Cartas de Apoio

Prof. Orlando, como esta terrível crise da Igreja será superada?
PERGUNTA
Nome:
Eduardo Coutinho
Enviada em:
29/03/2010
Local:
Pesqueira - PE, Brasil
Religião:
Católica
Profissão:
Empresário


Ilustríssimo Professor Orlando Fedeli,

Como essa situação poderá mudar?

Grande parte de nossos padres não acreditam infalivelmente no papa, muitos padres não acreditam na eucaristia, não acreditam na tradição da Igreja, não acreditam na ressurreição de Cristo, os seminários estão impestados de homossexuais...

Que será de nós em nossas missas shows com padres dançarinos no altar em meio a teatrinhos com gays e musicas profanas que não combinam com o sentido real da missa.
Padres ecumênicos, padres que dizem nada ser pecado, padres vaidosos, padres evolucionistas, bispos comunistas e etc.

E em meio a toda essa crise na igreja católica, multiplicam-se as heresias de seitas que inventam todo tipo de adoração a Deus e todos eles pegam Jesus emprestado sempre acompanhado de um sopão para os pobres para dar crédito a suas mentiras onde quase sempre atacam ferozmente tudo o que ensina a igreja católica muitas vezes a colocando no lugar da besta do apocalipse e pasmem, ainda tem padre defendendo o ecumenismo como se essas seitas estivessem certas também!
 
Ora se elas estão certas o papa é o anticristo! Como um padre pode encorajar as pessoas a acreditarem nas mais diversas e contraditórias igrejas se elas são em seu fundamento básico uma total afronta ao que todas as outras ensinam?
 
O próprio Jesus Cristo disse que apareceriam falsos profetas que seduzirão a muitos; será que cristo está mentindo? Pois pelo que se diz hoje, ninguém mente em matéria de religião, nada é falso, tudo é ponto de vista e merece respeito.
 
Vejamos algumas frases bíblicas do novo testamento:
*Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.

*Igualmente hão de surgir muitos falsos profetas, e enganarão a muitos;

*Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios; de modo que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

*Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo.

*E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz.
Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.

Separei apenas algumas, tem muito mais trechos onde se defende a ortodoxia de uma verdade única onde quem se opõe torna-se falso.

Vendo a igreja tão dividida e sem se defender eficazmente precisei pesquisar muito e procurar livros de bons padres para me manter firme, porém sempre fui taxado de fanático, unicamente por tentar ser praticante e defender a coisa mais óbvia, que pecar é pecado! Hoje nem os próprios católicos acreditam que pecar é pecado.
 
Estamos em um tempo em que muitos dos padres não servem para nos aconselhar, pois percebemos de cara o quanto muitos deles estão vivendo um catolicismo disfarçado e uma teologia diferente.
 
Eu já me via como um náufrago no deserto! Isso mesmo, estava quase começando a me confundir com algumas teologias modernas do tipo o diabo não existe; escritas em livros comprados em livrarias católicas, foi então que encontrei alguns sites católicos que muito me ajudaram a entender o que se passa na igreja e no mundo.
 
Seu legado em varias ocasiões vem me socorrendo não porque você é uma novidade teológica de coisas da igreja que eu nunca ouvira falar; não longe disso; Apenas você defende a igreja que eu sempre conheci e que hoje nem o padre de minha cidade segue mais...
 
Você é um dos poucos que vejo defender a Igreja da forma como sempre deveria ser defendida e entendida como sempre ela o foi em todos esses séculos passados.
 
Fico às vezes com receio de você se desmotivar com cartas de pessoas cegas que tentam rebaixar sua pessoa e hoje venho a te dizer que assim como tem quem te diga que estas no caminho errado abandonado por cristo, a também quem diga que caminhas nas pegadas do Senhor e com grande maestria amigo, coerente como poucos tens defendido o nossa fé, sois um grande cristão amado de Cristo e de nós que te admiramos pela defesa que fazes...
 
O legado Montfort não é algo atoa é providencia divina é misericórdia de Deus com nós ovelhas brasileiras onde nossos padres estão sendo em maioria péssimos pastores.
 
Fico muito grato por ter tido a possibilidade de conhecer seus argumentos e ver que existem leigos e padres que ainda defendem a verdadeira igreja católica. Suas cartas elucidam, evangelizam e fortificam nossas convicções e não porque é dito algo novo, mas porque é sustentado o que sempre foi dito e hoje muitos largaram.
 
Quero hoje agradecer pelo utilitaríssimo serviço prestado a nossa igreja e a nós católicos, tenho certeza que grande será tua recompensa, caríssimo Orlando Fedeli.
 
Hoje me motivei a te escrever isso porque eu não tenho como te ajudar nessa luta e vejo que és um Soldado de Cristo, és uma graça dada por nosso senhor Jesus para nos ajudar nesses tempos tão difíceis de entender as verdades da fé, onde tudo está ofuscado pela fumaça de satanás.
 
Considero um milagre eu ter tido o prazer de encontrar seu Site e agradeço a Deus por ter te dado essa graça, essa lucidez nas palavras, tornando-o um defensor da fé tão feraz e convicto como os santos mártires no Coliseu.
 
Precisamos de verdadeiros gladiadores de Cristo que lutem pela verdade nesse mundo que se afunda cada vez mais, até quando nossa fé agüentará esses padres mal instruídos?
 
Que Deus nos mande mais Professores Fedeli, Padres Fedeli, Bispos Fedeli, se um só alardeia tanto nos mande mais 100 destes...
 
Despeço-me clamando a Cristo que venha e acorde sua igreja, pois ela é a coluna da sociedade é a única base para estabelecer as virtudes da honestidade, do respeito, da ética, da moral, da família e quando a igreja despencou como agora, o mundo virou a cabeça e não temos paz, nem certezas, nem justiça, nem família; tudo esta acabando, até o planeta treme...
Cordialmente, Eduardo Coutinho.
 
RESPOSTA

São Paulo, 29 de março de 2010
 
Prezado Eduardo, salve Maria!
 
Peço-lhe licença para responder a sua carta.
 
Como esta terrível crise da Igreja será superada?
 
Mas por meio da luta, claro!
 
Formando-se bons católicos.
 
Promovendo-se a Missa de Sempre.
 
Difundindo-se a verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
 
Fazendo o que nós podemos, o que está a nosso (pequeno) alcance por esses três objetivos principais: i) formar bons católicos, doutrinária e moralmente; ii) promover a Missa; iii) difundir a verdadeira devoção à Santíssima Virgem.
 
Com o Papa. Unidos ao Papa.
 
O “X” da questão, a meu ver, porém, Eduardo, não é tanto uma desorientação dos católicos sinceros e percebedores da crise sobre o que fazer. Mas a falta de esperança e coragem, que os leva a assistir de camarote, sem mover uma palha, a destruição da Igreja.
 
Recebemos diversas cartas como as suas todos os dias, verdadeiros diagnósticos da crise. E a pergunta que me fica ao ler essas mensagens – sem querer ofendê-lo – é sempre a seguinte: tudo bem, mas o que – concretamente – essa pessoa faz para mudar esse terrível quadro? Qual é a contribuição dela?
 
Veja. Chegam-nos todos os dias diversos relatos de abusos, de um Padre que falou tal heresia, de outro que falou tal outra. De um catequista que fez isto, isso e aquilo.
 
Ótimo.
 
E, na sequência, eu, como leitor, fico sempre aguardando a segunda parte do relato: então, ao ver ou ao ouvir isso, eu fiz tal e tal coisa! Mas não! Nunca (ou raramente) há essa segunda parte. A pessoa parece simplesmente não reagir contra o mal que a circunda e que estava ao alcance dela coibir.
 
Não que seja esse seu caso, mas percebe o que eu quero dizer?
 
Todos os católicos que compreendem e são contrários aos erros da parte humana da Igreja devem se questionar: tudo bem, mas o que eu faço de concreto para mudar isso?
 
Pois “obras son amores”.
 
E é pelas obras, que sempre nos custam sangue, caro Eduardo, que mostramos realmente acreditar naquilo que professamos e demonstramos realmente querer aquilo que manifestamos querer.
 
A maior prova do amor de Cristo aos homens foi o Calvário, quando Ele se calou.
 
Precisamos ser crucificados com Cristo para provar nosso amor a Ele.
 
Quem diz amar a Cristo, mas não sofre com Ele, é um mentiroso.
 
Cremos nós, católicos, realmente na vitória da Igreja?
 
Estamos nós, católicos, verdadeiramente dispostos a sofrer para que ela ocorra?
 
Cremos ser possível fazer alguma coisa?
 
Estamos nós, católicos, disposto a fazer o que está a nosso alcance, sem ficar sonhando com soluções mirabolantes e triunfais?
 
Compreendemos que a vitória da Igreja não está em grandes sacadas ou movimentos políticos, mas na conversão de cada católico em particular?
 
Compreendemos nós que salvar nossa alma é a maior vitória que cada um de nós pode oferecer à Igreja? E que perdê-la é a maior derrota?     
 
Mas que, para nos salvarmos, precisamos crer e fazer boas obras?
 
Crer em Deus Pai, Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e em Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor...
 
Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos.
 
Dar de comer a quem tem fome...
 
Dar de beber a quem tem sede...
 
Dar bom conselho...
 
Corrigir os que erram...
 
Ensinar os ignorantes...
 
Perdoar os que nos ofenderam...
 
Eduardo, Eduardo! Não precisamos de mais “Professores Fedeli, Padres Fedeli, Bispos Fedeli”, mas de um Professor Fedeli, católico e combatente; de um Eduardo Coutinho, católico e combatente; de um Guilherme, católico e combatente; de um – sei lá – Benedito da Silva, católico e combatente. Cada um é único. Cada um de nós tem sua contribuição única a dar para a vitória da Igreja: a salvação da própria alma.
 
O que só podemos alcançar, por sua vez, com Fé íntegra e boas obras.
 
Obras boas que não estão distantes, mas próximas a nós.
 
