Ciência e Fé

Não é possível refutar cientificamente o evolucionismo?
PERGUNTA
Nome:
Frederico de Oliveira Linhares
Enviada em:
01/10/2016
Local:
Brasil
Religião:
Católica

 Depois de assistir a aula da Marina Vanini eu fiquei me perguntando se não é possível refutar cientificamente o evolucionismo.

Não existe uma relação entre a doutrina do ato e da potência e o teorema central do limite? De tal forma que poderíamos demonstrar que as variações das características genéticas dos seres vivos estão de acordo com o desvio padrão de uma curva normal?

Se meu raciocínio estiver correto, podemos desenhar uma curva normal ilustrando as variações genéticas de várias espécies de seres vivos. Na curva de uma espécie de vermes (por exemplo) o valor do sigma seria maior que numa curva para cachorros; e na curva para cachorros o valor do sigma seria maior que na curva para seres humanos. Ou seja, quanto menos ato e mais potência, maior o valor de sigma. Uma vez feito isso seria possível mostrar que uma variação genética além do limite da curva é estatisticamente impossível e conseqüentemente demonstrar que a evolução é matematicamente impossível.

Não sei se ficou claro, não sou muito bom com matemática. Se necessário tento elaborar melhor.

Salve Maria!
RESPOSTA
Prezado Frederico, salve Maria,

Pode-se refutar cientificamente o evolucionismos ao citarmos as frequentes fraudes (no caso dos fósseis), as enormes divergências entre as diferentes análises filogenéticas, a explosão do cambriano, ou mesmo a simples constatação de que nunca se observou nenhuma mudança de uma espécie em outra, ainda que consideremos que não haja um conceito inequívoco para espécie na biologia moderna.

Porém, quando observamos os trabalhos científicos publicados em revistas especializadas relacionadas à genética e evolução, eles não apresentam, aparentemente, nenhum problema propriamente científico: coleta de dados, tratamento dos mesmos, análises estatísticas, etc. O problema principal é a adoção de um princípio prévio: as espécies mudam ao longo do tempo em outra(s) espécie(s), logo, o que se observa reflete esta mudança.

Assim, a tarefa principal ao combater o evolucionismo é fazer constatar que é uma interpretação forçada dos dados da natureza segundo uma ideologia que incorre em erros filosóficos e que esconde uma doutrina religiosa.
É por isso que, mesmo nunca se observando nenhuma mudança de uma espécie em outra, o erro permanece difundido e sustentando praticamente toda tarefa acadêmica das ciências biológicas.
Há muitos que discordam, mas permanecem na comodidade do seu cotidiano científico, pois a adoção da doutrina evolucionista não afeta suas tarefas diárias.
Outros simplesmente nem se questionam, absorvem a repetição da mentira confiando na pretensa credibilidade da comunidade científica, mantendo-se na esterilidade intelectual caraterística da nossa época.

Apesar disso, o seu raciocínio sobre a relação entre a distribuição normal das variações genéticas de certa espécie e suas potências faz sentido, e isso é mesmo usado em biometria, não considerando os aspectos de ato e potência, mas simplesmente porque a distribuição normal é mesmo normal.

Repare, no entanto, que tais curvas não seriam diretamente comparáveis entre as espécies pois os parâmetros para as espécies com "mais ato" seriam muito maiores que para aquelas com "menos ato e mais potência". Isto é, a variabilidade genética das espécies que possuem mais atributos é muito maior do que daquelas possuem menos atributos. 

Além disso, me arrisco aqui a usar os termos aristotélicos conhecendo pouco de lógica aristotélica. Veja que se um ser tem menos ato em relação ao outro, não significa que ele está em potência de receber as mesmas qualidades em ato que este outro ser. O primeiro não tem necessariamente as potências passivas de receber em ato algo que o outro ser já tem ou poderia ter.
Assim, uma minhoca não tem potência de receber em ato vértebras ósseas. Ela pode ter mais ou menos anéis, ter ou não cerdas em maior ou menor quantidade, etc.

Mas não precisamos encher nossas cabeças de minhocas com isso, apenas fazer constatar que não há nada que prove a teoria da evolução, os dados são forçosamente interpretados de acordo com esta hipótese, o que só é possível abandonando os princípios que nos permitem conhecer a verdade. 

Espero poder ter ajudado,
salve Maria,

Marina