Defesa da Fé

Cruzadas
PERGUNTA
Nome:
Paulo Sérgio Pedrosa
Enviada em:
25/09/2002
Local:
São Paulo - Brasil
Religião:
Católica



O texto abaixo foi retirado do site espanhol www.conoze.com <http://www.conoze.com>. O texto é de autoria do Dr Cézar
Vidal Manzanares, um conceituado historiador espanhol, que apesar de ser protestante, tem uma visão bem clara a respeito das cruzadas.

Paulo Pedrosa

TÍTULO: FORAM AS CRUZADAS FRUTO DE UM SIMPLES INTERESSE MATERIAL?

AUTOR: CÉZAR VIDAL MANZANARES
PUBLICADO EM: REVISTA DIGITAL, 14.IV.2002
SITE: WWW.CONOZE.COM <http://www.CONOZE.COM>

INTRODUÇÃO:

O ensino moderno, influenciado por idéias marxistas, tende a considerar que as Cruzadas foram movimentos expansionistas da Cristandade motivadas puramente por interesses territoriais e econômicos.
O artigo a seguir é de um famoso historiador espanhol, Dr. Cézar Vidal Manzanares, que apesar de ser protestante, e por isto mesmo insuspeito, tem uma visão bem clara a respeito do que realmente foram as cruzadas.

TEXTO TRADUZIDO PARA O PORTUGUES:

Foram as Cruzadas fruto de um simples interesse material?

Durante décadas distintos historiadores, especialmente de orientação marxista, têm insistido em apresentar as cruzadas como um fruto de fatores materiais exclusivamente.

Só a cobiça e o desejo de obter terras haveriam movido aos cruzados a abandonar a Europa ocidental para dirigirem-se a Terra Santa, mas, apesar do arraigado desta idéia, foram as Cruzadas fruto de um simples interesse material? A historiografia marxista e aquela que sem sê-la está muito influenciada em suas formulações por esta têm insistido durante décadas no caráter meramente material das Cruzadas.
De acordo, por exemplo, com a "Historia de las Cruzadas", de Mijail Zaborov, os cruzados só se deslocaram para o Oriente Próximo movidos pelo desejo de obter benefícios econômicos que, fundamentalmente, se traduziram na possessão de terras e no aumento de bem estar material.
Em outras palavras, a cruzada não passava de uma emigração violenta movida por causas meramente materialistas. O elemento espiritual simplesmente proporcionava a cobertura, bastante ridícula por outro lado, para semelhante aventura de saque e pilhagem.

O ponto de vista de Zaborov tão repetido posteriormente resultava especialmente sugestivo na medida em que permitia desacreditar uma empresa de caráter confessadamente espiritual e, por sua vez, dar um exemplo de como esse tipo de fenômeno podia ser explicado recorrendo-se exclusivamente a argumentos economicistas. Entretanto, como tantas explicações deste tipo, apesar da conveniência e do instrumental de sua formulação, não resiste a uma análise minimamente sólida da documentação de que contamos. Em primeiro lugar, o que se depreende das fontes da época é que marchar na cruzada não implicava num incentivo econômico, mas sim em um enorme sacrifício monetário que só se podia empreender convencido que a recompensa seria muito mais sólida que um pedaço de terreno ou uma bolsa de moedas. A respeito os documentos não podem ser mais claros. Um cavaleiro alemão que era convocado a servir ao imperador naqueles anos em um lugar tão próximo como a Alemanha gastava tão somente com a viagem e acessórios o equivalente a dois anos de seus rendimentos. Para um francês viajar a Terra Santa implicava gastos que chegavam ao quíntuplo de suas rendas anuais. Portanto, como primeira medida, necessitavam endividar-se fortemente para acudir a cruzada. Em não poucos casos inclusive perderam tudo o que tinham para somarem-se à empresa.

Não deixa de ser curioso que Henrique IV da Alemanha em uma carta que se referira a Godofredo de Bulhões e Balduíno de Bolonha, ambos caudilhos da primeira cruzada, como pessoas que "agarradas à esperança de uma herança eterna e pelo amor, se prepararam para ir lutar por Deus em Jerusalém e venderam e deixaram todas as suas possessões". Seu caso, desde então, não foi excepcional. De fato, o Papa e os bispos reunidos no concílio de Clermont redigiram uma legislação que impunha a pena de excomunhão a aqueles que se aproveitaram destas circunstâncias para despojar aos cavaleiros cruzados de suas propriedades valendo-se de interesses usurários ou de hipotecas elevadas. A lista de cavaleiros que se endividaram extraordinariamente para ir, por exemplo, a primeira cruzada é enorme e demonstra que essa era uma tendência geral.

