Defesa da Fé

Quando o clero irá voltar a ensinar a todos os povos?
PERGUNTA
Nome:
Osires Costa
Enviada em:
18/09/2006
Local:
Recife - PE, Brasil

Olá! Prof. Orlando,

Lendo o tema "A intolerância Católica: Sermão pregado na catedral de Chartres em 1841", observo que a Santa Igreja, através de seus membros (hierarquia), não está mais cumprindo o que Cristo disse: IDE E ENSINAI A TODOS OS POVOS, chegando quase a se dobrar as outras religiões, que constantemente ficam exigindo desculpas da Igreja, por qualquer citação fútil, como recentemente os mulçumanos. 
Então, pergunto: Quando a Igreja irá voltar a ensinar a todos os povos, já que existem muitos lugares na terra onde nem sequer ouviram falar de Cristo?

Osires
RECIFE/PE
RESPOSTA

Prezado Osires, salve Maria, 
Salve Maria.
 
    É com prazer que lhe respondo. Pronto. Como tão simpaticamente se diz no Recife. Pronto.
    Você me pergunta: quando o clero irá voltar a ensinar a todos os povos?
    Sua pergunta tem procedência, porque o antigo entusiasmo missionário, visando converter hereges, pagãos e infiéis, praticamente já não existe. E mesmo para os católicos comuns nota-se uma carência de ensinamento.

"O mundo tem fome, sim. Tem fome de pão, mas muito mais tem fome do pão da verdade.
Por que os sacerdotes não repartem mais ao povo fiel o pão da verdade?"

    Essas frases, que citei de memória e coloquei entre aspas, são de Cristo para São João Bosco, no século XIX.  
    Agora, no famoso Terceiro Milênio -- o da Civilização do Amor, com Bin Laden e homens-bomba de todo tipo, inclusive teologuentos como boffes e bettos -- a situação piorou muito mais.
    O que se nota é um amordaçamento da verdade católica e a proclamaçao audaciosa da mentira e da liberdade para o mal.
    Esse amordaçamento da verdade provém do relativismo ecumênico do Concílio Vaticano II.
    Na Gaudium et Spes, se declarou, de modo absurdo, que existe no homem "uma semente divina" (Concílio Vaticano II, Gaudium et Spes, no. 3).
    Ora se essa tal semente existe no homem, Deus não poderia mandar ninguém para o inferno, pois estaria condenando algo de Si mesmo. Dai a crença absurda da salvação universal. Todos os homens, pertençam eles a religião que for, já estariam salvos. Todas as religiões salvariam, como se ensinou erradamente no Vaticano II. Daí o ecumenismo.
    O Vaticano II mandou que se procurasse salientar, nas falsas religiões, verdades parciais, que elas podem dizer ocasionalmente para mascarar seus erros. O Vaticano II mandou procurar salientar "o que une", e não as heresias, que desunem.
    Daí o relativismo e o indiferentismo.
    Todos os homens, por mais pecadores que sejam, estariam automaticamente salvos, pois, como lembramos acima, todos teriam a tal semente divina em si, e poderiam dizer: "Deus está no meio de nós", como se proclama imanentisticamente na Nova Missa antropocentrista de Paulo VI.
    Dai todos estariam salvos.
    Portanto, fora com os confessionários (graças a Deus, em São Paulo, em algumas igrejas, os confessionários estão voltando...).
    Dai a pregação de imoralidades de modo teórico e prático em certas sacristias.
    Por exemplo, da Diocese de Anápolis chegou-me um folheto paroquial onde, graças a Deus, se protesta que, numa outra paróquia dessa diocese, um frade franciscano ensina praticamente a dança do ventre, para libertar sexualmente os homens... 
    De modo geral, depois do Concilio, se pregou ou um marxiasmo de sacristia, ou o emocionalismo irracional delirante da RCC.
    Quando se encontra um padre menos mau, por medo, e para permancer na onda, ele timidamente ensina verdades diminuídas, que na realidade se transformam em mentiras completas.
    Graças a Deus, nota-se um certo renascer de interesse pela verdade católica, quer no clero mais jovem, cansado e decepcionado com a esterilidade do trabalho paroquial hoje verificado em tantas lugares, quer movido pelo bom exemplo de velhos sacerdotes heroicamente fiéis (conheci um desses heróis em minha última viagem ao Recife).
    Quando, então, o clero voltará ensinar a verdade católica inteira?
    E quando voltará a pregá-la destemidamente?
    Creio que só quando ficar patente, e de novo oficialmente declarado, que o Concílio Vaticano II não foi infalível, pelo contrário, que ele foi um Concílio não só falível, mas que, infelizmente, ensinou erros bem graves, que causaram a espantosa crise que a Igreja Catolica está atravessando desde o fim do Concílio, quando a fumaça de Satanás entrou no Templo de Deus, provocando a auto demolição da Igreja através dos maus padres.
    Graças a Deus, Bento XVI, em seu Discurso de Natal à Cúria (22 de Dezembro de 2.005) reprovou o chamado "espírito do Concílio Vaticano II". Agora, Bento XVI acaba de dar mandato ao Instituto do Bom Pastor para criticar a letra do Concílio.
    Se o "espírtito do Vaticano II" é reprovado, e se sua letra é criticavel, que sobra do Vaticano II?
    Deus permita que Bento XVI e o Instituto Bom Pastor realizem essa obra para qualificar, enfim, o Vaticano II como Concílio falível, cujos graves erros o fazem responsável pela profunda crise de Fé, por causa da qual tantas almas perecem, hoje.
    Rezemos pelo Papa.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli