Últimas Cartas

Sou RCC,e amo a RCC. Foi através dela que passei a amar a Igreja.
PERGUNTA
Nome:
Felipe
Enviada em:
12/03/2019

 

Meu nome é Felipe Moura Santana,sou fundador e ex-coordenador de um Grupo de Oração RCC. Atualmente sou Coordenador de Cidade,em Itapipoca-Ce.Reconheço que tem muitos abusos por parte de uma parte dos membros do Movimento,mas é necessário destacar que não são todos. Tem católicos carismáticos que tem um verdadeiro amor por Jesus Eucarístico,pela Virgem Maria,pelo Espírito Santo,pela Igreja etc. E nós da Coordenação, trabalhamos para tentar acabar com essas coisas,mas sabemos que em todos os lugares sempre tem o joio. Pode ter certeza, que no meio de vocês, que se consideram tradicionais, também tem joio(parecem fariseus,conhecem tudo,mas não amam). Não julguem todo o Movimento,por causa de alguns membros. E cuidado, vocês podem estar lutando contra a própria Igreja sem saber. Se vocês não sabem,os últimos papas, sempre acolheram a Renovação Carismática Católica.

Por último, peço que ore por minha conversão.Eu vou orar pela conversão de vocês.

RESPOSTA
 

Prezado Felipe Moura Santana, salve Maria,

Você julga mal sobre o problema da RCC (Renovação Carismática Cripto-protestante), o grande problema desse movimento não está nos exageros ou em alguns membros que não são carismáticos tão perfeitos quanto você gostaria.  A RCC é essencialmente problemática, o problema está em sua própria essência que deriva de uma doutrina protestante que confunde a ordem natural com a ordem da graça onde se conclui que uma exacerbação de emoções e sentimentalismos, como que magicamente (fui bem generoso com esse “como que”) produziriam os tais carismas, isso é impossível que aconteça, isso é heresia da mais grotesca, atos estritamente naturais (como os sentimentos) não podem produzir efeitos que estão acima da natureza, isto é magia, a magia sempre foi condenada pela Igreja.

 A origem da RCC é protestante, os princípios são protestantes e suas práticas são protestantes. Não tem para onde fugir, caro Felipe, senão reconhecendo os erros e condená-los. A devoção que possa ter pelo Santíssimo Sacramento e por Nossa Senhora tão pouco se deve à RCC. Diga-me uma coisa, Felipe, antes da RCC e antes do Concílio do vaticano II havia mais ou menos devoção por Maria e pelo Santíssimo Sacramento? Se você for honesto o bastante como espero que seja, você responderá positivamente, e porquê? Porque não existia a RCC e nem e nem um Concílio tão repleto de ambiguidades que abriu as portas para tantos erros doutrinais. As devoções que existem e que atraem tantos, sobrevivem ainda hoje não por causa da RCC mas apesar da RCC, pois que esse movimento contamina essas devoções com sua pseudo-espitualidade protestante, com seu sentimentalismo irracional, destruindo o que há de mais elevado nessas devoções, entretanto, graças à misericórdia de Deus e à doutrina de sempre essas devoções ainda resistem, apesar do tumor cancerígeno cripto-portestante que invadiu a Igreja.

Você afirma ainda Felipe que os Papas sempre apoiaram a RCC, veja então a citação abaixo:

“Nem nos fascine a ambição de renovar a estrutura da Igreja por via carismática, como se fosse nova e verdadeira a expressão eclesial nascida de idéias meramente particulares, embora fervorosas e atribuídas talvez à divina inspiração. Por este caminho se introduziriam sonhos arbitrários de renovações artificiosas no plano constitutivo da Igreja. Como ela é, devemo-la servir e amar, com sentido inteligente da história e buscando humildemente a vontade de Deus, que a assiste e guia” (Papa Paulo VI, Encíclica Ecclesiam Suam de 1964).

Veja ainda uma condenação de São Tomás de Aquino:

“(...) não se deve esperar nenhum estado futuro em que a graça do Espírito Santo seja aproveitada mais perfeitamente do que até agora o foi; e sobretudo, pelos Apóstolos, que receberam as primícias do Espírito, i. é, com prioridade no tempo e mais abundantemente que os outros” (IIa IIae, q. 106, art. 4).

Que tal Felipe? Paulo VI, o Papa tão querido hodiernamente não parece tão favorável assim, não acha? Todavia, ainda que muitos Papas concordassem com a RCC nunca o fariam infalivelmente, aplicando toda a sua autoridade e magistério como diria São Paulo “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema”. Outros Papas, muito mais idôneos que o papas modernos já apoiaram movimentos péssimos, como São Paio X que apoiou o comunista movimento do Sillon e depois voltou atrás; o Papa São Celestino também apoiou e protegeu os fraticellis, hereges gnósticos. Portanto, não é de hoje que existe essa imprecisão por parte dos Papas, infelizmente.

Como sabemos, prezado Felipe, que não estamos lutando contra a própria Igreja ao combater a RCC? Pela doutrina, a verdadeira doutrina da Igreja é o nosso norte, nossa bússola, nosso troféu, por ela nossa espada do combate sempre estará em riste, Nossa Senhora a sustenta, pois que por nós mesmos, sozinhos, esse temido combate já estaria abandonado. Sempre que brilha esse lúmen vivo, a verdade da Igreja, nenhuma treva sobrevive, você também, caro Felipe, venha conosco combater por essa invencível Nau que nunca vacila, apesar dos tripulantes vacilantes, venha conosco também combater contra os falsos carismas, contra os princípios protestantes que teimam sorrateiramente em roubar tantas almas de nossas fileiras. Venha recitar conosco a beleza de uma Alma Cruzada:

“Ah ! eu quisera de minha alma fazer uma espada,

inebriada de heroísmo, sedenta de bravura,

e que só nos combates encontrasse ventura.

Ah ! eu quisera forjar em mim uma alma cruzada,

por Deus pronta para a luta, pronta para a estocada,

uma alma pontiaguda e forte, brilhante e pura”

(Orlando Fedeli).

 

In báculo Cruce et in virga Virigine,

Francis Mauro Rocha.