Tampouco faltaram os apoios eclesiais em termos econômicos. Por exemplo, o bispo de Lieja obteve fundos para ajudar ao arruinado Godofredo de Bulhões despojando os relicários de sua catedral e arrancando as jóias das igrejas de sua diocese. Quiçá se poderia interpretar tudo isto como uma inversão arriscada (e como!) que se compensaria com as terras que os cruzados conquistaram no Oriente. Entretanto, essa análise tampouco resiste a confrontação com os documentos. É certo que durante a primeira cruzada um número notadamente exíguo de cavaleiros optou por permanecer nas terras arrebatadas aos muçulmanos. Não obstante, salvo estas exceções, a esmagadora maioria dos cruzados regressou a Europa. Além de produzir-se, no curso da primeira cruzada, a tomada de Jerusalém e a vitória sobre um exército egípcio (em 12 de agosto de 1099) praticamente a totalidade retornou a seus lugares sem bens e com dívidas, mas parece, com um profundo sentimento de orgulho pela façanha que haviam levado a cabo. De fato, para defender os Lugares Santos tornou-se necessário articular a existência de ordens militares como os cavaleiros hospitalares, primeiro, e os templários depois. Não foi melhor a situação econômica nas cruzadas seguintes.

Novamente o fator espiritual foi decisivo e, precisamente, para custear os enormes gastos de uma empreitada que recaía sobre os peregrinos (assim se consideravam seus participantes, já que o termo cruzado é posterior) os monarcas recorreram a impostos especiais ou a empréstimos concedidos a coroa. Invariavelmente, a possibilidade de ficar na Terra Santa, se é que alguém a considerava, se revelou impossível, mas isto não desanimou aos participantes seguintes ao longo de nada menos que dois séculos. Certamente, não podemos ter uma imagem excessivamente idealizada das Cruzadas, nem tampouco podemos negar que seu modelo de espiritualidade em muitas ocasiões causa mais arrepios a nossa sensibilidade contemporânea do que entusiasmo. Apesar de tudo, não existe um dado sequer que se possa negar porque aparece corroborado em milhares de documentos.

Prescindindo da maior ou menor categoria humana e espiritual dos participantes, seu impulso era fundamentalmente espiritual. Movidos pelo desejo de garantir livre acesso dos peregrinos aos Lugares Sagrados e de ganhar o céu, abandonaram tudo o que tinham e se lançaram em uma aventura na qual não poucos não só se arruinaram como encontraram como destino à morte, um exemplo, seja dito, que não dissuadiu a outros de segui-los ao longo de dois séculos. Não se tratou, portanto, de um movimento material disfarçado de espiritualidade, mas sim de um colossal impulso de raízes espirituais que não se importou, pese a seus enormes defeitos, em enfrentar consideráveis riscos e perdas materiais.

César Vidal.
Revista Digital
14.IV.2002

TEXTO ORIGINAL:

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¿Fueron las Cruzadas fruto de un simple interés material?
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Durante décadas distintos historiadores, especialmente de orientación marxista, han insistido en presentar las Cruzadas como un fruto de factores materiales exclusivamente.

Sólo la codicia y el deseo de obtener tierras habrían movido a los cruzados a abandonar Europa occidental para dirigirse a Tierra Santa pero, a pesar de lo arraigado de esta idea, ¿fueron las Cruzadas fruto de un simple interés material? La historiografía marxista y aquella que sin serlo está muy influida en sus planteamientos por ésta ha insistido durante décadas en el carácter meramente material de las Cruzadas. De acuerdo, por ejemplo, a la Historia de las Cruzadas, de Mijaíl Zaborov, los cruzados sólo se desplazaron a Oriente Próximo movidos por el deseo de obtener beneficios económicos que, fundamentalmente, se tradujeran en la posesión de tierras y en el aumento de bienestar material. En otras palabras, la cruzada no pasaba de ser una emigración violenta movida por causas meramente crematísticas. El elemento espiritual simplemente proporcionaba la cobertura, bastante ridícula por otra parte, para semejante aventura de saqueo y pillaje.

El punto de vista de Zaborov tan repetido posteriormente resultaba especialmente sugestivo en la medida en que permitía desacreditar una empresa de carácter confesamente espiritual y, a la vez, dar un ejemplo de cómo ese tipo de fenómenos podía explicarse recurriendo únicamente a argumentos economicistas. Sin embargo, como tantas explicaciones de este tipo, a pesar de lo socorrido e instrumental de su formulación, no resiste un análisis mínimamente sólido de la documentación con que contamos. En primer lugar, lo que se desprende de las fuentes de la época es que marchar a la cruzada no implicaba un aliciente económico sino más bien un enorme sacrificio monetario que sólo se podía emprender convencido de que la recompensa sería más sólida que un pedazo de terreno o una bolsa de monedas. Al respecto los documentos no pueden ser más claros. Un caballero alemán que era convocado a servir al emperador en aquellos años en lugar tan cercano como Alemania gastaba tan sólo en el viaje y atuendo el equivalente a dos años de sus ingresos. Para un francés viajar a Tierra Santa implicaba unos gastos que llegaban a quintuplicar sus rentas anuales. Por lo tanto, como primera medida, necesitaban endeudarse fuertemente para acudir a la cruzada. En no pocos casos incluso perdieron todo lo que tenían para sumarse a la empresa.

No deja de ser curioso que Enrique IV de Alemania en una carta se refiriera a Godofredo de Bouillon y Balduino de Bolonia, ambos caudillos de la primera cruzada, como personas que "atrapadas por la esperanza de una herencia eterna y por el amor, se prepararon para ir a luchar por Dios a Jerusalén y vendieron y dejaron todas sus posesiones". Su caso, desde luego, no fue excepcional. De hecho, el Papa y los obispos reunidos en el concilio de Clermont redactaron una legislación que imponía la pena de excomunión a aquellos que se aprovecharan de estas circunstancias para despojar a los caballeros cruzados de sus propiedades valiéndose de intereses usurarios o de hipotecas elevadas. El listado de caballeros que se endeudaron extraordinariamente para ir, por ejemplo, a la primera cruzada es enorme y demuestra que ésa era la tendencia general.

Tampoco faltaron los apoyos eclesiales en términos económicos. Por ejemplo, el obispo de Lieja obtuvo fondos para ayudar al arruinado Godofredo de Bouillon despojando los relicarios de su catedral y arrancando las joyas de las iglesias de su diócesis. Quizá se podría interpretar todo esto como una inversión arriesgada ¡y tanto! que se compensaría con las tierras que los cruzados conquistaran en Oriente. Sin embargo, ese análisis tampoco resiste la confrontación con los documentos. Es cierto que durante la primera cruzada un número notablemente exiguo de caballeros optó por permanecer en las tierras arrebatadas a los musulmanes. No obstante, salvo estas excepciones, la aplastante mayoría de los cruzados regresaron a Europa. Tras producirse, en el curso de la primera cruzada, la toma de Jerusalén y la victoria sobre un ejército egipcio (el 12 de agosto de 1099) la práctica totalidad retornó a sus hogares sin bienes y con deudas pero, al parecer, con un profundo sentimiento de orgullo por la hazaña que habían llevado a cabo. De hecho, para defender los Santos Lugares resultó necesario articular la existencia de órdenes militares como los caballeros hospitalarios, primero, y los templarios después. No fue mejor la situación económica en las siguientes cruzadas.

Nuevamente el factor espiritual resultó decisivo y, precisamente, para costear los enormes gastos de una empresa que recaía sobre los peregrinos así se consideraban sus participantes ya que el término cruzados es posterior los monarcas recurrieron a impuestos especiales o a préstamos concedidos a la corona. Vez tras vez, la posibilidad de quedarse en Tierra Santa si es que alguien la contemplaba se reveló imposible pero eso no desanimó a los siguientes participantes a lo largo de nada menos que dos siglos. Ciertamente, no podemos tener una imagen excesivamente idealizada de las Cruzadas y tampoco podemos negar que su modelo de espiritualidad en muchas ocasiones causa más escalofrío a nuestra sensibilidad contemporánea que entusiasmo. A pesar de todo, existe un dato que no puede negarse siquiera porque aparece corroborado en millares de documentos.

Prescindiendo de la mayor o menor categoría humana y espiritual de los participantes, su impulso era fundamentalmente espiritual. Movidos por el deseo de garantizar el libre acceso de los peregrinos a los Santos Lugares y de ganar el cielo, abandonaron todo lo que tenían y se lanzaron a una aventura en la que no pocos no sólo se arruinaron sino que incluso encontraron la muerte, un ejemplo, dicho sea de paso, que no disuadió a otros de seguirlo a lo largo de dos siglos. No se trató, por lo tanto, de un movimiento material disfrazado de espiritualidad sino de un colosal impulso de raíces espirituales que no tuvo inconveniente, pese a sus enormes defectos, en afrontar considerables riesgos y pérdidas materiales.

César Vidal.
Revista Digital
14.IV.2002

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