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Surgimento da Montfort e a Missa Tridentina
PERGUNTA
Nome:
Edson
Enviada em:
24/07/2008
Local:
São Paulo - SP, Brasil
Religião:
Católica
Escolaridade:
Superior incompleto
Profissão:
Estudante



Caríssimo amigos da Associação Montfort.
Continuo sendo um super fã de vocês todos, lendo religiosamente todos os dias as maravilhosas mensagens que vocês nos deixam. Minha nova indagação é referente a um comentário feito pelo Profº Fedeli numa resposta dada a uma consulente na qual ele dizia que nunca assistiu a uma missa de Paulo VI. Fiquei então pensando... nossa, isso é que é ter convicção mesmo!! Mas aí me veio à mente como é que deve ter sido difícil ao Profº Fedeli enfrentar este duro golpe na doutrina que ele tanto ama e defende. Portanto, gostaria que o Profº Fedeli honrasse aos seus internautas montfortianos contando um pouco da história da formação desta Associação. Afinal, como vocês fizeram para manter a Tradição da Missa Tridentina, porque se só houve a liberação da Missa Tridentina agora, o que vocês fizeram este tempo todo? Em que catacumbas vocês se escondiam? Mais um comentário: na missa que o papa oficiou em Sidney na Austrália por ocasião do encontro mundial dos jovens fiquei estupefato ao ver que no altar estavam presentes os sete tradicionais castiçais alé do crucifixo e não foi só isso, na hora da comunhão os fiés que a receberam do Santo Padre tiveram que recebê-la ajoelhados. Na hora eu me lembrei do Profº Fedeli e das suas fontes murmurantes que falam de grandes mudanças na missa de Paulo VI. Parece que o professor está certo novamente. Bom é isso, desculpem a ousadia da brincadeira das catacumbas, mas é que a freqüência com a qual eu os consulto me faz sentir como um amigo de vocês, ainda que virtualmente.
Abraço a todos!!

RESPOSTA


Muito prezado Edson,
Salve Maria.

     Você se mostra meu amigo por ler minhas cartas.
     Pois eu o tenho já como amigo meu, ao ler esta sua carta.
     E como você é de São Paulo, eu o convido para vir um dia à minha casa
para lhe dar uma detalhada exposição sobre a origem da Monfort. Garanto-lhe que é uma historia interessane pelas peripécias e lutas que tivemos que enfrentar, sofrendo inúmeras traições. Na vida, ser traído é honroso, Desonra é trair a Fé.
     Pertenci ào grupo de Catolicismo, desde 1955, depois de ter conhecido seu diretor, Plínio Corrêa de Oliveira,
como professor meu na PUC, em 1952. Depois desse grupo do jornal Catolicismo – que era mensário de Dom Mayer — nasceu a TFP. Nela fiquei muitos anos, -- 20 anos — mas no “gelo”. Saí de lá, quando descobri que por trás do estandarte da tfp se praticava um culto delirante a Plinio, e que, para isso, fora organizada uma sociedade secreta - A Sempre Viva – que continua a existir entre os chamados Arautos do Evangelho, cujo chefe, o hoje padre J Scognamiglio tinha na seita secreta o codinome de Plinio Fernando.
     Quando saí, fundei a
Associação Cultural Montfort, seguindo orientação de Dom Antônio de Castro Meyer. Esse Bispo, quando vinha a São Paulo, celebrava a Missa de sempre, num altar, no coro de uma Igreja de São Paulo (Santa Generosa), no Paraíso. Nesse tempo, assistíamos também a Missa dos Melquitas no mesmo bairro do Paraíso.
     Desde o início, seguimos conselhos e orientação de Monsenhor Sylvio de Moraes Mattos, que era Cura da Catedral de São Paulo. Conseguimos que ele celebrasse a Missa de sempre, todo domingo, na paróquia de Nossa Senhora da Gloria, no Cambuci. Ele celebrava também Missa diariamente na sede da Montfort. Até sua morte, tivemos Missa e e orientação religiosa dele que era confessor de muitos de nossos colaboradores. 
     Quando Monsenhor Sylvio morreu, tivemos a assistência da missa garantida pelos padres de
Campos. A instituição de tribunais eclesiásticos para declaração de nulidade matrimonial pela FSSPX, foi um dos motivos que levaram o então padre Rifan, a romper conosco. Inicialmente, ele negava que esses tribunais, que se atribuiam poderes da Rota Romana, existissem. Quando a FSSPX reconheceu que eles existiam, e que davam sentenças de nulidade matrimonial, com proibição de que houvese recurso a Roma, foi confessado por Dom Tissier de Mallerais, escrevi um estudo contra esses tribunais e rompi com a FSSPX, por ela se atribuir poderes próprios do Papa. Esse foi o motivo principal da ruptura dos Padres de Campos conosco.
      Dom Rifan, anos depois, rompeu com a FSSPX e um dos motivos que ele alegou foi a existência desses tribunais, que ele antes negara que existissem, que hoje ele acusa de ilegítimos, sem reconhecer que nós já havíamos feito essa acusação.
     A seguir, dois sacerdotes de São Caetano aceitaram celebrar a Missa de sempre na paróquia da Candelária. Isso durou uns quatro anos.. até que Dom Rifan fosse falar com o Bispo de Santo André, que proibiu a Missa de sempre na Igreja da Candelária.
     Continuamos a ter a Missa na paróquia de São Carlos Borromeu, semanalmente, na Vila Prudente, em São Paulo, graças aos padres de São Caetano.
     Tivemos também a Missa de sempre celebrada por Dom José, prior do Mosteiro de Sao Bento, aos domingos, na Associação Kolping, no Brooklin.
     Depois do Motu Proprio de Bento XVI conseguimos que vários sacerdotes passassem a celebrar a Missa de sempre.
     Essa, em síntese muito abreviada, foi a história da Montfort com relação à Missa de sempre, que defendemos, e defenderemos sempre.
     Um grande abraço.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli