Defesa da Fé

Volta dos Ortodoxos para a Igreja Católica
PERGUNTA
Nome:
Dionisio
Enviada em:
08/04/2005
Local:
Salvador - BA,
Religião:
Católica
Escolaridade:
Pós-graduação incompleta
Profissão:
Funcionário Público

Caro Sr.

Como está? Espero que esteja bem e gozando de boa saúde para, como sempre, responder às dúvidas sinceras e inquietantes de muitos...

Nasci, resido e trabalho em Salvador, cidade repleta de igrejas mas cuja fé do povo, infelizmente, encontra-se a esfriar... Espero que um dia este quadro mude para a melhor... Ah! Já esteve em Salvador? É uma cidade histórica e pitoresca... Certamente gostará e aproveito para convidá-lo a vir quando quiser!

Bem, vamos ao assunto que me motivou a escrever este humilde e-mail...

Hoje (08/05/2005) assisti ao sepultamento do papa e achei muito comovente... Principalmente no momento em que os representantes das Igrejas Ortodoxas oraram pelo mesmo.

Muito triste o Cisma do Oriente (1054) que dividiu os dois pulmões do Corpo de Cristo. O que o Sr. sabe sobre a reconciliação entre as duas partes da cristandade? É, na sua respeitada opinião, possível que isto um dia venha a ocorrer? Soube que o Patriarca da Rússia não foi ao sepultamento, mas enviou representantes. Soube também que, durante anos e anos o papa fora impedido de ir à Rússia devido à oposição do clero ortodoxo de lá... Parece que temiam a influência de João Paulo II em face do mesmo ter determinado a implantação de dioceses católicas por lá. Os russos são muito desoconfiados, não?

No entanto, os outros patriarcas do oriente tinham uma relação bem mais amistosa com o Santo Padre... O de Constantinopla aparentemente ficou desolado com a morte do papa. O da Romênia e de Antioquia, também... Todos falaram dele com uma caridade que não tinha visto anteriormente por parte dos mesmos...

Despeço-me por aqui...

Por favor, se possível, responda o humilde e-mail deste causídico...

QUE A PAZ DE CRISTO
IMPERE EM VOSSO CORAÇÃO E EM VOSSA VIDA!
QUE MARIA SANTÍSSIMA O ILUMINE!

DIONISIO PEDRO DE ALACÂNTARA LISBÔA
RESPOSTA

Muito prezado Dr. Dionísio,
Salve Maria!
 
    Muito lhe agradeço suas palavras de elogio e de confiança e seu amável convite de visitar Salvador.
    Tenho pensado, sim, em ir a Salvador dar palestras para os amigos do site Montfort dessa bela capital da sempre simpática Bahia. Agora sua amável carta vem acrescentar um motivo a mais de amizade e de generosidade de sua parte para me impelir a realizar meu plano antigo.
    Todo final de vida é comovente como um um crepúsculo com seu mistério e gradeza. Mas, o final de vida de João Paulo II, resistindo à morte e permanecendo em seu posto até o fim, lutando contra o que ele chamou de "ideologia da morte" insuflada, segundo o Papa, pelo Parlamento Europeu foi comovente e admirável. Toda essa grandeza comove ainda mais pelas belíssimas cerimônias vaticanas no funeral do Papa, assistido por um extrordinário número de pessoas.
    Rezemos pela alma de Karol Wojtyla.
    E rezemos pela eleição de um Papa que recupere a Igreja da imensa crise em que ela está.
    Quanto aos orientais, a situação é apresentada de modo ultra simplificado pela mídia.
    Os cismáticos, não tendo o Papa para uni-los doutrinariamente, dividiram-se muito, havendo lá inúmeras seitas das quais pouco se fala.
    Os patriarcas são divididos entre si. O patriarca russo não apóia o movimento ecumênico, porque o papa tem mais relação com o patriarca de Constantinopla que é tão ruim quanto o russo. E dai para fora. Essa gente não mudará e se odiarão sempre entre si enquanto não voltarem a aceitar a autoridade do papa sobre todos eles que os unirá na mesma fé. Sem o Papa não há unidade nem união.
    Só a verdade produz a unidade. O ecumenismo é um movimento que visa a união sem a verdade e isso não é possível. Daí o fracasso do ecumenismo que logo mais vai acabar, se Deus quiser, voltando a triunfar o espírito missionário da Igreja que visa converter, e não a tirar fotos de bate papos diplomáticos, e a fazer encontros ecumênicos escandalosos, como os de Assis.
    Esperando conhecê-lo pessoalmente em breve,

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli