríssimo Prof. (e amigo, se assim me permite chamá-lo) Orlando Fedeli e demais integrantes da equipe da Montfort
É munido da santa alegria dos que esperam em Deus que lhes escrevo, e peço-lhes licença para me dirigir de modo particular ao Prof. Orlando para demonstrar-lhe minha real satisfação em poder escrever-lhe saudando-o pelo empenho e ardor apostólico com que leva adiante a mensagem de Nosso Senhor, empunhando firmemente o estandarte da Associação pelo senhor presidida. Já há um bom tempo que queria escrever-lhe, mas sempre deixei de fazê-lo devido ao fato de conhecer as dificuldades que o senhor e sua equipe tem para responder as inúmeras cartas que lhes chegam às mãos. Mesmo assim, não pude deixar de fazê-lo devido a meu insistente desejo de tratar ao menos um pouco com uma pessoa que alimenta exatamente os mesmos ideais que eu, inclusive, faz isso há muito mais tempo que eu.
Sou ex-seminarista de uma congregação certamente conhecida pelo senhor, mas que por prudência peço-lhe o favor de omitir ao eventualmente publicar minha carta. Também lhe pediria a bondade de omitir meu sobrenome, pelo qual eu era chamado quando estava no seminário. Peço-lhe tal favor devido ao fato de conhecer algumas idéias reinantes nos seminários da congregação em que vivi, e devido a isso, se um dia eu voltar a ingressar em algum desses seminários isso poderia complicar minha situação devido às idéias que antes eram por mim defendidas abertamente, mas que depois tiveram que ser defendidas na surdina. Explico: fui seminarista redentorista por sete anos, período no qual pude aprender muito com diversos sacerdotes doutos, realmente doutos e santos que defendem nossa Igreja com todas as suas forças e que por isso eram ridicularizados pelos póprios confrades; mas também pude presenciar a invasão e proliferação de diversas doutrinas avessas à sã doutrina sempre ensinada pela Igreja.
Nesse período, tomei conhecimento real do que antes só ouvira falar: a Missa Tridentina, ainda rezada em particular por muitos padres da referida congregação! A nós seminaristas era um encanto conhecer as belezas da liturgia de S. Pio V, porém só podíamos travar conhcimento com os sacerdotes que a celebravam , como que às escondidas, pois se nossos reitores soubessem poderíamos ter sérios problemas, entre os quais sermos acusados de não estar no seminário por vocação, mas por farisaísmo, já que as formas da liturgia de sempre, na mentalidade estreitíssima desses últimos, evocava símbolos de poder sobre o povo, e com o Vaticano II tudo o que se evocava não eram nada mais nada menos que símbolos de serviço(sic!). Nunca consegui perceber nenhuma conexão lógica nessa argumentação, que antes de mais nada soava a meus ouvidos como uma descabida tolice, das mais bobas e muito mal pensadas. Mas sempre o grande argumento era que eles eram os reitores e nós seus súditos, e caso não os obedecêssemos, mesmo no erro, seríamos demitidos…Ainda assim, entre nós seminaristas corriam antigos missais cotidianos em latim, haviam pequenos grupos que se interessavam muito por todas as formas da liturgia de sempre, e não raras vezes encontrávamos sacerdotes que nos apoiavam e que para nós eram como que um oásis em meio à tanta hostilidade e secura para com a liturgia realmente católica e não protestantizada como a que temos hoje.
Sempre travamos conhecimento com um velho sacerdote, eminente latinista que nos ensinava tudo a respeito das rubricas da missa de sempre e nos incitava a no futuro não “deixá-la morrer”, conforme sua dolorosa expressão. Tempos bons e frutuosos. Esse sacerdote, apesar das chacotas pelas quais passava (e que provinham dos próprios religiosos) jamais abandonou o uso da veste eclesiástica! Sempre conservou seu hábito religioso e nos incentivava a fazer o mesmo. Quando celebrava em particular a missa era a de sempre e os paramentos, o altar e tudo o mais também…
Vos escrevo tudo isso para encorajá-lo em sua luta pela valorização daquilo que sempre foi da Igreja e que agora ela mesma parece esquecer-se…Sei que o senhor não precisa do encorajamento de um jovem tão imprudente como eu, mas escrevo-lhe mesmo assim, nem que seja para demonstrar-lhe que pessoas como eu, também podem sustentar ideais retos. Se lhe servir para algo as minhas palavras ficarei contente e se não servirem também fico contente, pois sei de minhas muitas limitações e da minha ousadia em tomar tanto seu tempo, e por isso posso até atrapalhá-lo em seu apostolado; mas só escrevo essas linhas no desejo de alegrar-lhe o coração afirmando que embora tenha deixado o seminário sei que tanto eu quanto os demais que perseveraram são defensores daquilo que a Igreja sempre ensinou, e mais: são seus leitores!
Conheço seminaristas, padres e irmãos da congregação em que estive que muito admiram o trabalho da Montfort e, embora não se comuniquem com a associação a auxiliam com suas orações. Por isso, ouso dizer-lhe: ânimo! Muitos membros dos seminários e até mesmo clérigos lêem muita coisa do que se publica no site da Montfort e as utilizam. Um de meus professores no seminário era assíduo leitor e nos indicava sempre…
Desejaria muito participar de uma palestra sua, ou mesmo colaborar com o senhor de algum modo. Gostaria de conhecê-lo, e se me perdoa a indiscrição, agradecer-lhe pessoalmente pela contribuição que me em oferecido através da Montfort.
Ad Iesum per Mariam
Luiz
Salve Maria.
Orlando Fedeli
Nota: resposta escrita um ano antes da publicação do Motu proprio Summorum Pontificum
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