Política e Sociedade

Absurdo: Diretor de escola defende o aborto como forma de evitar a superlotação nas escolas - III
PERGUNTA
Nome:
Fábio Rodrigo Conceição
Enviada em:
23/04/2007
Local:
São Paulo - SP, Brasil
Religião:
Ateu
Escolaridade:
Superior concluído
Profissão:
Diretor de Escola


Enviada em: 23/04/2007

Acho que voceis não leram ou não tiveram coragem de publica a segunda carta sobre o tema aborto. Caso tenham perdido estou enviando uma nova, desta vez com boa parte dos erros de portugues corrigidos rsrsr, mas descumpem pelos que nao corrigi!!
Espero que leiam e respondam esta tambem, pois acho que ai faltou um pouco de coragem de vossas senhoria, pois a primeira vossas senhorias até publicaram bem rápido e com uma chamada meio distorcida. Mas tudo bem, se houver coragem publiquem e respondam a segunda carta. Segue abaixo:

Realmente acho que vossa senhoria ficou e deve ficar aterrorizada mesmo, afinal para a senhora eu defendo um absurdo, mas inda bem que não sou a única pessoa que pensa assim no mundo, caso contrário eu poderia até me achar louco. Mas fiquei feliz por vossa senhoria ter respondido a carta, pois de uma certa forma mostrou respeito a uma opinião que acha horrível.
Realmente a igreja deve lutar contra o aborto entre seu fieis ou perante a sociedade usando seus meios de comunicação, pois não deve mesmo é interferir no Estado. Algumas práticas com estupro, homicídio, pedofilia e outras estão no senso da quase totalidade da população como crime, desta forma é obrigação de todos lutar contra isso. Mas existem questões como uso de drogas, aborto, maioridade penal, pena de morte e outras que dividem a população, por isso para estes assuntos defendo uma consulta popular. Quando a igreja faz de tudo para evitar debate sobre o assunto, inclusive a consulta popular, ela esta interferindo indevidamente no Estado, pois esta lutando contra a democracia, pois a própria constituição prevê os mecanismos de consulta popular. Em um eventual consulta popular sobre o aborto basta a igreja orientar seus fieis e demais pessoas a votar contra e debater seus argumentos contra, mas ir contra é consulta é totalmente antidemocrático. Quem define aquilo que é ou não crime é o Estado através do povo. Deus e sua Igreja não mudam de idéia, mas ao Estado lhe é facultado mudar de idéia sobre o que é ou não crime. Adultério era crime e hoje deixou de ser!! Venda de drogas no começo do século era liberado e hoje é proibido, ou seja o estado pode e deve reavaliar suas posições.
Quanto ao Nazismo creio ser mais uma daquelas ações que no senso comum são ditas como condenáveis, desta forma ao invés de ficar assistindo é natural que todos fizessem o máximo contra o assassinato dos judeus. Já quanto ao aborto e outros temas não existe um senso comum a respeito.
O Estado é soberano inclusive sobre a vida, veja por exemplo a adoção da pena de morte em muitas nações, da liberdade de abortar em outras e assim vai. O Estado deve adotar como crime aquilo que o povo acha que é crime e não necessariamente aquilo que a Igreja vê como pecado. DEsta forma é licito ao estado sacrificar vidas (abortos) como política de saúde publica, como política contra a criminalidade ou até para a melhoria da Educação. Se aquele feto é um ser vivo completo ou não pouco importa, pois se o povo entender que matar este ser nesta fase não é crime, estará apenas usando de sua faculdade de decidir, inclusive decidir pecar. Ao Estado cabe representar o povo e não a Igreja.
As pesquisas de opinião publica indicam que a maioria da população é contra o aborto, então não entendo o que a igreja teme se for realizada uma consulta popular, pois a igreja apenas terá o trabalho de ajudar a manter a posição já existente, sendo que caberá aos defensores do aborto mudar a cabeça das pessoas. Ou será que a igreja teme perder esta batalha tal como os defensores do desarmamento perderam uma consulta que praticamente no inicio estava ganha para eles. Será que a igreja teme que seus argumentos não sejam tão bons assim??? Será que a Igreja de Cristo deve ser covarde????? Cadê o fervor missionário dos seus fieis?????? Acho que Cristo deve se envergonhar de sua igreja caso exista, pois a Santa Madre Igreja esta cheia de cismas em sua história e delas saíram as filhas de Lutero, que inclusive hoje algumas são especialistas em vender terreno no céu para roubar o pobre povo deste pais. A própria igreja católica esta cheia de divisões internas, haja vista esta discussão a respeito do Concilio Vaticano II e outras questões. A igreja ao invés de se intrometer em questões de Estado devia estar curando suas ferias internas, inclusive chamando a conversão os filhos de Lutero no sentido de unificar o Cristianismo. Se existe um Deus e uma bíblia para que tanta dissidência a para que tanta luta interna dentro da igreja? Acho que a santa igreja esta a mercê do interesse dos homens, tal como foi usada na inquisição para servir a interesses de homens.
A luta aqui não é pela vida ou pela morte, afinal quem quer fazer aborto tem seus meios e não depende do Estado para isso, pois apesar de ser crime a punição é inviável, pois quem sabe sobre da gravidez é a própria mãe e se a mãe aborta não vai sair por ai dizendo que cometeu um assassinato, ou seja, sem provas sem crime!!!!! A luta aqui é pelo direito do povo decidir o que ele acha certo ou errado, ou seja, é pela democracia que Estamos lutando. A igreja como parte da sociedade que use suas armas, mas que não seja antidemocrática para impedir o debate.


Fábio Rodrigo Conceição
fabiolillian@globo.com
fone: 8315-7397
RESPOSTA

Prezado Fábio Anti-Conceição,
 
     Há no site Montfort uma fila de mais de 2600 cartas aguardando para serem respondidas, conforme informamos para qualquer consulente que nos envie uma mensagem. Se respondi à sua mensagem em apenas dois dias, "furando a fila", foi graças ao absurdo de suas posições, na esperança de que os muitos católicos que nos consultam se deem conta das incoerências à que se chega seguindo a "lógica" abortista. 
     Agora você nos escreve mais duas vezes seguidas na mesma semana, exigindo uma resposta imediata. Novamente tenho que admitir que sua nova carta se destaca pela falta de bom senso...
     Citando sua carta:
 
"inda bem que não sou a única pessoa que pensa assim no mundo, caso contrário eu  poderia até me achar louco."
 
     Não se considere garantido em termos de saúde mental por encontrar muita companhia em suas opiniões. Infelizmente, isso só prova, como diz a Sagrada Escritura, que "o número de insensatos é infinito" (Eclesiastes I, 15).
 
"Algumas práticas com estupro, homicídio, pedofilia e outras estão no senso da quase totalidade da população como crime, desta forma é obrigação de todos lutar contra isso. Mas existem questões como uso de drogas, aborto, maioridade penal, pena de morte e outras que dividem a população, por isso para estes assuntos defendo uma consulta popular."
 
     Como você sabe que os crimes que você cita como crimes "no senso da quase totalidade da população" ainda estão sendo considerados assim? Na verdade, deveria haver, seguindo sua lógica, uma consulta anual, ou mesmo mensal, ao povo para verificar os crimes do ano, ou do mês, ou quem sabe do dia!!!
     As pesquisas de opinião mostram um repúdio ao aborto INDISFARÇÁVEL por parte da população. Isso é inútil, pois os abortistas exigem que se continue a perguntar, até que o povo chegue, finalmente a dar a resposta "certa", a resposta pró-aborto!
     Não foi o que aconteceu em Portugal? O plebiscito feito em 1998 deu um resultado contrário ao aborto. "Não valeu! Vamos perguntar de novo." Desta vez, em 2007, as pessoas de bom senso, enjoadas de responder sempre à mesma pergunta, não foram votar, anulando, legalmente falando, o plebiscito, pois não votou a maioria dos eleitores. "Ótimo!", disseram-se os abortistas, entretanto: os gatos pingados que compareceram para escolher o aborto, já serviram de desculpa para a medida arbitrária de Cavaco Silva, autorizando o assassinato até a 12a. semana de gestação.
 
"Quanto ao Nazismo creio ser mais uma daquelas ações que no senso comum são ditas como condenáveis, desta forma ao invés de ficar assistindo é natural que todos fizessem o máximo contra o assassinato dos judeus."
 
     Sem dúvida o assassinato de judeus é condenável pelo senso comum, isso você crê com razão. E também pela Lei de Deus e pela lei natural.
     Entretanto, era permitido pelas leis alemãs da época, que foram aceitas pela maioria da população e pelo parlamento, na medida em que concederam a Hitler plenos poderes para implantar sua política de "higiene racial". Alguém que se opusesse à morte de judeus na Alemanha nazista - como o fizeram muitos leigos e padres católicos, pagando essa oposição com a própria vida - estaria indo contra uma lei monstruosa e iníqua, mas aprovada com todos os requisitos que você estabelece. E agora?   
 
"Será que a igreja teme que seus argumentos não sejam tão bons assim??? Será que a Igreja de Cristo deve ser covarde????? Cadê o fervor missionário dos seus fieis??????"
 
     Meu caro, os argumentos da Igreja são tão bons que eles PRESCINDEM DA OPINIÃO dos homens. Um ser humano tem direito à vida hoje, como teve há vinte séculos atrás, e terá daqui a vinte séculos... Pouco importa se um Fábio, ou alguns milhões de Fábios, influenciados por filosofias deletérias ou simplesmente pela mídia, considera que o bebê humano de hoje já não vale tanto quanto o de antigamente.
     2+2 são 4. Isto foi e sempre será assim. Não é preciso votar a respeito disso... Entendeu, Sr. Diretor?
     Ou será que na sua escola o Professor de matemática é obrigado a proceder a uma consulta popular, antes de impor sua versão da tabuada?
 
 "O Estado é soberano inclusive sobre a vida" "Quem define a quilo que é ou não crime é o Estado através do povo." "DEsta forma é licito ao estado sacrificar vidas (abortos) como  política de saúde publica, como política contra a criminalidade ou até  para a melhoria da Educação. Se aquele feto é um ser vivo completo ou  não pouco importa, pois se o povo entender que matar este ser nesta  fase não é crime, estará apenas usando de sua faculdade de decidir,  inclusive decidir pecar."
 
     Segundo o conceito católico, o Estado existe para buscar o bem comum da sociedade. Ora, o bem comum, ao ser mencionado na própria definição de Estado, deve necessariamente existir antes dele e independente dele, e não pode ser subordinado a sua vontade.
     Evidentemente, um Estado que tenha um direito absoluto sobre a vida e a morte, de acordo com uma suposta vontade do povo, não existe para buscar o bem comum, mas apenas para impor a vontade do tirano, ainda que esse tirano se chame povo. 
     Mas, calma, isso não é invenção do Fábio: esse Estado realmente existiu!
     Chama-se Estado Totalitário, foi muito popular sobretudo na primeira metado do século XX, vingou na Alemanha nazista, na Rússia leninista e stalinista, ainda ruge meio caqueticamente na Cuba de Fidel, mas já largou o igualitarismo radical, em troca de dinheiro, na China... Ele fracassou, hem?
     Pois é, uma nova versão do Estado totalitário, agora baseada 100% na "vontade popular", tenta se impor novamente no século XXI. Ela confia no poder da mídia em ensinar o povo a pensar! Ou antes, a não pensar, nem sequer naquele velho conceito de bem comum o qual, no entanto, - pobre do povo -  seria a única garantia segura do seu direito à vida!
     O Papa Bento XVI - gloriosamente reinante - a chama "ditadura do relativismo". O princípio básico da ditadura que querem nos impor é: a verdade não existe e tudo é permitido. Com isso todas as opiniões se tornam válidas exceto a opinião de que a verdade existe. A única coisa proibida, atualmente, é afirmar que algumas coisas são proibidas.
     Onde está a lógica? Não veio!
     Por isso, é preciso que haja diretores de escola ensinando a abandonar o pensamento racional e as verdades imutáveis desde criança. Pensando que o certo é certo, que o direito é direito, é impossível exercer a nova cidadania no moderno Estado todo-poderoso. Todo-poderoso, por isso tirânico e por isso anti-democrático.
     Como ensinava Aristóteles, à corrupção da democracia chama-se DEMAGOGIA. É nesse tipo de Estado que você pretende que nós vivamos...  
     Se não tiver argumentos mais coerentes do que esses, ou ainda, se não quiser aderir à verdade única, ou seja, à verdade verdadeira, poupe-nos de novas cartas...
 
In Corde Jesu,
Lucia Zucchi