História

Dom Mayer e a atual situação do rito tridentino no Brasil
PERGUNTA
Nome:
Vinícius Couzzi Mérida
Enviada em:
17/05/2018
Local:
Brasil

 Boa tarde e Salve Maria.
 
Gostaria de compartilhar essa entrevista concedida ao programa Religare da PUC Minas sobre Dom Antônio de Castro Mayer e a atual situação do rito tridentino no Brasil.
 
Com os melhores cumprimentos,
 
 
 
Atenciosamente, Vinícius Mérida. 
Vinícius Couzzi Mérida
 
Doutorando em Ciências das Religiões pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)
Mestre em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida de Vitória.
Especialista em Política Brasileira; Ética e Filosofia Política e Gestão Educacional.
Graduado em História.
Professor de História, Sociologia, Antropologia, Filosofia, Ciência Política e Ciências das Religiões.
 
 

"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."  Platão

 
RESPOSTA
Prezado Vinicus, 
Salve Maria!
 
     Acompanhei a sua entrevista e de forma geral os fatos expostos correspondem a uma realidade que já conhecia. Entretanto, pelo que compreendi de sua rápida exposição inicial, sua apreciação inicial sobre o Concílio Vaticano II não é correta porque não se tratou apenas de uma adaptação ao mundo ou uma questão de interpretação. Neste sentido recomendo a você a leitura do livro que publicamos no ano passado através da Editora Montfort: "Vaticano II: nem dogmático, nem pastoralmente correto", o qual contém diversos artigos escritos pelo Professor Orlando Fedeli.
 
     Como exemplo dessa ruptura apresento a seguir a comparação entre um texto da Pascendi de São Pio X e um trecho da Declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II. Qualquer leitor isento constata a oposição entre eles. Vejamos:
 
 

DECLARAÇÃO NOSTRA AETATE SOBRE A IGREJA E AS RELIGIÕES NÃO-CRISTÃS 

 

"2. Desde os tempos mais remotos até aos nossos dias, encontra-se nos diversos povos certa percepção daquela força oculta presente no curso das coisas e acontecimentos humanos; encontra-se por vezes até o conhecimento da divindade suprema ou mesmo de Deus Pai. Percepção e conhecimento esses que penetram as suas vidas de profundo sentido religioso. Por sua vez, as religiões ligadas ao progresso da cultura, procuram responder às mesmas questões com noções mais apuradas e uma linguagem mais elaborada. Assim, no hinduísmo, os homens perscrutam o mistério divino e exprimem-no com a fecundidade inexaurível dos mitos e os esforços da penetração filosófica, buscando a libertação das angústias da nossa condição quer por meio de certas formas de ascetismo, quer por uma profunda meditação, quer, finalmente, pelo refúgio amoroso e confiante em Deus. No budismo, segundo as suas várias formas, reconhece-se a radical insuficiência deste mundo mutável, e propõe-se o caminho pelo qual os homens, com espírito devoto e confiante, possam alcançar o estado de libertação perfeita ou atingir, pelos próprios esforços ou ajudados do alto a suprema iluminação. De igual modo, as outras religiões que existem no mundo procuram de vários modos ir ao encontro das inquietações do coração humano, propondo caminhos, isto é, doutrinas e normas de vida e também ritos sagrados".

 

CARTA ENCÍCLICA DO SUMO PONTÍFICE PIO X
PASCENDI DOMINICI GREGIS SOBRE AS DOUTRINAS MODERNISTAS

O modernista crente

"Cumpre, entretanto, desde já, notar que, posta esta doutrina da experiência unida à outra do simbolismo, toda religião, não excetuada sequer a dos idólatras, deve ser tida por verdadeira. E na verdade, porque não fora possível o se acharem tais experiências em qualquer religião? E não poucos presumem que de fato já se as tenha encontrado. Com que direito, pois, os modernistas negarão a verdade a uma experiência afirmada, por exemplo, por um maometano? Com que direito reivindicarão experiências verdadeiras só para os católicos? E os modernistas de fato não negam, ao contrário, concedem, uns confusa e outros manifestamente, que todas as religiões são verdadeiras. É claro, porém, que eles não poderiam pensar de outro modo."

 
     Por último creio que você deixou de considerar em sua análise sobre  os "tradicionalistas" no Brasil o papel do Instituto do Bom Pastor, IBP, que nos últimos anos tem espalhado seu apostolado por todo o Brasil alcançando em poucos anos, uma amplitude bem maior que a Fraternidade São Pio X e mesmo a Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney.
 
     Agradeço o envio de sua carta e sua atenção em nos comunicar a sua entrevista.
 
 
Alberto Zucchi