Doutrina

Dom das linguas, Primogenitura de Jesus e Pecados contra a castidade
PERGUNTA
Nome:
Rodrigo
Enviada em:
31/12/2001

Prezado Prof. Orlando, Salve Maria.

Parabéns pelo site, pois tem ótimo conteúdo.

Gostaria que o senhor me tirasse algumas dúvidas.

Primeiro. Uma evangelica veio discutir comigo, e falou sobre oração em linguas.

O problema foi quando ela me indicou a seguinte passagem: Romanos 8:26-27. Fiquei sem resposta, como entender esta passagem na luz da verdade, realmente entede-se que orarmos em linguas é bom. Como entender esta passagem?

Segundo. O que significa a palavra Primogênito em que era chamado Nosso Senhor naquele tempo? Uma protestante tambem quizer se defender alegando o significado da palavra sendo irmão mais velho, ou seja, Jesus teve mais irmãos. De fato o dicionario consta isso mesmo. Porém, sei que deve ter uma explicação lógica.

Terceiro. Uma de minhas fraquezas prof., é a masturbação. Gostaria de algumas explicações a cerca disto. Se é pecado grave ou leve, ou se as vezes nem é pecado...

Sou muito grato por sua atenção. Que Deus o abençoe e Nossa Senhora o guie.
RESPOSTA


Prezado Rodrigo, Salve Maria !

Muito agradecido por suas palavras de elogio ao site Montfort. Reze, peço-lhe, para que Deus nos faça fiéis à Igreja Católica, obedecendo sempre às autoridades que Cristo colocou na Santa Igreja, e sendo sempre fiéis ao que Ela ensina.

O texto que você alega (Rom VII, 25-27) não trata diretamente do dom das línguas, e sim do que devemos pedir a Deus.

Nesses versículos da Epístola de São Paulo aos Romanos, o Apóstolo nos diz que não nos devemos preocupar demais com o que devemos pedir, e em como pedir, porque o próprio Espírito Santo pede por nós o que necessitamos, e nos inspira também como pedir.

É verdade também que estes versículos podem ser entendidos como aludindo -- também , repito -- ao dom das línguas, prodigamente concedido por Deus aos primeiros cristãos, visando a conversão dos pagãos.

Esse dom é que permitia aos Apóstolos falar em línguas que não conheciam, para que os seus ouvintes, que falavam outras línguas, os compreendessem. Ou que, falando em aramaico, cada um os entendesse como se os Apóstolos estivessem falando em várias línguas, ao mesmo tempo.

Quando São Francisco Xavier foi ao Oriente, ele falava em espanhol, e os árabes o entendiam como se ele falasse em árabe, enquanto os turcos o ouviam, como se estivesse falando em turco, os persas, como se falasse em persa, os chineses, como se São Francisco falasse em chinês, etc. Isso é muito diferente de falar numa língua que ninguém entende. São Paulo critica isso dizendo que de nada adianta falar numa língua que ninguém entende:

"Assim, também vós, se, falando uma língua, não fizerdes um discurso bem inteligível, como se entenderá o que dizeis? Falareis ao vento." (I Cor, XIV, 9)

A palavra primogênito significa o primeiro filho que nasceu de alguém. Mas isto não significa que a pessoa, necessariamente, teve outros filhos. Um filho único, é o primogênito, mesmo sendo único.

Os protestantes negam que Nossa Senhora foi sempre Virgem, alegando que o Evangelho fala de "ïrmãos de Jesus".

Ora, o pastor protestante também chama os seus sequazes de "meus irmãos". Nem por isso devemos concluir que a mãe dele teve tantos filhos como os que estão na praça, porque são chamados de irmãos pelo pastor.

Também Abraão chama seu sobrinho Lot de Irmão (Gen.XIII, 8). E entretanto, a Escritura diz que Abraão era tio de Lot (Gen. XII, 5). Verifique esses dois textos, e verá que, para os judeus, irmão significava qualquer parente próximo. Portanto, a expressão "irmãos de Jesus" significa parentes de Jesus. Tanto mais que, de vários dos chamados "irmãos de Jesus", se diz quem eram os seus pais. E eles não eram filhos de Maria, a mãe de Jesus.

Portanto, Cristo foi o primogênito e único filho de Maria Virgem.

Quanto aos atos a que você se refere, eles são pecados mortais, sim, pois que não visam o fim para o qual Deus determinou.

In Corde Jesu, semper,

Orlando Fedeli