Polêmicas

"Tempo de Paz"
PERGUNTA
Nome:
Pe.
Enviada em:
16/01/2004
Religião:
Católica
Idade:
27 anos
Escolaridade:
Pós-graduação em andamento
Profissão:
sacerdote

Tomei conhecimento da existencia deste site a partir de uma leiga que manifestou sua preocupaçao em relaçao às criticas feitas por u certo professor Orlando a pessoas conhecidas na Igreja. Ela citava Pe. Jonas Abib.

como prometi que acessaria para lha dar uma opiniao, o fiz! esperavca uma critica equilibrada ao Pe. Jonas, pois tambem sou um tanto critico, porèm nem mesmo consegui encontrar o artigo que se referia ao referido Padre, mas me causou enorme surpresa os comentarios feitos a outras pessoas, e especialmente ao Conc. Vat.II, tratado como trevas! Para ser honesto nao li nenhum artigo completo, contudo a primeira impressao è de uma pessoa que tenta chamar a atençao com polemicas inùteis, e se esquece que repudiar  um concilio è muito grave! nao desejo entrar na polemica, sò quero exprimir minha preocupaçao, com um uso de um meio de comunicaçao, pera provocar confusao na mente das pessoas que nao tem uma base madura na formaòao teologica. Nao quero discutir verdades com uma pessoa que afirma os erros de todos e que parece dizer que todos estao errados!

     Na verdade tudo isto nao defede em nada a fè Catòlica, ao contrario, sò aumenta a divisao! Precisamos de paz, nao de divisao!Quem pensa em defender a fè com estes mètodos, na verdade està prejudicando a fè catòlica!

        Pe. Lopes
RESPOSTA


Reverendo Padre Lopes, salve Maria!

Quem lhe escreve é "um certo Professor Orlando".

Vejo que o senhor, mandando-me uma mensagem intitulada "Tempo de Paz", me declara guerra.

Tomo nota de alguns pontos dessa sua carta:    

1-- O senhor confessa que não leu nenhum artigo meu completo: "Para ser honesto não li nenhum artigo completo" 

2 -- Apesar disso, o senhor conclui a meu respeito,  que "a primeira impressão [sua a meu respeito] é de uma pessoa que tenta chamar a atenção com polêmicas inúteis".    
 
3 -- Afirma, a seguir, que esqueço que "repudiar  um concilio é muito grave!".    
 
4 -- Prudentemente, o senhor se apressa a declarar- depois de me atacar -- que não quer debater: " não desejo entrar na polêmica"    
 
5 -- Imediatamente, porém, me atira uma pedrada ao dizer-me: "só quero exprimir minha preocupação, com um uso de um meio de comunicação, para provocar confusão na mente das pessoas que não têm uma base madura na formação teológica".

6 -- E, de novo, depois de me acusar sem me ter lido completamente, se retira... prudentemente:"Não quero discutir verdades com uma pessoa que afirma os erros de todos e que parece dizer que todos estão errados!".      
Padre, permita-me dizer-lhe -- já que o senhor me atacou -- que tenho direito a uma defesa à altura de seu ataque, e com as armas que o senhor usou. Menos a má vontade e o insulto. Não é correto dizer que uma pessoa -- mesmo que seja “um certo Professor Orlando” -- escreve para provocar confusão, sem ter lido completamente nem sequer um artigo que ela escreveu.

Quando digo que não é correto fazer isso, fui bem comedido no adjetivo, em atenção a seu caráter sacerdotal.

Se o senhor é contra polêmicas inúteis, e se não quer polemizar, por que me agrediu doutrinariamente (além de te-lo feito pessoalmente)?

O senhor afirma que repudiar um Concílio é “muito grave".  Sem dúvida, Padre, isso é muito grave, mesmo.

Mas muito "mais grave" é o fato de um Concílio dever ser repudiado em suas doutrinas modernistas, condenadas por São Pio X, as quais foram ensinadas pelo Vaticano II, segundo confessou Jean Guitton, amigo de Paulo VI, e defensor desse Concílio.

Repudiar um Concílio é "muito grave" mesmo, repito. Por isso lhe pergunto: o senhor aceita ou repudia o Concílio de Trento, que foi um Concílio dogmático e infalível, que ninguém pode repudiar sem cair em heresia, e sair da Igreja?

Eu não aceito o Vaticano II como Concílio infalível, porque ele não foi um Concílio infalível. O Vaticano II, como Concílio pastoral, não exige um acatamento como um Concílio dogmático e infalível. Ele foi um Concílio pastoral, que nada ensinou dogmaticamente, como o declarou o próprio Papa Paulo VI.

Ou o senhor nega isso?

Provavelmente o senhor não me responderá, porque não quer entrar em "polêmicas inúteis", nem quer "discutir verdades". Mas então o que visou o senhor, padre, me atacando?

Se um leigo me dissesse isso, eu lhe perguntaria-- coisa que por respeito a um sacerdote não lhe digo --se o senhor não quer discutir verdades, de que quer o senhor tratar: quer tratar de mentiras? Quer apenas atacar-me com...acusações genéricas, sem provas, e sem ter-me lido, nem mesmo um só artigo, completamente?

Sobre o Concílio, escrevi um longo trabalho (http://www.montfort.org.br/cadernos/vaticano2a.html), respondendo a uma carta do Instituto Paulo VI de Brescia, provando o fundo gnóstico de algumas teses do Vaticano II e da Nova Teologia Modernista que o inspirou.

Se o senhor quiser, refute o que escrevi, à vontade. Mas não venha dizer-- para impressionar o seu público, constituído nem que seja apenas pela mocinha que suplicou sua sapiente intervenção contra "um certo Professor Orlando” - que o que afirmo do Concílio Vaticano II é "muito grave". Preferiria o senhor que eu escrevesse algo que não fosse grave, sobre um tema tão grave?

Essa sua afirmação é muito vaga, e não vale nada como argumento. O senhor precisaria provar que é ilícito não aceitar o Vaticano II, e teria que provar que Jean Guitton, amigo de Paulo VI,  mentiu, quando afirmou que o Vaticano II aprovou as teses modernistas condenadas por São Pio X. E desde já o previno, Padre, que há outros que afirmam e reconhecem a mesma coisa.

O senhor afirma que prejudico a Fé Católica com o método que uso.

Isso é falso, Padre.

As dezenas de milhares de leitores do site Montfort, as numerosas conversões que ele tem obtido, graças a Deus, e atrevo-me a dizer, o ódio que o site Montfort desperta nos ateus, nos hereges e mesmo em modernistas infiltrados na Igreja, assim como o silêncio encabulado e indigesto de outros que odeiam a verdade mas não ousam sair a campo aberto para defender a mentira, comprovam que o site Montfort tem contribuído eficazmente para a defesa da Fé.

O senhor me dirá que trago a luta, a divisão – a espada da divisão -- com minhas polêmicas e meu estilo.

Aceito bem honrado essas acusações, porque foi exatamente isso que Cristo disse vir trazer à terra:    
"Não julgeis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, e a filha de sua mãe, e a nora de sua sogra" (Mt, 34).

Padre, que paz o senhor veio trazer?

Pode ser que o senhor condene especialmente meu estilo desafiador e fogoso. Mas também disto estou contente, porque Nosso Senhor disse que veio trazer o fogo à terra, e para que ele ardesse (Cfr.Luc. XII, 49). Porque, quando os que deviam ser sal da terra e luz do mundo se recusam a salgar e fazer arder o fogo da Fé, e só falam de paz, recusando discutir verdades, deve-se lhes lembrar que Deus, pela boca do Profeta, já condenara os que só falam: "Pax! Pax! Et non est pax!" (Jer.
VI, 14).
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.