Se escrevemos e damos aulas (se o Prof. Orlando faz isso), é porque decidimos antes salvar nossas almas. São as boas obras que nos couberam realizar em nossas vidas, são as oportunidades que a divina providência nos preparou e que acolhemos a partir do momento em que tomamos a resolução de buscar o céu.
 
Se hoje ou amanhã, um padre ou um bispo ou mesmo o papa agir bem é porque tem boa doutrina (daí a importância da formação) e está buscando cumprir seus deveres e salvar sua alma. Pois o bem da Igreja é resultado da busca consequente que cada católico faz da salvação da própria alma, pois é com esse amor que devemos amar o próximo como a nós mesmos.
 
Não existe, por isso, aliás, amor ao próximo, quando se transige com o pecado, que nos afasta de Deus.
 
As graças, Eduardo, também sempre nos vêm em cadeias.
 
Ninguém nasce professor, padre, ou pai de família. Deus conduz-nos pela vida por meio do caminho que mais se nos aproveita a nós e a nosso próximo. E, conforme vamos sendo fiéis às graças recebidas, Deus, em sua infinita bondade, vai-nos concedendo mais e mais graças.
 
O importante é a caridade que cada um tem na alma ao executar o bem, por vezes, materialmente simples, mas que lhe esteja ao alcance no momento.
 
São José, por exemplo, era carpinteiro e, no entanto, coube a ele proteger o Messias.
 
E, na Ave-Maria, rezamos “rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Agora, que é o que temos; e na hora da morte, nossa única certeza futura.
 
Por isso, Eduardo, a resposta a sua pergunta é uma só: essa terrível situação vai mudar, ou começar a mudar, a partir do momento em que cada católico começar a realizar o bem que Deus colocou a seu alcance.
 
E esse bem cada um sabe qual é.
 
O Prof. Orlando e seus alunos, com seus conhecimentos, fizeram, em 1999, o site Montfort. (E fique sabendo que, até 1983, aos 50 anos, quando o Prof. deixou a TFP, ele não conhecia nada ou quase nada do modernismo, nem do Vaticano II).
 
O Eduardo, por sua vez, se se examinar, também vai descobrir o bem que está a seu alcance realizar. Não é verdade que ele não tem como ajudar. Todos temos.
 
O importante é não desesperar e achar que está tudo perdido. Que a casa está caindo, como disse um ex-membro da Montfort.
 
Nunca está, porque ninguém, a não ser nós mesmos, pode nos impedir, em última instância, de alcançar o céu.
 
A força do Prof. Orlando e de toda a Montfort não é outra senão a esperança na vitória!
 
Que é o céu.
 
O Prof. Orlando, eu e toda a Montfort, meu caro, não estamos aqui, porque esperamos mudar o mundo. Simplesmente, cumprimos nosso dever de proclamar e defender a Fé. Ainda que ninguém se converta, ainda que sejamos totalmente derrotados, esperamos, nesse combate miserável, acumular algum azeite que, entregando-o todo a Nossa Senhora, junto com nossa súplica de perdão por nossos pecados, nos permita um dia, pela misericórdia de Deus, gozar da beatitude celeste.
 
Porque esperamos, fazemos o bem que está a nosso alcance.
 
Sem desesperar.
 
Porque esperamos, fazemos a única coisa que pode ser feita para que um dia essa terrível crise seja superada.
 
Ainda que não vejamos a vitória.
 
Nossa esperança, ainda quando se trata da vitória da Igreja, não se volta para este mundo.
 
Não vamos esperar o mundo se converter para começarmos a agir bem. De modo algum.
 
Você fala que o Legado Montfort “não é algo à toa, é a providência, é misericórdia de Deus com nós ovelhas brasileira (...)”. Que bom. Mas saiba que o Legado – o projeto, bem entendido – não existiria se não fossem os amigos da Montfort que estão dispostos a lutar, a fazer o bem, e a não a serem meros leitores passivos do site.
 
Falo isso tranquilamente, depois de todo o sal que comemos para as coisas chegarem ao ponto em que estão.
 
Sem eles, o Legado seria impossível. E é porque eles fazem o que está ao alcance deles, com pequenas doações, sem esperar soluções mirabolantes ou fantásticas, que iniciaremos, em breve, a gravar nossos vídeos e vamos conseguir finalmente reformar nosso site.
 
Deus não faz as coisas sem os homens, Eduardo, porque ele quer que nós, como seres livres que somos, mereçamos o céu.
 
Com Fé e Caridade e uma Esperança que não espera nada neste mundo.   
 
Quando cada um, esperando tão somente a salvaçao de sua alma, fizer o bem que lhe está ao alcance, o quadro que você descreve em sua carta poderá mudar. Não antes.
 
O Papa Bento XVI, com o Summorum Pontificum, liberou a Missa de Sempre para toda a Igreja. Cabe a cada um de nós agora, em particular, fazê-la vigorar, lutando e sofrendo por ela - veja o drama dos Católicos de Limeira - em nossa localidade. Caso contrário, a “canetada” de Bento XVI não passará de letra morta.
 
Grande abraço,
Guilherme Chenta