Polêmicas

O que você (Prof. Orlando) faz na igreja??
PERGUNTA
Nome:
Fernando
Enviada em:
21/09/2003
Local:
Guarulhos - SP, Brasil
Religião:
Católica
Idade:
20 anos
Escolaridade:
2.o grau concluído


A Paz de Jesus Cristo

Gostaria somente de perguntar se você participa de algo da Igreja Católica. Faço essa pergunta por vê-lo totalmente contra vários movimentos e até mesmo contra atos que acontecem na missa!!!

Acho sim normal encontrar erros dentro da igreja, mas da forma encontrada por você não!!!

Por favor responda!!!
RESPOSTA

Muito prezado Fernando,
salve Maria.

     Você me pergunta de modo um tanto provocativo e impertinente: "o que faço na Igreja ".
     Mas será que você ainda não o percebeu?
     Defendo a Fé.
     Faço o que fiz a vida inteira: ensino o Catecismo.

     Que faço na Igreja?

     Mas o que pode fazer um pecador, como eu, na Igreja?
     Rezo e peço perdão a Nosso Senhor pelos meus pecados. Rezo e me confesso. Rezo, assisto Missa, e comungo sempre que posso.

     Claro você se interessa em saber, e me pergunta com uma certa indignação, que sou eu na Igreja.

     Que sou na Igreja?
     
     Mas praticamente nada. Ou quase poeira.
     Um velho professor que conta as histórias que pesquisou a vida inteira, em velhos livros, buscando os traços sanguinolentos dos mártires e dos heróis nas veredas da História.

     Que faço na Igreja?

     Faço o que devo. Deixando meu velho coração cansado se entusiasmar na conquista de uma alma jovem e heróica para Cristo.

     Que sou na Igreja?

     Sou um simples fiel. Fui Congregado Mariano, quando havia Congregações Marianas.
     Fui da Ordem Terceira do Carmo, quando as havia, no estilo antigo, em São Paulo.

     Estilo antigo?
     Perdão.
     Na Igreja Católica, nada há propriamente de antigo. Só há coisas de sempre. Para sempre. Porque a verdade católica é eterna. É para sempre. A verdade católica não evolui.
 
     Perguntar-me-á você: mas o senhor não pertence, hoje, a nenhum movimento moderno?
     Não. Graças a Deus, não.
     A nenhum.

     Detesto tudo o que é moderno.
     Sou pelo que é eterno.
     Nem balanço a cabeça, e nem agito as mãos, sacudindo lencinhos. Nem danço nos santuários. Nem profano a igreja com baterias e rocks. Nem enrolo a língua, fingindo ter carismas, para que me admirem, e para que não me entendam.
     Quero que me entendam.
     Faço questão de que ouçam meu brado bradar os argumentos da verdade.
     Por isso falo bem claro, para que tudo fique bem claro.

     Que faço na Igreja?
     
     Mas você não percebeu ainda?
     Ensino, aos que ignoram e têm boa vontade para aprender, algo daquilo que sei.
     Você não percebeu ainda, que também martelo argumentos em quem se atreve a negar a Verdade Católica ou contra quem ousa atacar a Fé?

     Que faço na Igreja?
     
     Peço a Nossa Senhora que faça de minha alma uma espada. E com Ela, faço almas-espadas.

     Que faço ainda na Igreja?
     
     Combato as profanações, que você parece defender.

     Que faço na Igreja?

     Rezo e estudo. Rezo e escrevo artigos.
     Dou aulas. Muitíssimas aulas. (Todas de graça. Todas por graça).
     Desperto entusiasmo e ódios.
     Aturo desaforos e incompreensões. Suporto calúnias e silêncios murmurantes...
     E respondo cartas.
     Muitas que perguntam com humildade. Muitas, muitas... que me agradecem o ensinamento recebido. Ou até a Fé recuperada.

     Que faço na Igreja?

     Atiço brasas que se apagavam. Fortaleço, tanto quanto posso, com a ajuda de Deus, canas torcidas. Sopro, tanto quanto posso, em fogueiras bruxuleantes.
     Acendo tochas.
     Inflamo candelabros.
     Faço moços cantarem a alegria de lutar e de defender a Fé católica.
     E respondo cartas.
     Algumas pretensiosas. Outras impertinentes. Umas mal educadas. Outras atrevidas e ignorantes. Algumas cheias de ódio porque vazias de argumentos.
     Cada carta é um desafio. Cada carta um duelo. À sabre ou florete. E o prêmio que procuro é a conversão de uma alma para Nosso Senhor.
     Cada carta é um combate. Sempre na brecha. Sempre na muralha da Santa Igreja. E meu coração vigia, quando meus olhos dormem. Sonhando com argumentos.

     Que faço na Igreja?
     Mas, simplesmente -- com a graça e a ajuda de Deus -- faço o que fiz toda a minha vida. Como Pierre de Craon, da peça Une jeune fille Violaine, faço catedrais nas almas. Catedrais de luz e de vitrais, de verdades e virtudes, "cheias de sombra e luz, para que Deus habite nelas".

     E você, meu caro Fernando, você não quereria me ajudar a defender Nosso Senhor de quem, hoje, se riem os ateus e infiéis, coroando-O de espinhos, e os hereges, cuspindo sofismas em sua Divina Face?

     Você, se você tem um coração valente, você... venha comigo.
     Venha.

     Venha comigo até...

in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.